Bonecos articulados, com mudas de roupas e acessórios personalizados são comuns em lojas de todo o país. Mas um trio em especial, à venda em uma loja na rua da Consolação, no centro de São Paulo, chamou a atenção por um diferencial polêmico: ser a representação fiel de Hitler e de dois outros oficiais da Alemanha nazista.
À venda no aniversário da morte de Hitler, dia 30 de abril, o que mais chamava a atenção era o boneco de Heinrich Himmler, chefe da polícia e figura-chave na organização do Holocausto. Muito detalhado e realista, Himmler vem em uma caixa com outras gravatas, um uniforme adicional e sapatos extras para serem combinados.
Os bonecos incomodaram a comunidade judaica. Alberto Zacharias Toron, advogado criminalista, diz que irá se colocar “à disposição da Federação Israelita para tomar as providências legais cabíveis para se apurar o crime de instigação racista, previsto em lei”.
O dono da loja, Rodolfo Pranaitis, afirma que os produtos “são apenas a representação de figuras históricas. Na própria caixa está escrito que é apenas um boneco e que não há a intenção de ofender as pessoas ou apoiar os crimes cometidos durante a guerra”.
Ele diz ainda que não pretende tirar os bonecos da loja. Himmler sai pela bagatela de R$ 799,00. Já Hitler, menos personalizável (não é possível trocar os sapatos ou a calça do ditador), custa R$ 599,00. A loja conta ainda com bonecos de super-heróis e personagens de filmes. Após analisar as fotos dos bonecos feitas pela reportagem, a Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância), da Polícia Civil, informou que irá avaliar se a venda deles representa ou não algum tipo de apologia ao nazismo.
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Já bonecos do Ariel Sharon poderão serem vendidos a vontade, com fotos de Sabra e Chatilla.