O jornalista Luiz Antônio Araujo, editor do jornal Zero Hora, foi agredido na manhã desta quinta-feira (3) na cidade do Cairo, no Egito. Araujo está no Egito desde terça-feira, fazendo a cobertura dos protestos no país para os veículos do Grupo RBS.
Em depoimento a Rádio Gaúcha, Araujo descreveu que foi cercado por manifestantes favoráveis ao governo Hosni Mubarak com facas, pedaços de pau e pedras em uma área central controlada pelo exército egípcio. “Fui empurrado, levei soco, levei pontapé nas canelas e só consegui manter a integridade física tirando o passaporte e dizendo ‘eu sou brasileiro'”. Os manifestantes levaram a máquina fotográfica do jornalista, que “a muito custo conseguiu ficar com o passaporte”.
Segundo o jornalista, soldados do exército observavam a cena de longe, sem interferir, até que um deles se aproximou e pediu que os manifestantes o deixassem.
O repórter está a salvo porque abrigou-se na embaixada brasileira, próxima do local onde foi agredido.
Luiz Antônio Araujo tem experiência em cobertura no Oriente Médio. Em 2001, cobriu a invasão dos Estados Unidos no Afeganistão. O trabalho gerou o livro Binladenistão – Um Repórter Brasileiro na Região mais Perigosa do Mundo, indicado ao Prêmio Jabuti de Literatura de 2010 na categoria reportagem.
Comentários
foi cercado por partidários (e não manifestantes) favoráveis ao governo Hosni Mubarak 30 anos no poder e apoiado pelos Estados Unidos.
Milhares de partidários do presidente Hosni Mubarak atacam com paus, pedras e bombas incendiárias os manifestantes que exigem a queda do ditador do Egito.
O centro da capital do Egito, Cairo, se transformou um campo de guerra. No nono dia de protestos, manifestantes pro e contra o presidente Hosni Mubarak se enfrentaram com paus e pedras. A TV estatal transmitiu uma mensagem do governo pedindo para que todos voltassem para as suas casas.
O embaixador do Brasil,Cesário Melantonio, no Egito diz que não há dúvida de que havia policiais infiltrados entre os manifestantes a favor do presidente Hosni Mubarak.