Depois de cinco anos de briga judicial, Djavan conseguiu reaver os direitos sobre 19 de suas canções, entre elas, Meu Bem Querer.
O músico rompeu contrato com a Edições Musicais Tapajós, ligada à EMI, e receberá indenização por má administração de suas obras e danos materiais.
Djavan é apenas mais um artista da MPB que, insatisfeito com as multinacionais, resolver adotar o caminho da independência. Exemplos recentes não faltam. O mais bem-sucedido talvez seja o de Maria Bethânia, que primeiro trocou a major BMG pela brasileira Biscoito Fino e, posteriormente, criou o selo Quitanda – distribuído pela BF – por onde, inclusive, lançou seu mais recente CD, Brasileirinho. Flávio Venturini, Milton Nascimento e Danilo Caymmi são outros nomes que querem distância das grandes gravadoras.
Depois de dois anos mais afastado da música e mais próximo dos filhos, Djavan lança Ária, primeiro projeto do cantor, músico, arranjador e compositor em que este último rótulo não pode ser aplicado. Djavan pisa em território conhecido, mas nem por isso menos desafiador:
– Esse projeto é antigo. Eu já fui crooner no começo da carreira e queria voltar a ter essa experiência. Gravar apenas músicas de outros autores é de um ineditismo atroz, eu componho desde os dezoito anos. O projeto demorou a sair por isso, pela dificuldade de não compor. Compor pra mim é uma necessidade física.
As canções não foram escritas por ele, mas ainda assim trazem o que o músico define como “sua pegada”:
– Eu passei a fazer tudo nos meus trabalhos atuais exatamente pra que eu pudesse dar à música o tom que eu desejo, que eu sinto, sem interferência. Neste trabalho, eu não fiz as músicas, mas eu fiz todo o resto, daí que, naturalmente, saia com a minha cara.