Maristela Bairros
Honestamente, Steve Jobs eu curto assim por tabela, porque não tive a honra de comprar nem uma de suas engenhocas, ainda estou com meu Windows, meu celular sem câmera fotográfica, e sem pressa de entrar para o grupo dos Applemaníacos. Eu me incluo mais na turma dos que admiram o cara por sua inteligência acima da média e também por seu jeitão mais pra Greta Garbo do que pra Marilyn Monroe (esta, com certeza um avatar do Bill Gates) e o mito que alimentou de que era “difícil” no trato, um chato cheio de manias e de eterno mau humor.
– Grande coisa! Quem me dera ter cruzado com “difíceis” talentosos como Jobs em minha vida! Pelo menos, eu me conformaria em estar engolindo fogo por uma causa nobre, criativa, daquelas que alavancam a vida humana. Pior é ter de partilhar horas e horas com “difíceis” medíocres, daqueles que se sentem no direito de ter pití sem merecer sequer o direito de revirar os olhinhos em sinal de descontentamento.
Mas eu falava de Jobs, e destas criaturas que surgem em tão diferentes meios sociais, econômicos e culturais, com uma missão muito clara que, não importa o tamanho do sacrifício ou das barreiras, terminam cumprindo. Como espírita convicta (mas fora do tal movimento dos espíritas) acredito que estas grandes almas (não necessariamente boazinhas e mansos) terminam voltando a diferentes mundos para ajudar os ignaros a aprender mais rapidamente e assim mover os mundos para cima. Poupam, assim, Deus de ter que suportar diuturnamente pela eternidade a burrice dos filhos, sua lentidão, atraso e má-vontade.
Fiz, esta semana, um exercício: tentar sacar quem foi Steve Jobs em outras vidas. Sim, porque espírita pra valer tem de acreditar nisso! Já vivemos muitas vidas, ora como homem, ora como mulher (por favor, sem ilações com as origens do homossexualismo, debate em que não entro!), enquanto outras correntes espiritualistas afirmam que cada um de nós já foi bicho, planta e mineral, outra polêmica em que não meto – e continuo a matar baratas!
Pelos conhecimentos de Jobs nas ciências exatas, deve ter pertencido a alguma extirpe ancestral ligada aos números, talvez até dos atlantes. Como também era filósofo (e quem disse isso, sabiamente, foi meu amigo Amauri Mello), deve ter sido de alguma escola socrática. Depois, pode ter nascido na Renascença, em algum movimento estético e cultural, já que sua visão plástica na Apple é evidente. Na revolução industrial, lá estava ele, tirando o povo da manufatura pra botar todo mundo a tocar máquinas. E veio vindo, o Steve, juntando conhecimentos e, claro, vaidades, por que não? Era bom e sabia disso!
Dizem que antes de reencarnar há 50 e poucos anos, nos Estados Unidos, disposto a se aperfeiçoar pra agradar ao Senhor, e já sabendo que ia ser entregue pelos pais de sangue (e aí não me meto, são brigas de família de muitos milênios!) para adoção, ofereceram a ele a chance de, numa ainda maior prova de humildade, nascer de família miserável numa cidadezinha do Nordeste. Mas, Steve pensou bem, e lembrou daquele outro sujeito que conhecera na sala de espera, que estava espumando de brabo porque teria de voltar a viver desta vez no Brasil. E era um caso mais complicado que o dele, pois o tal sujeito tinha a ficha cheia de malfeito, além de ser arrogante, reativo e vidas e vidas inteiras ter feito parte dos alunos que usavam chapéu de burro na escola, embora a esperteza fosse sempre imensa, sempre metido em política.
Foi aí que Steve achou melhor abraçar a causa tecnológica na terrinha do Tio Sam e deixar a provinha pro outro que, afinal, tinha se comprometido em ser finalmente honesto, justo e bom e não mais um enganador, um demagogo aproveitador. Pois é. Steve Jobs cumpriu a palavra. Viveu pouco, mas foi realmente “o cara”. O outro, que veio pro Nordeste, na primeira oportunidade cortou o dedo mindinho pra poder ficar recebendo uma graninha sem trabalhar.
Também ganhou, do tal Todo Poderoso, um grande poder, sua chance de ser um líder exemplar, mas preferiu fazer, de novo, todas as porcarias que vem fazendo século após século.
Então, companheiro Steve Jobs, aproveita e descansa aí, mas volta logo! De preferência, no Brasil. A gente tá precisando muito!
Clinica da Palavra
Maristela Bairros
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