Morreu hoje o senador Romeu Tuma (PTB-SP). Ele tinha 79 anos e estava internado desde 1º de setembro no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo.
Deixa mulher, a professora Zilda Tuma, quatro filhos e nove netos. Segundo a assessoria do hospital, o óbito ocorreu às 13h em decorrência de falência múltipla de órgãos.
Tuma completou 79 anos em 4 de outubro, um dia após o primeiro turno das eleições. Desde os 20 anos de idade na carreira policial, ele assumiu seu primeiro mandato no Legislativo em 1995, aos 64 anos. Foi reeleito em 2002 e tentava novamente a reeleição ao Senado Federal pelo PTB de São Paulo, onde nasceu.
O senador foi hospitalizado em meio à campanha eleitoral, na qual buscava reeleger-se, e estava inconsciente desde 2 de outubro, quando passou por cirurgia e recebeu um dispositivo de assistência cardíaca chamado Berlin Heart, considerado um coração artificial. Segundo o médico Rogério Tuma, seu filho, ele nem chegou a tomar conhecimento do resultado eleitoral, em que ficou em quinto lugar na disputa ao Senado por São Paulo, tendo recebido 3,9 milhões de votos.
O corpo do senador Romeu Tuma será velado hoje, a partir das 18 horas, na Assembleia Legislativa de São Paulo. O enterro está programado para amanhã, às 15 horas, no cemitério São Paulo. As informações foram divulgadas pelo neurologista e filho do senador falecido, Rogério Tuma.
Segundo ele, Romeu Tuma teve falência múltipla de órgãos após ser internado com quadro de faringite. O coração artificial colocado há cerca de 20 dias funcionou plenamente, ressaltou. “Só que por causa do tempo e da idade dele, e de uma infecção que ele acabou adquirindo, ele acabou tendo uma piora de todos os órgãos e não resistiu a tudo isso”, afirmou.
Rogério destacou que o senador teve períodos de melhora e seu quadro só se agravou nos últimos três dias. Até então, ele ainda conseguia manter diálogo com os familiares. Romeu Tuma já tinha sofrido um infarto há 12 anos e tinha três pontes de safena.
Rogério revelou ainda que seu pai não queria interromper a campanha para reeleição ao Senado e só se internou após a insistência da família.
“Pelo depoimento de todos que a gente conhece, amigos e adversários, o que eu sempre percebi é que há um respeito e um carinho de todos por ele”, declarou Rogério Tuma, acrescentando que o ex-presidente José Sarney e o governador eleito de São Paulo, Geraldo Alckmin, ligavam com freqüência para saber sobre o estado de saúde de Romeu Tuma.
Rogério disse que, como médico, se sente derrotado por não ter conseguido salvar a vida de seu pai.
O outro filho do senador, o ex-deputado Robson Tuma (PTB), destacou que Sarney e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já ligaram para prestar solidariedade à família. Robson agradeceu as manifestações de carinho e classificou o pai como um homem exemplar.
Quem foi;
Descendente de sírios, Romeu Tuma foi investigador e depois, delegado de polícia concursado da Policia Civil do Estado de São Paulo. Bacharel em Direito pela PUC-SP, dois de seus quatro filhos seguiram a carreira política: Romeu Tuma Jr foi deputado estadual paulista, e Robson Tuma, deputado Federal; ambos também delegados de polícia.
Foi diretor geral do Departamento de Ordem Politica e Social (DOPS) paulista de 1977 a 1982, quando tornou-se superintendente da Polícia Federal no Estado, e em 1985, torna-se diretor geral do órgão.
Durante sua gestão, o chamado “boi gordo” foi confiscado no âmbito do Plano Cruzado, foi descoberta a ossada do médico alemão Joseph Mengele, e houve a captura de Tommaso Buscetta, o mafioso cujas confissões ajudaram a desmantelar parte das máfias italiana e americana presentes no Brasil. Permaneceu dirigindo a Polícia Federal até 1992, já no governo Collor quando também acumulou o cargo de Secretário da Receita Federal.