Arquivo do dia: fevereiro 16, 2011

Carecas: descoberto, por acaso, hormônio que faz crescer cabelo

A cura da calvície pode ter sido descoberta por acidente. Cientistas da Universidade da Califórnia, que investigavam como o estresse afeta a função gastrointestinal, podem ter encontrado um composto químico que induz o crescimento de cabelos, através do bloqueio do hormônio associado à queda. A descoberta foi publicada no jornal online PLoS One.

– Nossa descoberta mostra que a duração do tratamento com o composto causa um enorme crescimento a longo prazo em camundongos cronicamente estressados – diz Million Mulugeta, professor de medicina na divisão de doenças digestivas da David Geffen School of Medicine e autor da pesquisa. – Isto pode abrir novas possibilidades de tratamento de queda de cabelo em humanos através da modulação dos hormônios receptores de estresse, particularmente os relacionados ao estresse crônico e à idade.

Para o experimento, foram usados camundongos geneticamente alterados para produzir mais CRF, os hormônios de estresse. Com o passar do tempo esses roedores perdem pelos e ficam carecas nas costas, visualmente diferentes dos demais. O Salk Institute desenvolveu então o composto químico, um peptídeo chamado astressin-B, com habilidade de bloquear a ação do CRF.

O composto foi injetado nos ratos carecas uma vez por dia durante cinco dias e os colocaram de volta nas gaiolas com outros ratos peludos. Três meses depois os pesquisadores não conseguiram mais distinguir os camundongos injetados dos demais.

Por enquanto, o efeito foi testado apenas nos camundongos, mas os pesquisadores também usaram nos roedores o minoxidil, que é usado em humanos e, como em humanos, teve um crescimento brando como resultado. Isto sugere que o astressin-B pode também ser usado com humanos para modular os receptores de CRF encontrados na pele humana.

Morre o escritor jornalista Sérgio Jockymann

O jornalista, romancista, poeta, dramaturgo e ex-deputado Sérgio Jockymann, 80 anos, morreu hoje (16), às 15 horas, de insuficiência renal, no hospital da Unicamp (SP). Desde o final de novembro ele estava em Campinas, onde vive a filha Luelin, 42 anos, para um tratamento de saúde. Há dois dias ele estava inconsciente, devido à rejeição de um tratamento de diálise a que vinha se submetendo.

Antes de ir para São Paulo, o jornalista vivia, já com a saúde debilitada, entre a praia do Campeche, no Sul da Ilha de Santa Catarina, e a praia do Siriú, ao lado de Garopaba, com a mulher Simone, 70 anos. Ele deixa cinco filhas Iria (60), Dafne (58), Heliana (59), do primeiro casamento, e Luelin (42) e Karel (38), do casamento com Simone, além de netos e bisnetos.

Segundo Simone, ele andava muito deprimido nos últimos anos, por causa da morte do filho, o jornalista André, em 2008, e devido a graves problemas jurídicos. “Ele ficou decepcionado depois de ter perdido, em todas as instâncias, para a Vivo, que usou um poema seu chamado Os Votos numa mensagem de final de ano, como se fosse do francês Victor Hugo”, conta Simone, acrescentando que o poema foi publicado em 30 de dezembro de 1978, no jornal Folha da Tarde de Porto Alegre, onde Jockymann trabalhava. “Ele não admitia a acusação de que uma obra sua era plágio”, conta ela.

Há um ano, Jockymann reagiu um pouco com o nascimento da neta Aurora, filha de Karel. “Ela era a Aurora da minha vida, costumava dizer pela manhã, quando via o sorriso da menina”, afirma Simone. Sérgio será enterrado amanhã (17), em Campinas, sem qualquer tipo de cerimônia, pois era um pedido seu aos familiares sempre que falava da morte, já que não tinha religião.

Sérgio Jockymann nasceu em Palmeiras das Missões em 1930 e completaria 81 anos em 29 de abril próximo. Jornalista desde os 17 anos, passou pelos principais veículos de Comunicação do Rio Grande do Sul, entre eles o Diário de Notícias, Caldas Júnior e RBS. Trabalhou também como autor de telenovelas e seriados de TV, além de ser autor de várias peças de teatro, entre elas Caim (1955), Tutu Marambá, Boa tarde, excelência (1962) e Marido, matriz e filial. Em 1980, sua peça teatral SpirosStragos foi publicada pelo Ministério da Educação e Cultura e obteve o 2º lugar no IX Congresso Nacional de Dramaturgia.

Conheça o poema Os Votos

Pois desejo primeiro que você ame e que amando, seja também amado.
E que se não o for, seja breve em esquecer e esquecendo não guarde mágoa.

Desejo depois que não seja só, mas que se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos e que mesmo maus e inconsequentes sejam corajosos e fiéis.
E que em pelo menos um deles você possa confiar e que confiando não duvide de sua confiança.
E porque a vida é assim, desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos nem poucos, mas na medida exata para que algumas vezes você interprele a respeito de suas próprias certezas.
E que entre eles, haja pelo menos um que seja justo para que você não se sinta demasiadamente seguro.

Desejo depois que você seja útil, não insubstituívelmente útil mas razoavelmente útil.
E que nos maus momentos, quando não restar mais nada, essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante, não com que os que erram pouco, porque isso é fácil, mas com aqueles que erram muito e irremediavelmente.
E que essa tolerância nem se transforme em aplauso nem em permissividade, para que assim fazendo um bom uso dela, você dê também um exemplo para os outros.

Desejo que você sendo jovem não amadureça depressa demais,
e que sendo maduro não insista em rejuvenescer,
e que sendo velho não se dedique a desesperar.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.

Desejo por sinal que você seja triste, não o ano todo, nem um mês e muito menos uma semana,
mas um dia.
Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso diário é bom, o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra com o máximo de urgência, acima e a despeito de tudo, talvez agora mesmo, mas se for impossível amanhã de manhã, que existem oprimidos, injustiçados e infelizes.
E que estão estão à sua volta, porque seu pai aceitou conviver com eles.
E que eles continuarão à volta de seus filhos, se você achar a convivência inevitável.

Desejo ainda que você afague um gato, que alimente um cão e ouça pelo menos um João-de-barro erguer triunfante seu canto matinal.
Porque assim você se sentirá bom por nada.

Desejo também que você plante uma semente por mais ridículo que seja e acompanhe seu crescimento dia a dia, para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro porque é preciso ser prático. E que pelo menos uma vez por ano você ponha uma porção dele na sua frente e diga: Isto é meu.
Só para que fique claro quem é o dono de quem.

Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal, não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.
Mas que essa frugalidade não impeça você de abusar quando o abuso se impor.

Desejo também que nenhum de seus afetos morra, por ele e por você. Mas que se morrer, você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.

Desejo por fim que,
sendo mulher, você tenha um bom homem
e que sendo homem tenha uma boa mulher.

E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez e novamente de agora até o próximo ano acabar.
E que quando estiverem exaustos e sorridentes, ainda tenham amor pra recomeçar.

E se isso só acontecer, não tenho mais nada para desejar

Publicado no jornal Folha da Tarde, de Porto Alegre, em 30 de Dezembro de 1978

Duda Hamilton/Sul21

Brasil vai banir medicamentos para emagrecer

Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), entidade que controla os medicamentos no Brasil, quer banir de vez a comercialização de todas as drogas usadas para emagrecer que atuam no sistema nervoso central: a sibutramina e os derivados de anfetamina (femproporex, dietilpropiona e mazindol).

A única droga para o tratamento da obesidade que continuará legalizada será o orlistate (Xenical®), que atua directamente no intestino, reduzindo em cerca de 30% a absorção de gordura.

Estudos apontam que o consumo de sibutramina aumenta o risco de problemas cardíacos. Desde o ano passado que a Anvisa impôs novas regras e endureceu os critérios de venda desse fármaco, que deixou de ser vendido como medicamento comum no Brasil e passou a integrar a categoria dos anorexígenos, drogas que exigem receita especial.

A proposta de proibir os medicamentos para emagrecer foi anunciada a especialistas e entidades médicas da área na semana passada e será publicada  hoje ( quarata-feira) no site da agência, junto com um parecer explicando os motivos.

Para os médicos endocrinologistas que atuam no combate à obesidade, a medida é radical e vai deixar os pacientes sem opção de tratamento, já que o controle da fome e da saciedade ocorre no cérebro. “Quase metade da população brasileira tem excesso de peso. Muitos doentes não conseguem perder peso com o tratamento clínico convencional, que inclui dieta e exercícios físicos. Como vamos controlar a obesidade desses doentes sem mexer no cérebro?”, diz o endocrinologista Márcio Mancini, chefe do departamento de obesidade do Hospital das Clínicas (HC).

Estudo

Os benefícios não superam os riscos. Esse é o principal argumento que a Anvisa pretende usar na próxima semana, durante uma audiência pública, para convencer a classe médica de que é melhor proibir de vez o uso de medicamentos usados para emagrecer.

Segundo Dirceu Barbano, diretor da agência, o assunto tem sido discutido desde o ano passado, quando a União Europeia baniu a sibutramina. “Quase nenhum outro país tem sibutramina. As anfetaminas também estão diminuindo. E não há notícia de que isso piorou ou atrapalhou o tratamento da obesidade”, diz.  Em 2009, foram vendidas no Brasil 67,5 toneladas de sibutramina.

Segundo Barbano, a Anvisa fez um levantamento interno e concluiu que, por mais que o medicamento seja controlado e indicado apenas para doentes com determinados perfis, não há evidências suficientes que demonstrem que a perda de peso supera os riscos cardíacos. “A nossa proposta, sustentada por uma extensa pesquisa, é de retirada imediata desses produtos do mercado. A não ser que consigam demonstrar-nos com dados consistentes que estamos errados e esses remédios são bons e seguros”, diz.

AE

Dilma cancela mais de 2.500 anistias dadas por FHC e Lula

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo ( na foto com a presidente Dilma), cancelou a condição de anistiado político de 2.530 cabos da Força Aérea Brasileira (FAB) que tiveram os processos aprovados no final do governo Fernando Henrique Cardoso e nos primeiros anos da gestão de Luiz Inácio Lula da Silva.

A portaria, também assinada pelo advogado-geral da União substituto, Fernando Faria, determina a revisão das reparações econômicas pagas a esses cabos.

Os militares recebiam, até então, prestação mensal com também a retroativos, que são os atrasados acumulados em milhões de reais. As anistias foram concedidas com base numa portaria, a 1.104, de 1964, que limita o tempo de permanência do militar na força. Os cabos alegaram, porém, que foram afastados por perseguição política a Comissão de Anistia entendeu que trava-se de um ato de exceção.

A decisão publicada no Diário Oficial desta quarta-feira, prevê a criação de um Grupo de Trabalho Interministerial que fará a revisão de cada uma dessas anistias. Esse grupo, com nove pessoas, será composto por representantes do Ministério da Justiça e da Controladoria Geral da União (CGU).

A portaria estabelece critérios para a revisão e o governo quer saber, de fato, quem foi perseguido político entre estes cabos. “O procedimento de revisão das anistias será efetuado pela averiguação individual dos casos inicialmente a partir de um critério geográfico que reflita um contexto político empiricamente relevante e posteriormente um conjunto de critérios formulados pelo GT que qualifiquem presunção de que o interessado fora atingido por motivos políticos”, diz a portaria do governo Dilma Rousseff.

STF reconhece revisão de 154 mil aposentadorias

O Supremo Tribunal Federal (STF) publicou na tarça-feira (16) um acórdão reconhecendo o direito à revisão e ao pagamento de atrasados de 154 mil aposentados prejudicados pelas emendas 20/1998 e 41/2003.

 

O INSS deve definir nos próximos dias as regras para o pagamento da correção dos benefícios.

Na época, as emendas mudaram o teto do INSS, prejudicando quem contribuiu acima da cota máxima da Previdência e se aposentou. Além de corte nos benefícios, o segurado não teve direito à revisão dos ganhos.

O INSS deve convocar cada um dos beneficiários para acertar as contas após a definição de regras do pagamento. Em 8 de setembro de 2010, quando o Supremo anunciou a decisão, o ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, informou que o pagamento dos atrasados e da correção seria feito assim que o STF publicasse o acórdão e o débito seria liquidado de forma administrativa, por meio de pedido nas agências, sem a necessidade de os segurados entrarem com ação na Justiça.As emendas mudaram o teto do INSS, prejudicando aqueles que, à época, contribuíam acima da cota máxima da Previdência e se aposentaram. Além de sofrerem corte nos benefícios, os segurados não tiveram direito à revisão dos ganhos.

O que o acórdão ainda não antecipa é a partir de qual ano será a extensão à revisão. A Advocacia Geral da União defende benefícios com início de 1991 a 2003, enquanto advogados acreditam que devam ser de 1988 a 2003. “Só a análise voto por voto dos ministros vai dizer a extensão”, explica Flávio Brito, advogado previdenciário.

 

Carta de concessão

Após a definição das regras do pagamento, o INSS deve convocar cada um dos beneficiários para acertar as contas. Tem direito à revisão os titulares de todos os tipos de aposentadoria, auxílio-doença previdenciário ou acidentário, pensão por morte e auxílio-reclusão.

Para saber se vai receber a dívida, o segurado deve observar se a Carta de Concessão traz a inscrição “limitado ao teto”. Quem não tiver o documento precisa pedir a emissão de segunda via.


Pedido poderá ser feito nas agências da Previdência

Em setembro do ano passado, quando a decisão do Supremo foi anunciada, o então ministro da Previdência, Carlos Eduardo Gabas, assegurou que o pagamento dos atrasados e da correção seria feito assim que o STF publicasse o acórdão. O débito seria liquidado de forma administrativa, por meio de pedido nas agências, sem a necessidade de os segurados entrarem com ação na Justiça.Na ocasião, o ministro disse que a dívida era de R$ 1,5 bilhão, beneficiando 154 mil aposentados e pensionistas. Cada segurado receberia, em média, R$ 10 mil. Muitos que entraram na Justiça continuaram a receber os valores normalmente, porque o INSS deixou de recorrer.

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