Arquivo do dia: maio 22, 2012

Suspensa pena de morte por falta de injeção

Estãos suspensas as execuções de penas de morte no estado americano do Missouri, por falta de injeção letal.

Falta uma das três que são aplicadas nos condenados. A primeira põe o condenado para dormir (o Pentothal, cuja substância é o tiopental sódico, um barbitúrico que produz anestesia geral de curta duração); a segunda paralisa o condenado e provoca a parada da respiração (o Pavulon, uma preparação de brometo de pancurônio); e a terceira provoca a parada cardíaca (o cloreto de potássio).

A droga que está em falta é o Pentothal. O laboratório Hospira, Inc., de Illinois, único fornecedor da droga nos EUA, deixou de produzi-la em 2010, alegando “dificuldades de fabricação”. Por alguns meses, o laboratório importou tiopental sódico da Itália. Mas as transações foram encerradas em janeiro de 2011, porque a empresa italiana pediu garantias de que seu produto não será usado em execuções de pena de morte, obedecendo a uma ordem do parlamento do país, aprovada em dezembro de 2010.

O tiopental sódico, de qualquer marca, já está em falta em muitos estados. Assim, nenhum dos 37 estados que usam a mesma injeção letal pode emprestar um frasco da substância para Missouri, porque seus estoques também estão curtos.

Os estados podem mudar seus protocolos, mas eles têm de ser aprovados pelos tribunais e, possivelmente, pelas Assembleias Legislativas. Em Oklahoma, foi aprovada uma droga usada na eutanásia de animais para execuções de pena de morte. O estado de Ohio fez a mesma coisa: passou a usar um procedimento com apenas uma droga, o pentobarbital, que é empregado por veterinários em eutanásia de animais e já foi utilizado em uma execução em 2011. Mas também está difícil encontrar esse produto no mercado. A empresa dinamarquesa, H. Lundbeck, que distribui o produto nos Estados Unidos, proibiu o seu uso em execução de pena de morte.

O primeiro beneficiário da falta de injeção letal será Michael Tisius, 31 anos (foto), cuja execução está marcada para 3 de agosto deste ano. 

 

(João O. de Mello) via Blog trem Azul

Inventor do controle remoto morre aos 96 anos

Por Nayara Fraga


eugene_polley_1.jpg

Mudar de canal sem levantar do sofá ou da cama é um luxo inventado por Eugene Polley, que morreu no domingo passado, aos 96 anos, em Chicago.

Ele ficou conhecido pela criação do controle remoto Flash-Matic, em 1955 (foto abaixo). O dispositivo funcionava por meio de um feixe de luz que acionava células sensíveis na televisão. O problema era que as células não distinguiam muito bem a luz do controle da luz emitida por outras coisas. Além disso, era preciso mirar muito bem o equipamento no receptor da TV para que ele funcionasse.

À época, o invento foi considerado uma grande revolução. Junto com o engenheiro Robert Adler, que melhorou a criação de Polley, ele ganhou um Emmy por seu trabalho com controles remotos. O falecimento de Polley foi comunicado pela empresa Zenith Electronics, onde ele trabalhava quando criou o Flash-Matic.

flashmatic_1.jpg

O controle remoto Flash-Matic:

flashmatic1.jpg

“Um feixe mágico de luz do outro lado da sala (sem fio) liga, desliga (a TV), muda de canal… E você permanece na sua cadeira confortável”, diz o anúncio do Flash-Matic, de 1955. “Absolutamente não-prejudicial a humanos.” Não há data precisa de quando o anúncio foi veiculado.

RADAR TECNOLOGICO/Estadão

Uma história contra o racismo, preconceito e xenofobia

Racismo não

Racismo não

Estamos num refeitório estudiantil, de uma universidade alemã. Uma aluna loirinha e indiscutivelmente germânica retira seu bandejão com o prato do dia e vai se sentar em uma mesa. Então, descobre que esqueceu de pegar os talheres, e volta para buscá-los. Ao regressar, descobre com surpresa que um rapaz negro – a julgar por seu aspecto, vindo provavelmente de algum lugar bem ao sul do Saara –tinha se sentado no seu lugar, e estava comendo da sua bandeja.

No começo, a garota se sente desconcertada e agredida, mas logo corrige seu pensamento inicial e supõe que o africano não está acostumado ao sentido de propriedade privada e de intimidade do europeu, ou quem sabem não tenha dinheiro suficiente para comprar sua própria comida, apesar de a bandeja universitária ser até barata, considerando o elevado custo de vida do seu rico país.

A garota, portanto, decide se sentar em frente ao sujeito, sorrindo amistosamente, o que o rapaz negro responde com outro sorriso pacífico. Em seguida, a alemã começa a comer da comida que está na bandeja em frente aos dois, tentando demonstrar a maior naturalidade possível, compartilhando aquela refeição com o colega com saborosa generosidade e cortesia. Assim, ele vai comendo a salada, enquanto ela aproveita a sopa, ambos beliscam igualitariamente o mesmo refogado, até limpar o prato, até que ele escolhe o iogurte de sobremesa, enquanto ela prefere a fruta. Tudo isso acompanhado de diversas expressões educadas, tímidas por parte do rapaz, suavemente condescendente e compreensivas por parte dela.

Terminado o almoço, a aluna alemã se levanta para ir buscar um café. E então descobre, na mesa que estava logo atrás dela, sua própria jaqueta colocada sobre o braço de uma cadeira, e em frente a esta, uma bandeja de comida intacta.

Dedico esta história deliciosa, que além do mais é verídica, a todos aqueles espanhóis (nota do tradutor: e se poderia extender também aos brasileiros) que no fundo nutrem um enorme receio pelos imigrantes e os consideram indivíduos inferiores. A todas essas pessoas que, ainda que bem intencionadas, observam o mundo com condescendência epaternalismo. Será melhor se nos livramos dos prejuízos, ou corremos o risco de fazer o mesmo ridículo que a pobre alemã, que pensava ser o cúmulo da civilização, enquanto o africano, ele sim imensamente educado, a deixou comer de sua bandeja, talvez pensando: “acho que esses europeus estão mesmo malucos”.

 

Por Rosa Montero, para o diário espanhol El País, Tradução de Victor Farinelli

COMPORTAMENTO: o mapa da violência contra crianças

O Ministério da Saúde fechou levantamento inédito: o mapa da violência contra crianças.

Feita pela primeira vez no Brasil, a pesquisa mostra que, em 2011, a violência sexual tirou 2º lugar na tipificação do crime, entre crianças menores de 10 anos. Elas somam 35% dos casos registrados, perdendo apenas para negligência e abandono (36%).

E pior: 64,5% das notificações aconteceram onde a criança… mora. Maior parte dos agressores? Os próprios pais ou outros familiares (38%). E força física e espancamento são as formas mais comuns para violentar as crianças (22%).

Mas os números do ministério trazem pelo menos um alento: conforme a criança cresce, a violência diminui.

Entre pré-adolescentes e adolescentes de 10 a 14 anos, os casos de violência sexual são 10,5% dos registrados. Já na faixa dos 15 aos 19 anos, a violência sexual cai para o terceiro lugar, com 5,2% – após violência física (28,3%) e psicológica (7,6%).

SoniaRacy

%d blogueiros gostam disto: