Quase 40 anos depois de sua morte, Jim Morrison, líder do The Doors, recebeu na noite desta quinta-feira (9/12) uma anistia póstuma por crimes de atentado ao pudor pelos quais foi condenado.
O governador da Flórida, Charlie Crist, apresentou hoje o pedido de anulação do processo a um Conselho de Clemência estatal para que, como querem os fãs da banda, o artista fique livre das acusações que pesavam sob ele.
O conselho, integrado pelo governador do estado e por outros três funcionários estatais, aprovou por unanimidade o pedido.
“Neste caso, culpado ou inocente, está nas mãos de Deus, não nas nossas. É por isso que hoje peço aos meus colegas o perdão para Jim Morrison”, disse o governador ao apresentar a proposta, que foi aprovada com votos favoráveis dos quatro membros do mencionado Conselho.
James Douglas Morrison, nascido em Melbourne, na Flórida, foi acusado de exibir seu pênis, de profanar a moral pública e outros crimes de atentado ao pudor cometidos durante um show em Coconut Groove, sul de Miami, em 1969.
Com testemunhos que negavam o ocorrido e outros que o confirmavam, um tribunal de Miami o condenou a seis meses de prisão, mas o cantor apelou da condenação e pagou uma fiança para evitar ir para a cadeia.
Para integrantes da banda, a luta pelo perdão a Morrison não é uma disputa jurídica, mas sim uma luta cultural. “A batalha daquele tempo era a mesma de hoje em dia”, disse Ray Manzarek, tecladista do The Doors ao jornal The New York Times. “É a batalha que os Estados Unidos vêm lutando”, afirmou Manzarek, referindo-se à fama de rebelde da banda e a “proposta de contracultura em oposição à defesa dos bons costumes”.
Enquanto lutava para se livrar da prisão, Morrison viajou para Paris, onde morreu, em julho de 1971, aos 27 anos.