Arquivo do dia: outubro 13, 2010

Morre a poetisa Lara de Lemos co-autora do Hino da Legalidade

 

Leonel Brizola na capa original do Hino da legalidade

 

Morreu nesta terça-feira, 12, no Rio de Janeiro, a poetisa, jornalista, advogada e professora Lara de Lemos. Tinha 87 anos e era natural de Porto Alegre. Órfã de pai e mãe aos cinco anos, Lara Fallabrino Sanz Chibelli de Lemos foi criada pela avó em Caxias do Sul. Formou-se em História, Geografia, Pedagogia, Jornalismo e Direito, com especialização em Literatura Inglesa e Contemporânea pela Southern Methodist University, Usa.

Atuou como professora, tradutora, poeta e jornalista, de forma intensa e combativa, sofrendo as conseqüências do regime militar instaurado em 1964, que a obrigou a interromper a carreira jornalística, tendo, inclusive, seu primeiro marido sido preso e, posteriormente, seus dois filhos. Ela residia em Nova Friguro, no estado do Rio.

A estreia de Lara de Lemos como escritora se deu em 1955, na Revista do Globo para a qual escreveu contos. Em 1958, passou a colaborar para o Correio do Povo e, mais tarde, para muitas outras publicações, como Última Hora, Jornal do Brasil,e Tribuna da Imprensa. É autora, junto com o ator Paulo César Pereio, do Hino da Legalidade, em 1961, de defesa à posse de João Goulart na presidência da República.

Clic aqui e ouça a gravação oficial do Hino da legalidade

Lara de Lemos conta como criou o Hino da Legalidade:

“A oficina de artistas gaúchos funcionava no Teatro de Equipe, que na época pertencia a vários atores, como o Paulo José, o Mario de Almeida, o Paulo César Pereio. O Brizola mandou pedir à oficina um hino para abrir a Rádio da Legalidade. Fiz a toque de caixa, em cima do joelho, batendo com os dedos em cima de uma mesa, tentando fazer letra com música.

O Brizola pediu para mudar uma única palavra para dar maior amplitude. Havíamos colocado ‘avante companheiros de pé’ e ele pediu para colocar ‘avante brasileiros de pé’.

Fiz a letra em uma, duas horas. O Pereio tentou fazer a música, mas ele não era propriamente músico. Às vezes, a letra ficava maior do que a música. Na época, havia uma moça muito inteligente chamada Madelaine Rufier, que comandava um coral. Pedimos a ela para fazer a partitura.

O hino foi tocado exaustivamente na Rede da Legalidade. O Teatro de Equipe atraiu muita gente que era a favor da legalidade. A gauchada tradicionalista queria revolução. Ficava frustrada porque só saíam hinos, faixas. Revolução que era bom, nada.”

Há seis anos, em sua coluna em Coletiva.net, Mario de Almeida prestou uma homenagem à Lara de Lemos, em um texto sob o título ‘Na rua certa’. Fala do talento da poetisa e lembra que é homenageada com o nome de um edifício em Porto Alegre, na Olavo Bilac, 300.

ColetivaNet

Facebook promete mais segurança

O Facebook anunciou hoje a oferta de novas ferramentas de segurança para proteger a conta e o perfil de seus usuários.

A possibilidade de se desconectar do Facebook remotamente passa a estar disponível para todos. Segundo a companhia, a ferramenta de controle será útil para o usuário que entrar na rede social do celular de um amigo ou em um computador qualquer e esquecer-se de clicar na opção ‘Sair’ ao deixar a rede.

No item “Configurações de Conta”, agora o usuário poderá verificar se ainda está logado em outros aparelhos e computadores e encerrar a seção de onde estiver.

Já no item “Segurança da Conta”, dentro da página “Configurações de Conta”, o internauta pode verificar todas as seções ativas, juntamente com as informações sobre cada seção.

Dessa forma, se outra pessoa acessar a conta de um usuário sem a permissão do mesmo, ele poderá desconectar o login não autorizado, antes de redefinir a senha e tomar outras providências para proteger a segurança do seu perfil e do computador.

Outra novidade anunciada pelo Facebook é o redirecionamento do usuário para a página de Configurações, de forma a manter as informações de segurança do perfil atualizadas. Com isso, se algum dia o usuário perder o acesso ao perfil do Facebook, a equipe de suporte do site poderá verificar quem é o usuário e recuperar o perfil mais rapidamente.

Segundo a rede social, o próprio usuário, se assim desejar, poderá atualizar as configurações de segurança na página http://www.facebook.com/update_security_info.php.

As novas ferramentas, de acordo com o Facebook, além de levar mais segurança ao usuário, também têm por objetivo fornecer mais privacidade, uma queixa já antiga dos internautas.

Butantan: remédio contra asma a partir de veneno de peixe

O veneno de um peixe da fauna brasileira deu origem a um novo medicamento contra a asma. A pesquisa foi desenvolvida pelo Instituto Butantan, em São Paulo.

As cobaias receberam inalação de uma substância produzida a partir do veneno de um peixe nordestino chamado niquim, também conhecido como “peixe sapo”, que vive em águas salobras (encontro de mar com rio). Há 14 anos, ele despertou a atenção de uma pesquisadora, que descobriu que o veneno é um potente anti-inflamatório.

O medicamento é uma alternativa aos chamados corticoides – remédios eficientes contra a asma, mas que podem baixar as defesas do organismo. O teste em humanos começa no ano que vem.

Estima-se que 15% da população mundial sofre de asma – uma inflamação que atinge o aparelho respiratório causando tosse, chiado no peito e dificuldade para responder. O desafio dos médicos sempre foi descobrir uma fórmula que curasse o problema sem os efeitos colaterais

Carla Bruni é destaque em coletânea de David Bowie

Renda obtida com a venda de “We were so turned on” será revertida para ONG War Child

Foi lançado nesta segunda, 11, disco em homenagem a David Bowie, “We were so turned on”. O álbum duplo reúne diversos nomes da música mundial com versões para canções do astro do rock. O lucro com a venda deste tributo será revertido para organização beneficente War Child, que ajuda crianças que vivem em áreas de guerra.

Entre os destaques do repertório, está a primeira-dama da França Carla Bruni. A cantora gravou “Absolute Beginners”, tema de filme de mesmo nome lançado em 1986. O disco ainda traz covers assinados por Devendra Banhart, Duran Duran, Vivian Girls e Swahili Blonde com John Frusciante.

No site da ONG, onde o álbum é vendido por US$ 30, uma mensagem sintetiza a ideia da homenagem: “Não fazemos discos beneficentes, fazemos bons discos que arrecadam dinheiro para fins beneficentes”.

Além dos dois discos, que somam 34 músicas, a loja iTunes colocou à venda mais 8 faixas como bônus.

 

 

Veja abaixo o tracklist de “We were so turned on”:

CD1:

01 Exitmusic: “Space Oddity”
02 Duran Duran: “Boys Keep Swinging”
03 Megapuss: “Sound + Vision”
04 Warpaint: “Ashes to Ashes”
05 Corridor: “Be My Wife”
06 Chairlift: “Always Crashing in the Same Car”
07 Vivian Girls: “John, I’m Only Dancing”
08 All Leather: “Fame”
09 We Are the World: “Afraid of Americans”
10 A Place to Bury Strangers: “Suffragette City”
11 Tearist: “Repetition”
12 Halloween Swim Team: “Look Back in Anger”
13 Afghan Raiders: “Fashion”
14 Polyamorous Affair: “Theme From Cat People”
15 Swahili Blonde: “Red Money”
16 Jessica 6: “I’m Deranged”
17 Aska + Bobby Evans: “African Night Flight [ft. Moon & Moon]”
18 Xu Xu Fang: “China Girl”

CD2:

01 VoicesVoices: “Heroes”
02 Carla Bruni: “Absolute Beginners”
03 Papercranes: “Blue Jean”
04 Keren Ann: “Life on Mars?”
05 Lewis & Clarke: “Changes”
06 Zaza: “It Ain’t Easy”
07 Genuflex: “Soul Love”
08 Sister Crayon: “Bewlay Brothers”
09 Marco Benevento: “Art Decade”
10 Mick Karn: “Ashes to Ashes”
11 Lights (NYC): “World Falls Down”
12 Aquaserge: “The Supermen”
13 Caroline Weeks: “Starman”
14 Rainbow Arabia: “Quicksand”
15 Mechanical Bride: “Sound + Vision”
16 Edward Sharpe & the Magnetic Zeros: “Memory of a Free Festival”

iTunes Bonus Tracks:

01 Viv Albertine: “Letter to Hermione”
02 Ariana Delawari: “Ziggy Stardust”
03 Gangi: “Oh You Pretty Things”
04 Amanda Jo Williams: “The Man Who Sold the World”
05 Laco$te: “Within You”
06 Universe: “Heathen”
07 St. Clair Board: “Secret Life of Arabia”
08 Pizza!: “Modern Love”

Grandes laboratórios tentam barrar genéricos

Laboratórios mantêm 270 ações na Justiça para impedir que 20 medicamentos tenham as patentes liberadas até 2012. Os preços podem cair 50%

Os laboratórios farmacêuticos estão fazendo de tudo para prejudicar os consumidores brasileiros, ávidos por comprar remédios mais baratos—muitos, de uso contínuo.

As empresas montaram um batalhão de advogados para adiar, na Justiça, o prazo de liberação de patentes, que permitirá a fabricação de medicamentos genéricos no país.

Em média, quando as patentes expiram, os preços dos remédios caem até 50%. Estima-se que os laboratórios mantenham, atualmente, 270 ações judiciais para retardar, o máximo possível, a entrada no mercado de mais de 20 genéricos, que, por lei, devem ser liberados até 2012.

As fabricantes de marcas internacionais insistem em manter a exclusividade a qualquer custo.

Segundo levantamento da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Genéricos (PróGenéricos), das 270 ações judiciais, pelo menos 180 estão espalhadas pelos tribunais do Rio de Janeiro e 40, nos de Brasília. As empresas também estão usando a estratégia, exposta em mais de 50 processos, de forjar o uso de novos princípios ativos nos remédios, como forma de caracterizar uma nova patente.

Do total de processos contra a expiração das patentes até 2012, 37 foram parar no Superior Tribunal de Justiça (STJ).

Os que defendem os genéricos pediram ao STJ para agilizar a análise e julgar todas as ações em bloco. “É a melhor forma de impedir as tentativas ilegais de extensão de patentes e a estratégia vergonhosa de alongamento de prazo”, disse Aristóbolo Freitas, advogado da PróGenéricos. Ele ressaltou que, de 2001 para cá, os consumidores brasileiros economizaram cerca de R$ 15 bilhões substituindo produtos de marcas tradicionais por genéricos.

“Cada real economizado faz diferença para os consumidores”, afirmou Álvaro Silveira Júnior, diretor executivo da Drogaria Rosário. Citou, por exemplo, o caso do Lipitor, usado contra o colesterol alto. A caixa com 30 comprimidos (10 mg) custa R$ 123. Já o genérico equivalente, a Atorvastatina, sai por R$ 80. “As empresas querem ganhar até o último centavo. Não há por que brigar pelo fim de patentes de apenas 20 medicamentos até 2012”, salientou. Procuradas pelo Correio, a Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica (Abifarma) e Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac) não retornaram as ligações.

Saia justa Freitas, advogado da Pró-Genéricos, disse que, desde o início, os laboratórios prepararam um esquema pesado contra os consumidores.

A queda de braço teve início nos anos 1990, quando o Brasil assinou o Acordo Tríplice, adotou as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), alterou a Lei de Propriedade Industrial e revalidou os produtos estrangeiros no mercado interno (o chamado pipe line).

Ficou acertado que as empresas estrangeiras teriam que abrir mão das patentes depois de 20 anos do primeiro lançamento do produto em qualquer lugar do mundo (prazo suficiente para uma boa lucratividade). De início, o dispositivo foi aceito, mas logo depois os laboratórios submeteram os registros ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), tentando impor teses válidas em outros países, que contrariam a Constituição brasileira.

“De 2003 a 2006, os processos se concentraram no Rio e o Judiciário deu ganho de causa às empresas. Porém após informado das regras, os tribunais mudaram a jurisprudência. Elas fugiram para Brasília e São Paulo”, ilustrou o advogado.

As empresas estrangeiras criaram até um mal-estar entre o INPI e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mais rigorosa nas análises. As companhias alegaram que a agência só deve se manifestar quanto ao risco ao consumidor, apesar de ter poder para se manifestar sobre todos os medicamentos em uso no país. Mas não é só. “Às vezes, por não aceitarem o fim da patente, os laboratórios pedem uma nova, alegando segundo uso. Só que isso é indevido, porque não houve inovações ou alterações para os químicos. É maquiagem, simplesmente”, argumentou Freitas.

Lobby dos médicos Há ainda a propaganda que seria difundida pelos laboratórios estrangeiros: o de que os genéricos não teriam eficácia.

“Dizem que não têm o mesmo efeito ou colocam dúvidas na velocidade de atuação. São suspeitas infundadas. Os genéricos passam por exames severos e têm resultados comprovados”, garantiu o advogado da Pró-Genéricos. “Tenho que tomar um anti-inflamatório caríssimo e meu médico falou para não comprar genérico. Ele disse que o princípio ativo é o mesmo, mas faltam alguns itens que protegem o estômago”, contou uma paciente, que não quis se identificar.

Para Álvaro Silveira Júnior, da Drogaria Rosário, o médico tem o direito de apontar opções ao paciente, “mas duvidar dos genéricos é injusto”. Ele garantiu ainda que a entrada de mais genéricos no mercado diminuirá o custo aos consumidor, mas não reduzirá os lucros de farmácias e laboratórios. “Pelo contrário, as pessoas vão consumir mais. E o governo comprará mais por menos, distribuindo de forma mais igualitária os medicamentos de uso controlado”, destacou.

Pfizer arremata a King O laboratório norteamericano Pfizer, principal empresa farmacêutica do mundo, arrematou o controle acionário da King Pharmaceuticals por US$ 3,6 bilhões, o equivalente a US$ 14,25 por ação. A transação foi aprovada pelos conselhos de administração das duas companhias e, segundo comunicado oficial, “proporcionará à Pfizer um suplemento imediato e diversificado de negócios”.

VERA BATISTA/CB

Médicos formados no exterior poderão revalidar o diploma

Estudantes de medicina que se formaram no exterior revalidarão diploma

Mais de 500 estudantes de medicina que se formaram no exterior farão um exame nacional para revalidar o diploma e poder trabalhar no país.

Polêmica, medida já recebe críticas por parte de quem ficou de fora da seleção.

As regras publicadas no Diário Oficial pelos ministérios da Saúde e da Educação trazem os conteúdos que serão exigidos dos formados no exterior. A matriz curricular –com as habilidades e competências exigidas para quem quer ser médico no país– foi formada com a ajuda de 16 universidades. “É como um guia de estudo. Fica claro que será cobrado do estudante”, avaliou Ana Estela Haddad, diretora do Departamento de Gestão da Educação na Saúde.

Para participar do exame padrão, os recém-formados terão de se inscrever para a prova, organizada pelo Inep (órgão do MEC), e precisam ter passado por pelo menos 7.200 horas/ aula, que é a carga horária do currículo brasileiro.

O MEC ainda não definiu se o exame único será feito uma ou duas vezes ao ano. “Primeiro, vamos fazer o teste”, disse Maria Paula Dallari Bucci, secretária de Educação Superior do ministério. A estimativa é que de 2% a 5% do total de médicos que atuam no Brasil tenham feito graduação no exterior.

De acordo com o secretário Francisco Campos, um quarto dos médicos dos Estados Unidos, por exemplo, não passou por universidades americanas. No Reino Unido, um quarto da força de trabalho tem diploma de fora.

Para Edson de Oliveira Andrade, presidente do Conselho Federal de Medicina, a medida é um avanço. “Sempre defendemos que deveria haver uma regra nacional, uniforme. Os estudantes precisam saber quais são as regras do jogo, de forma clara”, afirmou.

No interior de Roraima, apenas um médico é responsável pelo cuidado da saúde de 10.306 habitantes — a região concentra o menor número de profissionais do país, proporcionalmente à população. A realidade do abandono verificada no Norte convive, no entanto, com uma contradição: mais de 600 brasileiros graduados em medicina não estão aptos a exercer a profissão no Brasil.
São pessoas que conquistaram o título de graduação no exterior, mas não têm o diploma revalidado no seu país de origem. Até agora, a única opção dos médicos formados fora do Brasil era requisitar a revalidação — pré-requisito para a conquista do registro profissional — em uma universidade pública brasileira que oferece o curso.
Esta, por sua vez, tem a liberdade de definir quando realizar o processo de avaliação e quanto cobrar por ele, que também pode ser diverso entre as instituições. A novidade, oferecida a partir de uma portaria interministerial dos ministérios da Educação e da Saúde, é um exame nacional para avaliação desses graduados. Ontem, 502 candidatos ao exame tiveram que efetivar a sua participação na seleção, marcada para o próximo dia 24.

Dos 628 inscritos no exame, 126 foram recusados por não cumprir requisitos básicos, como ter concluído uma graduação com carga horária mínima de 7.200 horas, das quais 35% desta deve ter sido destinada a treinamento em serviço/internato. O projeto piloto, porém, já causa polêmica antes mesmo de ser consagrado. Uma graduada na Argentina em 2004, desclassificada da seleção, por exemplo, conta que achou o impedimento injusto. “Informaram que eu não posso fazer as provas por não ter cumprido a carga de internato. Acontece que a universidade brasileira que negou meu pedido foi justamente onde eu fiz a maior parte do internato, a parte prática do curso, apesar de a graduação, como um todo, ter sido feita fora do país”, afirma a moça, que pediu para não ter o nome divulgado. De acordo com a nova possibilidade de revalidação, o médico deve escolher uma universidade que aderiu ao projeto para obter o diploma — atualmente, 24. A Universidade Federal do Ceará (UFC) foi a que recebeu o maior número de inscritos (99), seguida da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com 52; e da Universidade Federal do Acre (Ufac), com 48. Dos candidatos que tiveram a inscrição homologada, a maioria estudou na Bolívia (237) ou em Cuba (154).

Para o vice-presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital, a implantação do exame nacional é positiva em todos os aspectos. “O fator fundamental para a aplicação desse projeto é a falta de uma oferta sistemática, justa e equânime. A falta dessa oferta, que agora deverá ser anual e padronizada, dá brechas para que apareçam propostas inaceitáveis de validação automática de diplomas”, aponta. Um outro fator mais crítico em relação à falta de unidade dos processos de avaliação diz respeito ao custo — segundo denúncias, enquanto algumas universidades não cobram taxa alguma, outras chegam ao valor de R$ 5 mil por diploma.

A médica formada na Argentina conta que, desde que voltou ao Brasil para exercer a profissão, já teve um gasto de mais de R$ 20 mil para ter a revalidação do seu diploma, sem sucesso. Na tentativa de conquistar o documento, a médica participou de processos em quatro universidades. No fim do ano, ela espera se formar em três cursos complementares exigidos pela Universidade Federal de Santa Catarina e obter o diploma. “Tive que fazer os cursos em uma universidade particular, e eles estão em custando R$ 16 mil. Nessa luta, eu já tive que vender meu carro e deixar meu filho com familiares por quatro meses. Eu já fui enganada por uma advogada que me cobrou R$ 3 mil, e também já fui enganada por universidades que não publicaram editais do exame de avaliação. Tudo isso para ter o direito de trabalhar no meu próprio país, onde mora minha família”, desabafa.

Larissa Leite/Correio Braziliense

Recall de carro e moto vai constar do Renavam

 

O não atendimento ao chamado das montadoras para reparos -o chamado recall- passará a constar do Renavam (Registro Nacional de Veículos Automotores), como já ocorre com multas e atrasos no IPVA.

Carros, caminhões e motos ficarão “marcados”, o que pode reduzir o valor de revenda deles. A medida passa a valer no próximo recall. De janeiro a agosto deste ano, houve 38 convocações, envolvendo mais de 1 milhão de veículos.

Panfleto anti-Dilma circula em missas

Um panfleto recomendando que católicos contrários ao aborto não votem no PT foi distribuído durante missas pelo Dia de Nossa Senhora Aparecida em Contagem (MG) e em Aparecida (SP).

O texto é assinado pelos bispos da Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, responsável pelo Estado de SP, e já havia circulado no primeiro turno e no dia das eleições.

O panfleto, um “apelo a todos os brasileiros e brasileiras”, pede aos eleitores que “deem seu voto somente a candidatos ou candidatas e partidos contrários à descriminalização do aborto”.

O panfleto, de quatro páginas, não cita nominalmente Dilma Rousseff, mas refere-se ao PT e à “ministra da Casa Civil” como defensores da descriminalização do aborto.
A assessoria da CNBB afirmou que só a cúpula nacional fala pela entidade, que, em nota, já disse não indicar candidatos. Ninguém da regional de SP foi encontrado ontem.

%d blogueiros gostam disto: