Arquivo do dia: março 1, 2011

Ministra sobre jornalistas: “Eles não sabem fazer conta, não?”

A ministra do Planejamento, Miriam Belchior (foto), que completa apenas dois meses num dos cargos mais importantes e complexos do primeiro escalão, já demonstra irritação com os jornalistas.

Foi nesta segunda-feira (28), durante anúncio do detalhamento dos cortes de R$50 bilhões no Orçamento de 2011. Por pelo menos quatro vezes, a ministra chegou a pedir calma ao auditório onde cerca de 70 jornalistas tentavam entender as explicações.

A coletiva  foi para esclarecer os cortes no orçamento anual da União. Após seguidas perguntas a respeito do mesmo assunto, Belchior se irritou e, diante de aproximadamente 70 repórteres, reclamou: “vou responder essa pergunta pela quarta vez”, avisou.

Quando as dúvidas dos jornalistas presentes giravam em torno do crédito extraordinário de R$ 3,5 bilhões, a ministra do Planejamento chegou a perguntar ironicamente a sua colega Célia Correa, secretária do orçamento, se “eles (jornalistas) não sabem fazer conta, não?”.

Até os primeiros instantes da coletiva, nenhum documento oficial do governo com dados e outras informações foi entregue aos jornalistas. Em outra oportunidade, a titular do Planejamento retrucou uma pergunta sobre a chance do Programa Bolsa Família sofrer um reajuste. “Não foi essa sua pergunta (feita ao microfone). Essa é sua pergunta!”, respondeu Miriam.

“Bolão Federal”
Se o clima não estava amistoso entre ministra e imprensa, uma jornalista, enquanto realizava uma sequência de perguntas, encerrou com um questionamento atípico. “Queria também saber se foi algum ministro insatisfeito com os cortes que causou o pé enfaixado da secretária (do orçamento) Célia Correa”.

Na sequência, Miriam completou: “Fizemos um bolão para saber qual jornalista seria o primeiro a fazer a piadinha”.

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Morre a atriz francesa Annie Girardot

AFP

Nos últimos anos, Annie Girardot participou dos filmes Caché (2005) e A Professora de Piano (2001)

A atriz francesa Annie Girardot morreu nesta segunda-feira (28) em um hospital de Paris, aos 79 anos, anunciou à AFP sua neta, Lola Vogel.

A estrela, cuja carreira começou em 1955 e teve seu apogeu nos anos 1970, participou de sucessos como Rocco e seus Irmãos, de Luchino Visconti, e atuou sob a direção de outros diretores renomados, como Claude Lelouch, Roger Vadim e Mario Monicelli.

A atriz sofria há vários anos do Mal de Alzheimer, e se converteu num símbolo da doença depois de aceitar filmar o documentário Ainsi va la Vie (Assim vai a Vida), de Nicolas Baulieu, que a acompanhou durante oito meses, retratando sua perda de memória.

Filha de uma parteira, Annie Girardot seguiu os passos de sua mãe, formando-se em enfermagem, mas depois mudou de rumo e voltou-se para o mundo espetáculo, alcançando seu primeiro triunfo em 1974 com a peça Madame Marguerite. Ela ganhou seu primeiro César – o Oscar do cinema francês – em 1977 por seu papel em Docteur François Gailland, de Jean-Louis Bertucelli.

Sua história de amor com o público sofreu uma interrupção quando Girardot praticamente desapareceu das telas no início dos anos 1980, voltando, em seguida, para algumas aparições.

Girardot provocou uma grande emoção coletiva durante a cerimônia de entrega do César de 1996, quando recebeu o prêmio de Melhor Atriz Coadjuvante por sua atuação em Os Miseráveis, do cineasta francês Claude Lelouch, depois de uma longa ausência das telas.

Com os olhos cheios de lágrimas e com o César nas mãos, a atriz confidenciou ao público.

– Eu não sei se fiz falta ao cinema, mas senti uma falta louca e dolorosa o cinema francês.

Os espectadores, tomados pela emoção, aplaudiu-a longamente de pé.

A filmografia da atriz inclui Os Companheiros, de Mario Monicelli, Morrer de Amor, de André Cayatte, Viver por Viver, de Claude Lelouch, e Llueve sobre Santiago, de Helvio Soto.

Suas últimas interpretações foram em dois filmes do austríaco Michael Haneke, A Professora de Piano (2002), com Isabelle Huppert, e Caché, (2005), estrelado por Juliette Binoche.

Em autobiografia divulgada em 2003, ela dizia ter sido a “antivamp que tranquiliza” os espectadores, mas que aproveitou ao máximo a vida.

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