O Exército americano se desculpou nesta segunda-feira pela atitude de alguns de seus soldados no Afeganistão, após serem divulgadas fotos em que eles aparecem ao lado de corpos de civis.
Publicadas pela revista alemã Der Spiegel, as imagens mostram militares americanos segurando cadáveres de pessoas que eles próprios teriam matado. Em um delas, um militar é retratado sorrindo, segurando a vítima pela cabeça.
Segundo a revista, essa seriam apenas algumas das cerca de 4 mil fotos e vídeos e apreendidas por investigadores do Exército americano.
Elas teriam sido tiradas em 2010 por uma unidade que se intitula “a equipe da morte”, que é considerada “rebelde” pelas Forças Armadas.
Corte marcial
Em nota, o Exército qualificou as fotos como “repugnantes” e afirmou que elas estavam sendo usadas como provas em uma corte marcial.
De acordo com a revista, quem está sob julgamento é o soldado Jeremy Morlock, identificado em uma das fotos. Ele é acusado de assassinato premeditado de três civis.
Ele teria se declarado culpado e seu julgamento deve ser encerrado na quarta-feira. Outros sete soldados de sua unidade também foram acusados de crimes como lançar granadas e abrir fogo contra civis desarmados e desmembrar as vítimas.
Segundo o correspondente da BBC em Cabul Paul Wood, as imagens devem aprofundar as tensões entre o governo afegão e a população de um lado, e as forças de coalizão lideradas pelos EUA, do outro.
Wood afirma que a morte de afegãos por militares estrangeiros costuma causar mais revolta na população do que os assassinatos do Taleban.
Um número recorde de civis foi morto no Afeganistão em 2010: mais de 2.700 – um aumento de 15% em relação ao ano anterior.
BBC/UK