Arquivo do dia: outubro 16, 2012

Windows 8: O que você precisa saber

O Windows 8, novo sistema operacional da Microsoft, será lançado no dia 26, em Nova York, com a pompa exigida pela ocasião. O software vem sendo tratado como a mais radical atualização do sistema em quase duas décadas, desde o lançamento do Windows 95. Mas o que o consumidor pode esperar do programa?

Há duas grandes novidades. A primeira é a interface – a aparência do sistema. A outra é que o software está preparado para aceitar comandos diretamente na tela, feitos com a ponta dos dedos. Ou seja, leva para os computadores de mesa e notebooks uma característica típica dos smartphones e tablets.

A “cara” de um sistema geralmente não é uma mera questão estética. Tem a ver com simplicidade de uso e facilidade em encontrar o que se procura o mais rápido possível. Basta lembrar que o Windows tornou-se o padrão no mundo dos PCs ao criar um modelo de janelas ou abas que substituía, com larga vantagem, o hoje jurássico DOS. O antigo sistema exigia que os usuários digitassem longos comandos, mais misteriosos que hieróglifos egípcios.

A aparência do Windows 8, batizada de Metro, lembra um muro feito com blocos coloridos e não se parece com nada mostrado até agora. É isso o que tem arrancado elogios dos especialistas. Palavras como elegância e originalidade, pouco associadas à Microsoft, apareceram na maioria das resenhas escritas nos últimos meses, à medida que a companhia apresentava versões de teste do sistema.

Os blocos do Windows 8 são dinâmicos. Ou seja, eles trazem informações atualizadas ao usuário sem que se precise clicar neles. Pode ser a atualização de uma rede social, como o Facebook ou o Twitter; o nome da faixa musical que está sendo tocada; o próximo compromisso da agenda; ou informações sobre a temperatura local. Cada consumidor monta sua própria parede de informações do jeito que quiser.

Esse caminho distingue o novo Windows do sistema da Apple, o iOS, e do Android, do Google. Ambos usam ícones que, uma vez clicados, remetem a um aplicativo. As semelhanças entre eles – incluindo o formato arredondado dos ícones – têm servido de munição para uma guerra de patentes, que colocou em lados opostos a Apple e a Samsung, e da qual a Microsoft está fora.

Mas é a capacidade de aceitar comandos de toque a maior mudança do Windows 8. Grandes fabricantes como a Hewlett-Packard (HP) lançaram anteriormente computadores com tela sensível ao toque, mas esse tipo de produto nunca deslanchou. Em grande parte, porque as versões do Windows que equipavam esses aparelhos não haviam sido originalmente desenhadas para esse fim. Com o Windows 8 é diferente. O sistema também tem recebido críticas muito favoráveis em relação à precisão dos comandos na tela.

Para fazer isso, claro, o usuário terá de comprar um dos novos computadores com tela sensível ao toque que serão lançados na esteira do Windows 8.

Mas o sistema também poderá ser instalado em máquinas comuns. O usuário terá a opção de adotar a interface Metro ou manter a aparência tradicional do Windows, que traz poucas alterações. A mais significativa é o fim do botão “iniciar”.

Entre as características do novo sistema está o que a Microsoft chama de “Charms”. Quando o usuário toca com o dedo ou posiciona o mouse no canto direito da tela, abre-se uma lista de aplicativos que acelera as buscas e outras tarefas.

O programa de navegação da Microsoft na web também será renovado, com a adoção do Internet Explorer 10.

A Microsoft incorporou uma loja de aplicativos ao sistema operacional, e está investindo para reforçar seus serviços na nuvem, pelos quais os dados ficam armazenados em servidores da companhia e são acessados via internet. Ontem, a companhia anunciou o Xbox Music, pelo qual os usuários poderão ouvir, gratuitamente, cerca de 30 milhões de faixas de música, em computadores, tablets ou no console de videogame Xbox. O serviço baseia-se em streaming – o consumidor ouve a música quando está conectado, sem comprar o arquivo -, mas haverá uma opção para fazer o download da música, pagando por ela.

Tudo isso aproxima o Windows para PCs de seu “primo” para dispositivos móveis, o Windows Phone, que também vai ganhar uma nova versão. A ideia é proporcionar experiências semelhantes ao usuário, independentemente do equipamento usado.

O Windows 8 sairá em quatro versões. Quem comprou um PC com Windows 7 a partir de 2 de julho terá a opção de atualizar o software a um custo reduzido, de R$ 29. A oferta vale para máquinas que forem adquiridas até 31 de janeiro de 2013.

 

VALOR

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LIVRO: as cartas de amor de Fernando Pessoa

É uma edição da Assírio & Alvim (R$ 67,40, 368 págs., importado, na Livraria Cultura) e traz novidades. Além da inclusão de parágrafos omitidos na primeira edição das cartas de Ofélia, o livro inclui duas cartas inéditas da namorada de Pessoa.

Quando o heterônimo Álvaro de Campos escreve, em 1935, o poema “Todas as Cartas de Amor São Ridículas”, Fernando Pessoa já não namorava Ofélia Queiroz.

“Quem me dera no tempo em que escrevia/ Sem dar por isso/ Cartas de amor/ Ridículas.”, diz o poema. “A verdade é que hoje/ As minhas memórias/ Dessas cartas de amor/ É que são/ Ridículas.”

Pela primeira vez, nas livrarias portuguesas, encontram-se as cartas de amor de Fernando Pessoa (1888-1935) e de Ofélia Queiroz (1900-1991) reunidas em uma única edição e obedecendo a um critério cronológico.

Em 2013, como parte da programação do Ano de Portugal no Brasil, a obra será editada em nova versão pela brasileira Capivara. “O nosso livro sairá em maio com cerca de 170 cartas a mais e apresentará as cartas de Pessoa em fac-símile”, disse à Folha a editora Bia Corrêa do Lago.
Em Portugal as cartas do poeta foram publicadas pela primeira vez em 1978, e as de sua amada ganharam uma edição em 1996.Até a publicação da edição brasileira, a edição organizada pela acadêmica Manuela Parreira da Silva é a mais completa reunião das cartas trocadas entre o poeta e Ofélia.

Bia lembra que no prefácio dessa edição dos anos 1990 se dizia “que apenas 110 das 276 cartas enviadas por Ofélia estavam transcritas”. A edição brasileira terá as cartas que faltam nas edições portuguesas e que pertencem a seu marido, o colecionador Pedro Corrêa do Lago.

APAIXONADOS

Foi em novembro de 1919 que se conheceram, quando Ofélia tornou-se, aos 19 anos, secretária do escritório Félix, Valladas & Freitas, onde o autor de “Mensagem” trabalhava como tradutor comercial.

Foram trocando bilhetinhos até que em janeiro do ano seguinte, durante uma falta de luz no escritório, o escritor se declarou, citando “Hamlet”, contará ela mais tarde.

Nesta edição estão as 51 cartas que Pessoa escreveu a Ofélia Queiroz, entre março e novembro de 1920 (na primeira fase do namoro) e entre setembro de 1929 e janeiro de 1930 (na segunda fase).

“Os altos e baixos do ‘enredo’, as oscilações de humor, os ritmos ‘cardiográficos’ tornam-se, por assim dizer, mais fáceis de detectar numa edição como esta”, acredita a organizadora.

O casal marca encontros secretos, fala de problemas de saúde. E muitas vezes demonstra ciúmes.

Os dois brincam e falam como se fossem crianças, e Ofélia entra no jogo dos heterônimos do poeta.

Pessoa, no entanto, nunca quis ir à casa dela nem conhecer os seus familiares e também nunca falou da namorada à sua família.

Na carta que o escritor lhe envia para acabar com o namoro, em novembro de 1920, pergunta se ela prefere que ele devolva as cartas acrescentando que preferia conservá-las “como memória viva de um passado morto”.

Após o hiato de nove anos entre a primeira e a segunda fase do namoro, os dois voltam a corresponder-se por causa da fotografia que Pessoa lhe envia, tirada em 1929 num estabelecimento de bebidas de Lisboa, com um trocadilho na dedicatória: “Em flagrante delitro”.

MEMÓRIAS ÍNTIMAS

Tanto as cartas de Fernando Pessoa como as de Ofélia pertencem, neste momento, a colecionadores.

Por isso, a organizadora teve acesso a fotocópias dos originais, postas à sua disposição pelos herdeiros. As duas cartas inéditas incluídas na edição portuguesa, escritas por Ofélia em julho de 1920, faziam parte do conjunto.

“O motivo da não inclusão na primeira edição foi por vontade dos familiares de Ofélia. Creio que queriam preservar sua memória e evitar que a vida íntima da jovem fosse exposta. Interpretaram talvez erradamente as duas cartas e, por isso, preferiram que não fossem publicadas”, explica a pesquisadora.

Em uma dessas cartas, Ofélia diz a Fernando que lhe escreve da cama, de onde não se consegue levantar por estar doente.

Fala de uma “misteriosa doença”, e percebe-se que estará relacionada com seu período menstrual, tema ainda tabu na época. No final, ela pede que Pessoa rasgue a carta, coisa que ele nunca fez.

Passaram-se cerca de 15 anos, e a sobrinha-neta de Ofélia, com quem Manuela Parreira da Silva diz ter mantido uma excelente troca de ideias, achou que não fazia mais sentido não torná-las de conhecimento público.

“Afinal, elas tratam apenas de assuntos femininos, que o pudor de uma jovem de 20 anos impedia, naquela época, de abordar mais abertamente”, explica a pesquisadora portuguesa.

Lidas sem confronto com as da sua destinatária, as cartas de Pessoa pareceram a muita gente “meros exercícios literários”, o que explicará a ideia que se perpetuou de que o namoro entre os dois seria apenas platônico.

“Quando Fernando Pessoa escreve, a certa altura, que lembra com saudades da época em que ‘caçava pombos’, alguns leitores apressados imaginaram que se tratava de uma desconversa do autor, de uma brincadeira para provocar a sua namorada”, diz Parreira da Silva.

“Mas, ao conhecer-se a resposta de Ofélia, percebeu-se que, pelo menos, ela entrava na brincadeira, manifestando uma falsa perplexidade.”

A leitura cruzada de outras cartas confirma que Pessoa se referia aos seios da jovem, os “pombinhos” sobre os quais, em outro momento, diz deitar a sua cabeça.

Em outra carta, Pessoa escreve: “Queria ir, ao mesmo tempo”, à Índia e a Pombal.

“Se Pombal se torna agora uma metáfora transparente, a Índia permanece velada, sugerindo, obviamente, um outro ‘lugar’ menos acessível”, explica a investigadora.

Na correspondência do casal há outras referências, sobretudo de Ofélia, aos beijos e carícias trocados pelos dois e ao sentimento de júbilo e, às vezes, de saudade que essa recordação lhe provoca.

“Não creio, no entanto, que tenha havido entre os dois uma intimidade maior do que essa”, conclui.

“Enfim, foi, sem sombra de dúvida, um namoro comum, que irrita os que imaginavam que Fernando Pessoa tenha sido um homem incapaz de se relacionar com uma mulher. A verdade é que essas cartas reencontram um Fernando Pessoa como um homem muito normal, dentro da extrema anormalidade de ser um grande poeta”, acredita a especialista.

Fernando Pessoa deixou os sentimentos em segundo plano

 

FSP

 

CUBA: governo eliminará exigência de autorização para deixar a ilha

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O governo de Cuba eliminará a partir de 14 de janeiro de 2013 a exigência de permissão para sair da ilha, em vigor desde os primeiros anos do regime de Fidel Castro na década de 60. A medida também elimina a necessidade de uma carta de convite para viajar ao exterior e prolonga de 11 a 24 meses a autorização de permanência no exterior dos cidadãos cubanos.

“O governo cubano, no exercício de sua soberania, decidiu eliminar o procedimento de solicitação de Permissão de Saída para as viagens ao exterior e deixar sem efeito o requisito da Carta de Convite”, afirma um comunicado do ministério das Relações Exteriores.

A reforma migratória foi anunciada há dois anos pelo presidente Raúl Castro, que em 2006 substituiu o irmão enfermo, Fidel, e acontece como parte das mudanças para “atualizar” o modelo cubano.

Mas, como explicou o próprio Raúl Castro em ocasiões posteriores, essa é uma questão complexa em consequência das tensões de meio século com os Estados Unidos, onde vivem 80% dos 1,5 milhão de cubanos que residem no exterior.

Apenas passaporte e o visto

O comunicado da chancelaria destaca que “a partir de 14 de janeiro de 2013 será exigida apenas (aos cubanos que desejam viajar) a apresentação do passaporte corrente atualizado e o visto do país de destino”.

Desde a década de 60, Cuba exigia de todos os cidadãos uma permissão de saída que autoridades podem aceitar ou negar, ao custo de 150 dólares, um valor alto em um país no qual o salário mensal médio equivale a 20 dólares.

Também exigia uma carta de convite, emitida a pedido de parentes e amigos residentes em outros países. O custo atual do texto é de quase 200 dólares na média, dependendo do país que o cubano pretende visitar.

De acordo com a legislação antiga, os 11 meses, que deviam ser prorrogados mês a mês ao custo 50 dólares, representavam o prazo máximo. Depois do período, o viajante era considerado oficialmente “desertor” e perdia vários direitos.

CP

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