Arquivo do dia: janeiro 21, 2012

Cinco mil viciados são internados à força em São Paulo

Deu  no Estadão:

Enquanto se discute na esfera judicial se a internação compulsória de viciados em crack é válida ou não, pelo menos 5.103 dependentes desta e de outras drogas foram internados de forma involuntária em São Paulo nos últimos oito anos. Na média, são quase dois por dia. Levantamento inédito obtido pelo Estado revela que, contando outras doenças psiquiátricas, esse número pula para 32.719 casos.

Clínica Monte Rey, em Juquitiba. Pacientes fazem oração de mãos dadas antes da refeição - Nilton Fukuda/AE
Nilton Fukuda/AE
Clínica Monte Rey, em Juquitiba. Pacientes fazem oração de mãos dadas antes da refeição

A maior parte dos pacientes involuntários apresenta diagnóstico de psicose, esquizofrenia e dependência química provocada por álcool e drogas – doenças diretamente associadas, segundo especialistas, que somam mais de 20 mil casos. Na lista, há relatos de transtornos causados por crack, cocaína, heroína e maconha entre usuários de até 60 anos, incluindo adolescentes.

Os dados são do Ministério Público Estadual, que deve ser notificado quando a internação involuntária ocorre mediante aprovação da família em um prazo máximo de 72 horas. A regra vale para qualquer diagnóstico, relacionado ou não ao uso de álcool e drogas.

Apesar de polêmica, a medida é considerada legal em todo o País desde abril de 2001, a partir da publicação da Lei 10.216, que permite que parentes de sangue optem pelo tratamento mesmo sem consentimento do paciente. A legalidade da internação, no entanto, depende da apresentação de um laudo médico, assinado por um psiquiatra.

A exigência médica – aliada à regra que proíbe que o tratamento involuntário seja solicitado por maridos e mulheres – promove, segundo representantes do Ministério Público, uma subnotificação, especialmente entre pacientes com alto poder aquisitivo, que podem pagar clínicas particulares.

Responsável pelo controle dos dados, o promotor de Justiça Mário Coimbra afirma que um número muito maior de pessoas passa ou já passou por internações contra vontade na capital e em outras cidades do Estado. “Isso ocorre porque as clínicas clandestinas que afirmam tratar dependentes químicos se proliferam no Estado. Elas não fazem a notificação obrigatória quando recebem um paciente internado de forma involuntária porque são irregulares, não têm estrutura física ou médica e, muitas vezes, nem tratamento oferecem”, diz Coimbra, que coordena o Centro de Apoio Operacional (CAO) Cível e de Tutela Coletiva da Saúde Pública.

Debate. O promotor defende a criação de uma legislação específica que regule o trabalho dessas instituições, a fim de evitar que familiares se iludam com propagandas enganosas e pacientes sejam maltratados durante a internação. “Temos de promover uma ampla discussão sobre o tema, que determine novas condições de fiscalização. O Ministério Público não tem como atuar sozinho”, afirma Coimbra.

Adriana Ferraz – O Estado de S. Paulo

Site de relaciomento gay atacado por hacker

Por Tatiana de Mello Dias/Estadão

100 mil usuários do app dedicado à comunidade gay podem ter tido seus dados expostos

O Grindr foi atacado. A estimativa é que 100 mil usuários tiveram seus dados expostos. O app de encontros, dedicado à comunidade gay masculina, permite que se encontre um parceiro a poucos metros de distância usando o GPS.

Especula-se que até mesmo fotos de pessoas nuas foram expostas. No ataque, foram divulgados dados como nomes, apelidos, senhas, contatos favoritos e mensagens pessoais. O hacker também trocou as fotos de alguns usuários para fotos explícitas.

O app usa uma combinação de caracteres, conhecida como ‘hash’, no lugar de login e senha. O ‘hash’ é trocado entre os smartphones para facilitar a comunicação entre eles. Especula-se que tenha sido aí o ataque. O hacker descobriu que o número de um usuário poderia ser substituído pelo número de outro, e assim ele poderia se passar por qualquer pessoa com perfil no Grindr.

O criador do app, Joel Simkhai, assumiu a vulnerabilidade. O problema está tanto no Grindr quanto no Blendr, versão para heterossexuais. Simkhai disse que estava esperando uma nova arquitetura ser construída, mas agora lançará uma atualização em poucos dias.

Simkhai disse que eles costumam pegar pessoas tentando hackear os servidores da empresa e que há uma equipe dedicada a evitar os ataques.

Desta vez a segurança falhou. “As vulnerabilidades serão consertadas o mais humanamente rápido possível”, disse. Não há um número exato de quantos usuários foram atingidos.

O site criado pelo hacker também fazia links entre os nomes e outros dados, como o perfil da pessoa no Twitter. O site já está fora do ar. As informações são do jornal australiano Sydney Morning Herald.

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