
imagem meramente ilustrativa
O novo teto dos imóveis do “Minha casa, minha vida”, no valor de R$ 170 mil, deve ser publicado no Diário Oficial da União, na semana que vem. Se, hoje, a maioria dos imóveis ofertados pelo programa habitacional — excluindo a faixa de renda entre R$ 465 e R$ 1.395 — corresponde exatamente ao valor máximo válido até o momento, de R$ 130 mil, a expectativa do mercado é a de que os futuros lançamentos fiquem mais caros com a elevação do limite.
Assim, se a renda familiar máxima para a compra continuar em R$ 4.900, a margem de comprometimento salarial subirá 38,97%. Isso vai excluir uma camada significativa de beneficiados.
A conta é fácil. Os especialistas recomendam que as prestações não devem passar de 30% da renda familiar. A primeira parcela de um imóvel de R$ 170 mil — com financiamento em 25 anos — ficaria em R$ 1.525,28 nas condições do “Minha casa, minha vida”. Assim, uma família com renda de R$ 4.900 comprometeria 31,13% da mesma.
Na primeira fase do programa do governo federal, iniciado em 2009, este percentual ficava em 22,4% do salário. Assim, com o novo teto, o comprometimento subirá 38,97% e representará o fim do sonho da casa própria para muita gente.
Sem subsídio
Além do corte de parcela da população, o novo valor ainda expõe outro problema do programa: o de privilegiar compradores que não precisam do subsídio do governo para a compra. Isso porque a ajuda, que chega a R$ 23 mil para famílias que ganham até R$ 1.395 e é proporcional à renda, somente é oferecida para a faixa salarial que vai até R$ 2.790.
Devido às regras de comprometimento do salário, essas famílias poderiam adquirir apenas unidades de até R$ 100 mil. Se elas já eram raras com o teto antigo, imagine agora.
É por isso que pessoas como a manipuladora Fernanda Teixeira, de 32 anos, continuam pagando aluguel. Juntando seu salário com o do marido, que é militar, a renda da família chega a quase R$ 4 mil. Sem o subsídio do governo, ela não consegue arcar com a entrada de R$ 20 mil e as prestações no valor de R$ 806 — para um imóvel de R$ 100 mil —, e continua a morar de aluguel.
Extra
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