Arquivo do dia: junho 13, 2012

Estudo Unicamp: 16 capitais possuem água potável contaminada

Pesquisa desenvolvida pelo Instituto Nacional de Ciências e Tecnologias Analíticas Avançadas (Inctaa), sediado no Instituto de Química na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), mostra que a água potável fornecida em 16 capitais brasileiras, onde vivem aproximadamente 40 milhões de pessoas, apresenta contaminação por substâncias que podem ser nocivas à saúde humana.

Os pesquisadores identificaram, por exemplo, concentrações variadas de cafeína, atrazina (herbicida), fenolftaleína (laxante) e triclosan (substância presente em produtos de higiene pessoal). No entanto, as substâncias encontradas não figuram na lista de compostos que devem ser monitorados pelas concessionárias de água, antes de distribuí-la como potável.

“Já dispomos de estudos científicos que apontam que esses compostos têm causado sérios danos aos organismos aquáticos. Está comprovado, por exemplo, que eles podem provocar a feminização de peixes, alteração de desenvolvimento de moluscos e anfíbios e decréscimo de fertilidade de aves”, diz Wilson Figueredo Jardim, professor titular do Instituto de Química da Unicamp, coordenador da área de contaminantes emergentes do Inctaa.

De acordo com o professor, há indícios de que os contaminantes não legislados, especialmente hormônios naturais e sintéticos, como o estrógeno, que podem provocar mudanças no sistema endócrino de homens e mulheres.

A análise da água potável feita pelas concessionários distribuidoras é executada baseado na portaria do Ministério da Saúde (MS) número 2.914, de dezembro de 2011, que determina quais substâncias devem ser monitoradas. A portaria sofre frequentes alterações, em decorrência dos novos compostos que são encontrados nos mananciais, mas, segundo o professor, as mudanças não são feitas na velocidade ideal.

“A parte legal caminha sempre com uma certa defasagem. Alguns compostos não legislados [que não estão incluídos na portaria do MS] começam a aparecer na água de abastecimento e têm trazido uma certa preocupação porque há evidências claras da ação deles nas comunidade aquáticas”, destaca Jardim.

“Nós não temos nada pesquisado sobre a exposição humana a esses compostos, porque é uma exposição crônica e basicamente leva anos para se ter alguma evidência. A gente então tem de esperar muito tempo”.

A pesquisa da Inctaa contou com a participação de 25 pesquisadores da Unicamp, Universidade de Brasília (UnB), Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF) e Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O Ministério da Saúde foi procurado, mas até o fechamento da matéria não havia respondido.

Agência Brasil

Fumar e beber tem ‘pouco efeito’ sobre fertilidade masculina, diz estudo

Mudanças no estilo de vida como parar de fumar e beber ou mesmo dietas contra obesidade teriam pouco efeito no combate à infertilidade masculina, de acordo com pesquisadores da Grã-Bretanha.Número de espermatozoides quase não é alterado por causa de cigarro e álcool

 

Segundo um estudo feito nas Universidades de Sheffield e Manchester e publicado na revista Human Reproduction, tabagismo, alcoolismo e obesidade não afetam a qualidade do sêmen. No entanto, os pesquisadores advertiram que evitá-los ainda é uma medida “de boa saúde”.

O estudo comparou os estilos de vida de 939 homens com baixo número de espermatozoides em seu sêmen com os de 1.310 homens com um número normal.

A pesquisa mostrou que há pouca diferença no número de espermatozoides móveis entre os pacientes que nunca fumaram e aqueles que tinham o hábito de consumir 20 cigarros ao dia. Há “pouca evidência” de que o uso recreativo de drogas, um elevado índice de massa corpórea ou consumo excessivo de álcool tenha afetado a qualidade do esperma.

O doutor Andrew Povey, da Universidade de Manchester, disse que escolhas de estilo de vida eram extremamente importantes para a saúde em geral, mas “provavelmente têm pouco influência” sobre a fertilidade masculina. Ele disse que o dado “potencialmente derruba boa parte do aconselhamento atual dado aos homens sobre como melhorar a fertilidade e sugere que muitos riscos comuns de vida podem não ser tão importantes quanto se pensava.”

Estilo de vida

“Atrasar o tratamento de fertilidade, para que possa haver alterações em seus estilos de vida, é uma medida que não está apoiada em evidências para melhorar as chances de uma concepção e, de fato, pode ser prejudicial a casais com pouco tempo a perder.”

O doutor Allan Pacey, da Universidade de Sheffield, disse: “Apesar de nossos resultados, é importante que os homens continuem a seguir os conselhos de boa saúde e cuidar do peso, parar de fumar e beber álcool dentro de limites razoáveis. Mas não há necessidade de que eles se tornem monges só porque querem ser pais.”

Existem outras medidas de fertilidade, tais como o tamanho e a forma do esperma ou a qualidade do DNA dos espermatozoides, que não foram considerados no estudo.

O Instituto Nacional de Saúde e Excelência Clínica da Grã-Bretanha está revendo os resultados do estudo e somente no final do ano deve anunciar se muda ou não suas diretrizes para os médicos que tratam de fertilidade.

BBC Brasil 

Superbactéria de gonorreia se espalha pela Europa

 

Bactéria mais resistente foi encontrada em 17 países. Infecção é a segunda DST mais comum na Europa 

 

As cepas de uma “superbactéria” de gonorreia foram responsáveis por quase um em cada dez casos da doença sexualmente transmissível em 2010, mais do que o dobro da taxa do ano anterior, disseram autoridades sanitárias na última segunda-feira (11).

As cepas resistentes a drogas também estão se espalhando pelo continente, advertiram as autoridades. Elas foram encontradas em 17 países europeus em 2010, sete a mais do que no ano anterior.

A gonorreia foi a segunda doença sexualmente transmissível (DST) mais comum na Europa em 2010, com mais de 32 mil infecções, indicaram dados do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), com sede em Estocolmo.

Embora a clamídia seja a DST mais registrada, com mais de 345 mil casos, o diretor do ECDC ressaltou que a gonorreia apresenta uma “situação crítica”.

Marc Sprenger afirmou que o aumento dos casos de cepas de superbactérias indica que há o risco de a gonorreia se tornar uma doença sem tratamento no futuro próximo.

A proporção de casos de gonorreia com resistência ao antibiótico recomendado para tratar a doença, a cefixima, subiu de 4% em 2009 para 9% em 2010.

O relatório do ECDC segue-se à advertência da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que as formas intratáveis da gonorreia resistente a drogas estão se disseminando pelo mundo.

A gonorreia é uma infecção bacteriana que, se deixada sem tratamento, pode provocar doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica, morte fetal, infecções oculares graves em bebês e infertilidade em homens e mulheres.

Ela é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns do mundo e é mais prevalente no sul e sudeste asiático e na África Subsaariana.

Apenas nos Estados Unidos estima-se que o número de casos por ano seja de cerca de 700 mil, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O surgimento da gonorreia resistente a drogas é causado pelo acesso não regulamentado e pelo uso excessivo de antibióticos, que ajuda a alimentar mutações genéticas da bactéria.

“Especialistas em saúde pública e médicos devem estar cientes da situação crítica atual e ficar vigilantes para fracassos do tratamento”, disse Sprenger em um comunicado.

Os especialistas afirmam que a melhor maneira de reduzir o risco de desenvolver uma resistência ainda maior – além da necessidade urgente de desenvolver drogas novas – é diagnosticar a doença de forma precisa e rápida e tratá-la com combinações de dois ou mais tipos de antibióticos ao mesmo tempo.


Autor: Redação 
Fonte: Reuters Superbactéria de gonorreia se espalha por países europeus

Bactéria mais resistente foi encontrada em 17 países em 2010. Infecção é a segunda DST mais comum na Europa 

As cepas de uma “superbactéria” de gonorreia foram responsáveis por quase um em cada dez casos da doença sexualmente transmissível em 2010, mais do que o dobro da taxa do ano anterior, disseram autoridades sanitárias na última segunda-feira (11).

As cepas resistentes a drogas também estão se espalhando pelo continente, advertiram as autoridades. Elas foram encontradas em 17 países europeus em 2010, sete a mais do que no ano anterior.

A gonorreia foi a segunda doença sexualmente transmissível (DST) mais comum na Europa em 2010, com mais de 32 mil infecções, indicaram dados do Centro Europeu para Prevenção e Controle de Doenças (ECDC, na sigla em inglês), com sede em Estocolmo.

Embora a clamídia seja a DST mais registrada, com mais de 345 mil casos, o diretor do ECDC ressaltou que a gonorreia apresenta uma “situação crítica”.

Marc Sprenger afirmou que o aumento dos casos de cepas de superbactérias indica que há o risco de a gonorreia se tornar uma doença sem tratamento no futuro próximo.

A proporção de casos de gonorreia com resistência ao antibiótico recomendado para tratar a doença, a cefixima, subiu de 4% em 2009 para 9% em 2010.

O relatório do ECDC segue-se à advertência da Organização Mundial da Saúde (OMS) de que as formas intratáveis da gonorreia resistente a drogas estão se disseminando pelo mundo.

A gonorreia é uma infecção bacteriana que, se deixada sem tratamento, pode provocar doença inflamatória pélvica, gravidez ectópica, morte fetal, infecções oculares graves em bebês e infertilidade em homens e mulheres.

Ela é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns do mundo e é mais prevalente no sul e sudeste asiático e na África Subsaariana.

Apenas nos Estados Unidos estima-se que o número de casos por ano seja de cerca de 700 mil, de acordo com o Centro para Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

O surgimento da gonorreia resistente a drogas é causado pelo acesso não regulamentado e pelo uso excessivo de antibióticos, que ajuda a alimentar mutações genéticas da bactéria.

“Especialistas em saúde pública e médicos devem estar cientes da situação crítica atual e ficar vigilantes para fracassos do tratamento”, disse Sprenger em um comunicado.

Os especialistas afirmam que a melhor maneira de reduzir o risco de desenvolver uma resistência ainda maior – além da necessidade urgente de desenvolver drogas novas – é diagnosticar a doença de forma precisa e rápida e tratá-la com combinações de dois ou mais tipos de antibióticos ao mesmo tempo.

Fonte: Reuters 

Apple vai colocar tecnologia «mãos livres» nos automóveis

Auto Foco

A Apple, um dos maiores fabricantes mundiais de computadores, smartphones e sistema de entretenimento, vai dar um passo importante como fornecedor da indústria automóvel através da oferta da sua tecnologia «mãos livres» a diversos construtores.

A empresa fundada por Steve Jobs irá integrar o seu assistente de comando de voz Siri, tecnologia lançada com o iPhone 4S, em diversos modelos de automóveis no prazo máximo de um ano. Segundo o «Automotive News», a empresa já acordo assinado com a General Motors, Honda e Toyota para além do interesse de outras cinco marcas: Audi, BMW, Chrysler, Jaguar, Land Rover e Mercedes-Benz.

O Siri terá um interface com os automóveis denominado «Eyes Free» que permitirá aos condutores fazer chamadas telefonicas, ditar mensagens de texto, solicitar instruções de navegação e outras funções com um simples toque de botão no volante e sem desviar os olhos da estrada.

A Apple anunciou por outro lado acordo com o gigante dos sistemas de navegação TomTom que vai permitir à marca californiana prescindir do serviço Google Maps passando a oferecer os seus próprios mapas e sistema de navegação nos seus dispositivos.

Brasileiros criam vacina contra a esquistossomose

Pesquisadores da Fiocruz preveem imunizar população em até cinco anos. Se fabricada em escala comercial, fórmula será a primeira do mundo voltada para doença parasitária

A primeira vacina contra a esquistossomose foi aprovada em sua primeira fase de testes clínicos. O exame inédito com pessoas também reserva uma situação histórica para o Brasil — o país nunca havia iniciado o desenvolvimento de uma tecnologia de vacina antes.

O resultado dos experimentos comprova que a substância Sm14 é segura para o uso humano e abre caminhos para novos testes cerca de 15 anos depois da comprovação de sua eficácia em animais. O Instituto Oswaldo Cruz (IOC), responsável pela criação da substância, espera incorporá-la ao calendário de vacinação infantil das áreas endêmicas e imunizar populações ameaçadas pela doença em no máximo cinco anos.

Na época dos testes em bovinos e ovinos, a eficácia da vacina atingiu índices de 75% a 90%, e também foi capaz de proteger os bichos da fasciolose, doença causada por outro tipo de verme. Já o teste em humanos começou em maio do ano passado. A vacina foi administrada em três doses, em 20 pessoas do Rio de Janeiro. “Essa foi a primeira fase de segurança, feita em indivíduos sadios. Não houve nenhum efeito colateral além da dor local, que já era esperada para uma vacina intramuscular”, explicou Tania Araújo Jorge, diretora do IOC. Para chegar a essa etapa, foi necessária a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), análise que levou mais de um ano.

A segunda fase de testes será feita no início de 2013, sob a coordenação da Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa etapa de segurança endêmica será de cooperação internacional e vai incluir entre voluntários crianças em idade pré-escolar do Brasil e da África. Cerca de 200 indivíduos vão receber a fórmula e serão acompanhados por três meses para garantir que o imunizante não lhes tenha causado efeitos colaterais.
A fase final vai atestar a eficácia da vacina em milhares de moradores de áreas endêmicas. Durante cinco anos, a saúde dessas pessoas será comparada aos índices da doença registrados nas regiões em que vivem.

O imunizante está em desenvolvimento há mais de 30 anos. A substância é produzida por meio de um método comum na criação de vacinas: usa-se parte do organismo causador da doença (um antígeno) como ferramenta para estimular a produção de anticorpos contra um vírus ou bactéria. Uma vez injetado no corpo de uma pessoa, o antígeno prepara o organismo para combater o corpo estranho. Essa fórmula, no entanto, é a primeira baseada no antígeno de um parasita. Ela é feita da proteína Sm14, isolada do Schistossoma mansoni na década de 1990.

A molécula foi clonada em laboratório e recombinada por meio de engenharia genética para ser sintetizada em uma levedura de grande escala. A versão recombinante da molécula é mais pura e segura que a proteína encontrada na sua larva de origem, e pode ser eficaz também contra outros helmintos. “Eles não têm a capacidade de sintetizar lipídios, gorduras que são a principal forma de energia do metabolismo. Então, eles precisam pegar isso do hospedeiro. E esse transporte é feito por essas moléculas”, explicou Miriam Tendler, coordenadora do projeto. “É bom lembrar que a vacina é o único método que é biologicamente lícito, ou seja, prepara o organismo para se defender do parasita. Não atua eliminando vetores nem espécies”, resumiu a pesquisadora.

Ineditismo
Caso a fórmula seja aprovada para fabricação, será a primeira contra helmintos, isto é, a única vacina criada até hoje contra uma doença parasitária. De acordo com os criadores da vacina e especialistas, a consolidação dessa descoberta pode abrir portas para o combate a outras doenças do gênero, como a malária, a leishmaniose e a teníase. “Se alguém descobrir uma vacina eficaz e segura contra um parasita do tamanho do Schistossoma, poderá ser agraciado com um Prêmio Nobel, porque é uma evolução muito grande na medicina. Até hoje, só conseguimos no máximo criar vacinas contra vírus ou bactérias”, explica Pedro Tuil, professor do Núcleo de Medicina Tropical da Universidade de Brasília (UnB).

A prevenção, no entanto, ainda não apresentou resultados no combate ao parasita. Como a consolidação de um sistema sanitário universal pode levar décadas, principalmente em áreas de pobreza extrema como o continente africano, a vacina se mostra uma alternativa promissora. “Tem remédio para a esquistossomose, mas, normalmente, a doença passa despercebida. A maioria a descobre somente quando os órgãos já desenvolveram a fibrose, uma espécie de cicatriz em volta do parasita”, explica o infectologista Jaime Rocha, do laboratório Exame.

Mesmo com o diagnóstico seguro e tratamento, algumas pessoas acabam contraindo a doença mais de uma vez. A famosa barriga d’água, causada pelo parasita, pode ser um sinal da falhas do fígado, que acaba por liberar o excesso de líquido no abdome. Caso seja possível a imunização de toda a população ainda na infância, todas as sequelas seriam evitadas e o problema da dificuldade de diagnóstico seria superado.

Roberta Machado – Correio Braziliense

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