
Assista ao vídeo do falso tenente-coronel em ação
Ele fingia ser tenente-coronel do Exército e trabalhava na Secretaria de Segurança Pública do Rio há três meses foi exonerado e preso anteontem por falsidade ideológica e porte ilegal de arma. A mentira foi descoberta em investigação interna de todos os novos funcionários do órgão. Carlos da Cruz Sampaio Júnior trabalhava na coordenação da Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional. Por ser filho de militar, teve facilidade para falsificar os documentos que apresentou quando foi contratado.
O falso tenente-coronel do Exército Carlos da Cruz Sampaio Junior, de 44 anos, não tinha apenas bom trânsito nos batalhões da PM e nos gabinetes da cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Rio. Ele dava cursos, inclusive sobre como atirar, e treinava policiais militares.
Vídeos e fotos obtidas com exclusividade pelo editor Giampaolo Braga, do EXTRA, mostram o falso tenente-coronel em ação. Sampaio — nome de guerra do falso coronel — dava também instruções de como os PMs deveriam proceder durante operações em morros e favelas.
Preso na quinta-feira
Preso na última quinta-feira, na Subsecretaria de Planejamento e Integração Operacional da Secretaria de Segurança Pública — onde exercia o cargo de coordenador da 1ª Região Integrada de Segurança Pública —, ele ajudava comandantes de batalhão a identificar a mancha criminal de suas áreas de atuação e como dividir suas equipes pelas ruas.
Foi assim que atuou no 6º BPM (Tijuca). Segundo fontes ouvidas pelo EXTRA, ele era visto como braço-direito do coronel Fernando Príncipe, que comandou a unidade durante um ano, entre 2009 e 2010. Ele teria, inclusive, livre acesso à sala do oficial.
— E pensar que os oficiais batiam continência para ele. Foi uma situação vergonhosa para a Segurança Pública do Rio — disse um capitão que conhecia o falso tenente-coronel.
Em 2002, ele foi nomeado coordenador da Secretaria de Segurança, onde atuou como assessor do subsecretário de Planejamento e Integração Operacional e, em 2003, como coordenador da Operação Pressão Máxima. No ano seguinte foi coordenador da Base Operacional Nova Sepetiba, onde ficou até 2006.
Curiosamente, nesse mesmo período, Sampaio trabalhou em firmas de segurança: na Farhus Vigilância e Segurança Ltda. e na CJC 2007 Projetos e Construções Ltda. Entre suas especializações, o falso oficial também apresentava informações de outros sete cursos, entre eles um da Secretaria de Segurança Pública.
Carlos da Cruz era descrito como “competente”. Com documentos falsos, ele trabalhou na Secretaria de Segurança entre os anos de 2003 e 2006. E voltou em 12 de julho de 2010 para ocupar o cargo de coordenador da 1ª Região Integrada de Segurança Pública. Lá, recebia um salário de R$ 2.144.
Jornal Extra
Curtir isso:
Curtir Carregando...