O Facebook planeja lançar sua oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) entre abril e junho de 2012, informaram pessoas próximas à iniciativa ao “Wall Street Journal”. Com a estratégia, a rede social estima levantar US$ 10 bilhões, elevando o valor de mercado da companhia para US$ 100 bilhões. No início deste ano, a empresa foi avaliada em US$ 50 bilhões, após um investimento do Goldman Sachs Group.
O Facebook não confirmou a informação. “Não vamos comentar especulações sobre um IPO”, disse Larry Yu, porta-voz da companhia ao “Wall Street Journal”.
Segundo as fontes citadas pelo jornal americano, o registro do pedido na Comissão de Valores Mobiliários americana (SEC, na sigla em inglês) pode ser realizado ainda neste ano. David Ebersman, executivo-chefe de finanças do Facebook, já estaria mantendo conversações com bancos do Vale do Silício sobre o IPO.
Com a projeção de US$ 10 bilhões, o Facebook alcançaria um montante jamais atingido por um IPO de uma companhia de tecnologia. Hoje, esse recorde pertence à Infineon Technologies AG, que gerou US$ 5,23 bilhões nesse processo em 1999.
O Facebook deverá divulgar os resultados financeiros referentes ao primeiro trimestre de 2012 em abril. Isso porque a Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, exige que a companhia que tiver a partir de 500 acionistas revele as informações financeiras. O Facebook deve ultrapassar essa marca até o fim deste ano.
Privacidade dos Usuários
Nesta terça-feira, 28, A Comissão de Comércio Federal dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) fechou um acordo com o Facebook no qual a rede social concorda em pagar multa sobre o uso de informações pessoais dos usuários. A rede social tem sido acusada em todo o mundo a cada mudança das políticas de privacidade por não notificar os 800 milhões de pessoas que usam o site.
A FTC acusou a empresa de Mark Zuckerberg de não cumprir as regras estabelecidas aos usuários desde dezembro de 2009, quando tornou públicos os nomes, imagens, cidade, gênero e lista de amigos sem avisar os membros da rede. Além disso, o órgão alertou que o Facebook prometeu aos usuários que não iria compartilhar as informações pessoais com anunciantes, mas acabou realizando a prática para arrecadar receita. A agência incluiu com isso aplicativos desenvolvidos com terceiros, mesmo que o compartilhamento, com eles, seja restrito a algumas informações.
Em postagem no blog oficial do Facebook, O CEO Zukerberg afirma que “é o primeiro a admitir que sua empresa cometeu alguns erros” e esclareceu que o acordo com a FTC coloca a empresa no mesmo caminho acertado por outras empresas de tecnologia, como o Google e o Twitter. “Estamos formalizando e deixando claro nosso compromisso em longo prazo em fazer coisas que sempre tentamos e planejamos – dar ferramentas para controlar quem pode ver suas informações e ter a certeza que apenas as pessoas autorizadas podem acessá-las”, diz a nota.
O acordo também obriga o Facebook a realizar revisões periódicas de suas práticas de privacidade por meio de uma auditoria privada pelos próximos 20 anos. “A inovação do Facebook não tem que acontecer em detrimento da privacidade do usuário”, diz a nota da FTC. O documento passa por audiência pública nos Estados Unidos nos próximos 30 dias antes de uma decisão final do órgão.
(Moacir Drska |Valor)