Arquivo do dia: outubro 16, 2010

Serra contratou filha de Paulo Preto

A edição deste domingo (17) do jornal Folha de S. Paulo revela que o candidato do PSDB à presidência da República, José Serra, nomeou a filha do ex-diretor da Dersa, Paulo Vieira de Souza, o Paulo Preto, no primeiro mês como governador de São Paulo, em 2007.
Segundo a reportagem, Tatiana Arana Souza Cremonini, filha de Paulo Preto, foi contratada como assistente técnica de gabinete, com salário de R$ 4.595, com gratificações.
Ainda de acordo com a publicação, a Secretaria de Comunicação do governo do Estado de São Paulo “informou que Tatiana foi contratada por sua formação profissional e pela fluência em inglês e espanhol” e que José Serra, por meio de sua assessoria, afirmou que “os processos de nomeação de servidores de confiança ‘são instruídos pelas secretarias responsáveis pela indicação, chegando às mão do governador após processo de avaliação criterioso, como ocorreu nesse caso”. Serra também não respondeu à pergunta do jornal se conhecia o parentesco de Tatiana com o ex-diretor da Dersa na ocasião da nomeação.
O advogado José Luís Oliveira Lima, que defende Paulo Preto, disse à Folha de S. Paulo que seu cliente comentaria a contratação da filha pelo governo do Estado, mas não retornou o contato do jornal até o fechamento da reportagem.
Paulo Preto foi citado pela candidata à presidência da República Dilma Rousseff (PT) no debate realizado pela Rede Bandeirantes, no último domingo (10). A petista mencionou uma reportagem da revista IstoÉ, de agosto, em que o engenheiro da Dersa foi acusado por Eduardo Jorge (vice-presidente do PSDB) de ter arrecado e desviado R$ 4 milhões da campanha de José Serra (PSDB) – o dirigente nega categoricamente que tenha feito a declaração.
Na última quinta (14), Eduardo Jorge e o presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra (PE), garantiram, em entrevistas publicadas respectivamente pelos jornais Folha de S. Paulo e O Estado de S. Paulo, que Paulo Preto nunca esteve autorizado a arrecadar fundos para o partido e que não há qualquer arrecadação paralela na campanha do candidato José Serra.
O nome de Paulo Preto também está envolvido em denúncias contra sua outra filha, Priscila Arana. O diretório estadual do PT questionou, junto ao Ministério Público, a atuação de Priscila Arana como advogada de empreiteiras contratadas pela Dersa, que executaram obras no Rodoanel. O jornal Folha de S. Paulo também lembra que Priscila e sua mãe, Ruth, “emprestaram R$ 300 mil ao senador eleito Aloysio Nunes Ferreira, para a compra de um apartamento”, mas o “tucano disse que quitou o empréstimo neste ano”.
Terra

Discutiram com padre e missa com Serra acaba em tumulto

Terminou em tumulto uma missa hoje (16) na Basílica de São Francisco das Chagas no Canindé (CE), que fez parte da agenda de compromissos do candidato do PSDB à Presidência da República, José Serra.
No final de celebração, o padre disse que eram mentirosos os panfletos que circulavam na igreja afirmando que a candidata petista, Dilma Rousseff, era a favor do aborto e tinha envolvimento com grupos terroristas como as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
O padre disse que aquelas mensagens estavam sendo atribuídas à igreja, mas que ela não havia autorizava esse tipo de publicação em seu nome.
O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que acompanhou a missa ao lado de José Serra, se exaltou e afirmou que era um “padre petista” como aquele que estava “causando problemas à igreja”.
Alguns partidários do tucano também se exaltaram e o padre saiu escoltado por seguranças. Nenhum membro da administração da paróquia confirmou o nome de padre. Disseram apenas que ele não era da cidade.
Militantes do PT, com bandeiras como nome de Dilma, estavam na porta da basílica na saída da missa. Houve um princípio de briga entre eles e os militantes do PSDB.
O panfleto não assinado que circulou na igreja falava em três “grandes motivos para não votar em Dilma”. O texto acusa a candidata de ter se envolvido com as Farc, de ser favorável ao aborto e de 3nvolvimento em casos de corrupção na Casa Civil.
Durante a missa, a chegada de Serra e seus apoiadores causou um tumulto. O padre pediu que os políticos não atrapalhassem o objetivo principal da cerimônia que era a adoração a São Francisco. No momento da comunhão, muitos fiéis se aglomeraram em volta do candidato para tirarem fotos, além de equipes da imprensa.
Fonte: Agência Brasil

Fernanda Montenegro: quando a dignidade faz 81 anos

Fernanda Montenegro completa 81 anos neste sábado, 16

Aline Antunes

Com 65 anos de carreira e um currículo que inclui 55 peças, 22 filmes, 25 novelas, um Urso de Prata de melhor atriz e uma indicação ao Oscar pela atuação em Central do Brasil, Fernanda Montenegro completa, neste sábado, 16, 81 anos, cada vez mais consolidada no posto de Diva da TV e do cinema nacionais.

Por vezes, ela se vê pensando em guardar as lágrimas e alegrias das dos seus personagens num baú. Aposentadoria mesmo. Com isso, poderia rodar o mundo, conhecer o Egito, aprender a enviar e-mails e, quem sabe, fazer um curso livre de filosofia.

Mas desde a morte do marido, Fernando Torres, em 2008, com quem passou 56 anos casada, ela vê no trabalho a única razão de continuar. “Não sou mórbida. Nunca tive depressão. Não cavuco lágrimas. Sigo trabalhando. Eu me apeguei à profissão. Ele faria o mesmo”, diz Fernanda, com a voz serena e segura que lhe é peculiar.

Nas madrugadas, a atriz se dedica à leitura. Pode ser na sala ou no quarto. Não existe um lugar exato para Fernanda mergulhar nos problemas da matriarca Bete Gouveia, seu personagem em Passione. Só uma regra é básica: o silêncio.

Quase todos os dias, chega em casa às 22h. Antes de começar a maratona de 40 a 60 páginas de texto, janta – evita alimentos com lactose e difícil digestão –, fala com os filhos ao telefone, conversa com um assistente – que se encarrega de pagar suas contas e responder e-mails – e vai trabalhar.

Com o texto em mãos, Fernanda se considera ‘uma principiante’. “Não sou daqueles atores que invejo, que pegam um papel e decoram tudo em meia hora. Eu sou demorada nesse processo”, conta.

Com uma novela no ar, Fernanda Montenegro vive para o trabalho. Até parou com as caminhadas que gosta de fazer na beira da praia. Na agenda, reserva um horário para assistir ao longa Tropa de Elite 2. Principalmente, para prestigiar o ator Wagner Moura. “Ele sofre de uma inquietação. Foi de um Capitão Nascimento para um Hamlet e voltou ao coronel. Ele é um jovem ator do qual me orgulho”, diz.

Mas o tempo para consumir artes, por enquanto, é curto. Por causa de Passione, ela está sem tempo para nada há 15 meses, entre preparação e gravações da novela. Aos domingos, às vezes, almoça com os filhos – Fernanda Torres e Cláudio Torres – e netos – Antônio, 3 anos, e Joaquim, 10, ambos de Fernanda. “Sou aquela avó que tem tempo para o neto, dá carinho. Mas domingo também é dia de decorar capítulos (risos).”

A vida atarefada não é uma reclamação. Fernanda tem muito orgulho da profissão. Para construir os 65 anos de carreira, ela batalhou, enfrentou a ditadura – em 1979, ela e o marido tiveram de atuar com as luzes do teatro acesas e amparados por seguranças – e a oposição dos pais. “Quando comecei, todo mundo achava que teatro era um mundo de marginais, prostitutas. Hoje, isso é diferente”, diz dona Fernanda, como é chamada no meio artístico.

Apesar dos obstáculos, ela não desistiu. Não se apegou à religião que a família seguia – o catolicismo –, frequentou algumas igrejas ao longo da vida – entrou numa mesquita em Istambul, na Catedral Notre Dame, na França, e visitou a Igreja de São Bento, no Rio de Janeiro. E fez seu nome.

O primeiro prêmio veio em 1952, quando foi consagrada atriz revelação pela Associação Brasileira de Críticos Teatrais. Fez teleteatros na extinta TV Tupi, foi dirigida pelo marido, aclamada no exterior e, na TV, ficou conhecida por personagens cômicos, picaretas vilões e dramáticos – respectivamente, Charlotte, de Guerra dos Sexos (1983); a cafetina Olga Portela, de O Dono do Mundo (1991); Bia Falcão, de Belíssima (2005); e Bete Gouveia, de Passione (2010). De todos esses trabalhos, três são do novelista Silvio de Abreu. “Conheci o Silvio, ele ainda usava perucas (nos anos 70, quando era ator).

Adoro ele, o Gilberto (Braga), a Glória (Perez), entre outros autores. Mas não tenho tempo de ver TV”, conta Fernanda. Nem para ver novelas, nem o horário político. “Quando cheguei aos 80 anos, prometi para mim não falar mais de política. Eu já lutei, falei, resisti, reivindiquei. Agora, aposentei”. Mas não para a carreira. “Não me imagino parada. Mas não sei o dia de amanhã. Por enquanto, vivo os personagens”, diz a Diva.

Jornal a Tarde

Morre o Dr. Gaiarsa

Morreu neste sábado aos 90 anos o médico psiquiatra José Angelo Gaiarsa. Segundo sua neta Laura, Gaiarsa morreu em São Paulo por volta das 5h enquanto dormia. A família ainda não sabe a causa da morte.

O velório será hoje, a partir das 14h, no cemitério São Paulo. O corpo será enterrado no cemitério da Assunção, em Santo André, onde o psiquiatra nasceu. José Gaiarsa era divorciado e deixa três filhos e oito netos.

Divulgação
Morreu neste sábado, em SP, o psiquiatra José Angelo Gaiarsa

Nascido em 19 de agosto de 1920, Gaiarsa sempre será lembrado como um iconoclasta, conforme disse seu filho Flávio à Folha.

Zeca, como era conhecido pelos amigos, falava muito contra a estrutura familiar clássica, segundo ele a maior geradora de neuroses nos indivíduos, e apoiava abertamente, em redes de rádio e TV, a liberdade feminina já na década de 1960.

Clinicou por mais de 50 anos, publicou 30 livros e por dez anos teve um quadro de televisão em que esclarecia dúvidas dos telespectadores.

Vindo de Santo André, de uma família de seis irmãos e irmãs, entrou na Faculdade de Medicina da USP em primeiro lugar, posição que manteve por toda a graduação.

Casou-se com Maria Luiza Martins Gaiarsa, cirurgiã e colega de turma, com quem teve quatro filhos homens: Flávio, Marcos (já morto), Paulo e Dácio. Separou-se em uma época em que o rompimento das relações matrimoniais era controverso.

Foi introdutor de Carl Gustave Jung e William Reich no Brasil, psicanalistas ideólogos da revolução sexual.

Seu primeiro livro, “A Juventude Diante do Sexo”, veio a partir de um artigo de capa para a revista “Realidade” sobre o comportamento sexual da juventude que passava por profundas modificações.

Seu último livro publicado foi o “Meio século de Psicoterapia”. Atualmente, estava revisando para reedição a obra “Respiração, Angústia e Renascimento”.

Seu último prêmio foi do International Academy of Child Brain Development,do Institute for the Achievent of Human Potential, decorrente de um trabalho recém concluído sobre o desenvolvimento físico, cerebral e emocional das crianças.

Folha SP

Mulher de Serra teria feito aborto

O jornal Folha de S.Paulo publica neste sábado (16) reportagem intitulada “Monica Serra contou ter feito aborto, diz ex aluna.” O texto assinado pela colunista Monica Bergamo ocupa a metade inferior da página 10. A ex-aluna é Sheila Canevacci Ribeiro, 37 anos, que teve Monica Serra como professora de dança na Universidade de Campinas (Unicamp).

A reportagem descreve frases que Sheila postou em seu Facebook um dia após o debate na TV Bandeirantes. Na segunda-feira (11) Sheila dizia em seu perfil no Facebook que escrevia para “deixar minha indignação pelo posicionamento escorregadio de José Serra” em relação ao tema aborto. Sheila escreveu, relata a Folha, que Serra não respeitava “tantas mulheres começando pela sua própria mulher.

Sim, Mônica Serra já fez um aborto”, relatou a ex-aluna em texto republicado por sites e blogs ao longo da semana e que agora teve sua veracidade de autoria confirmada pelo jornal.

A colunista Monica Bergamo relata ter conversado não apenas com Sheila, mas também com outra das ex-alunas de Mônica Serra que ouviram o relato da então professora sobre o aborto. À Folha, está dito na reportagem, “a bailarina diz que confirma ‘cem por cento’ tudo que escreveu” em seu Faceboook.

Vale lembrar que a mulher de José Serra — candidato à Presidência pelo PSDB —, Sylvia Monica Allende Serra ( foto abaixo) causou polêmica ao falar que a adversária do marido, Dilma Rousseff (PT), iria “matar criancinhas”, pois seria favorável à descriminalização do aborto. Na segunda-feira, o nome de Monica Serra voltou ao olho do furacão.

A coreógrafa Sheila Canevacci Ribeiro, 38 anos — aluna de Monica nos tempos em que ela dava aulas para o curso de Dança na Unicamp, em Campinas (SP) —, divulgou relato na Internet afirmando que a esposa de Serra, que é chilena, confidenciou a alunas ter feito um aborto quando o marido estava exilado.

Foto: Divulgação
Monica Serra | Foto: Divulgação

Intitulado “Respeitemos a dor de Monica Serra”, o relato foi publicado na página de Sheila no site de relacionamentos Facebook segunda-feira. Ela descreveu com detalhes o momento em que Monica Serra fez a confidência.

“Com todo respeito que devo a essa minha professora, gostaria de revelar publicamente que muitas de nossas aulas foram regadas a discussões sobre o aborto, sobre o seu aborto traumático. Mônica Serra fez um aborto. Na época da ditadura, grávida de quatro meses, Mônica Serra decidiu abortar, pois que seu marido estava exilado e todos vivíamos uma situação instável”, relatou no Facebook.

A decisão de publicar o relato na Internet, ela diz, foi tomada depois que assistiu ao debate de domingo passado entre Serra e Dilma, na Band. Sheila não se conformou ao ver o silêncio de Serra quando questionado sobre a afirmação da esposa de que Dilma iria “matar criancinhas”.

“Ele não falou ‘sim, ela falou e eu concordo; ou então ‘sim, ela falou e eu não concordo’; ‘ou não, ela não falou’. Ele não falou nada, e eu fiquei com aquela inquietação. A falta de resposta do Serra é que me fez ter uma reflexão” afirmou Sheila. Sem filiação a partidos, ela declarou que não estava informada sobre as discussões da política nos últimos dias e afirmou ter votado em Plínio de Arruda Sampaio (PSOL) no primeiro turno. No segundo, a coreógrafa defende o voto em Dilma.

Na sexta, em Santa Catarina, onde vive hoje, Sheila afirmou a que o testemunho a deixou bastante abalada. “Essa experiência me chocou. Lembro que a gente olhava para a cara dela e eu pensava ‘coitada, coitada dessa mulher’. E me lembro que, quando ela contava essas coisas, falava ‘agora, os tempos são outros’”, recordou.

Uma ex-colega de Sheila, que não permitiu a divulgação de sua identidade, também falou com O DIA e confirmou o episódio. Ela afirma que a confissão de Monica Serra foi feita durante aula de Psicologia do Movimento, no primeiro semestre de 1992: “O assunto surgiu quando ela falava sobre como as transformações pelas quais o corpo passa influenciam em seu movimento”.

Sem resposta

Procurada na tarde de quinta-feira, a assessoria de imprensa da campanha de José Serra afirmou que somente Monica Serra poderia se pronunciar sobre o assunto. A reportagem de O DIA, então, entrou em contato com a assessoria de imprensa de Monica Serra.

Quando questionada sobre o testemunho de Sheila Canevacci, a assessoria de imprensa de Monica afirmou que “não iria comentar o assunto”. Na noite de sexta, a reportagem de O DIA voltou a procurar a assessoria de Monica, mas não obteve resposta.

‘Elas não inventariam esse fato’

Ana Paula Camolese, que hoje mora na Inglaterra, também estudou Dança na Unicamp. Ela não ouviu o relato de Monica Serra, mas acredita na história contada pela ex-colega.

“O ambiente da faculdade era propício para dividir esse tipo de experiência. Mas posso dizer que essas alunas, principalmente Sheila, não inventariam esse fato tão serio só para ter 15 minutos de fama. Não é o estilo dela, que sempre foi muito séria”.

Com reportagem de Christina Nascimento e João Noé

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