Arquivo do dia: setembro 25, 2010

O fogoso pai do ano!

Fogoso – Black Up: 250 000 filhos espalhados pelas fazendas brasileiras

Black Up, com esse olhar de poucos amigos que se vê na foto acima, é uma espécie de pai do ano. O touro nelore de apenas 10 anos já teve 415 000  doses de sêmen vendidas por seus proprietários – 80 000 somente em 2010. Isso significa que ele deve ter cerca de 250 000 filhos espalhados por aí. Como cada dose é vendida por 40 reais, Black Up já entregou aos seus proprietários algo como 16,6 milhões de reais.

Da Coluna do Lauro Jardim

ORKUT: falha volta a ser utilizada

Tá no  G1, em São Paulo

Bug faz usuários do Orjut se tornarem membros de comunidade.

Após um bug que levava os usuários para uma comunidade atingir mais de 185 mil pessoas no Orkut na manhã deste sábado (25), a mesma falha voltou a ser utilizada na noite de hoje, prejudicando cerca de 130 mil usuários da rede social. O Google havia excluído a comunidade chamada de “Infectados pelo Vírus do Orkut”, mas hackers a recriaram e continuam utilizando a falha no código da rede social para atrapalhar o uso do site.

A falha ocorre no processamento das mensagens dos usuários que permite que hackers insiram um código JavaScript, tornando a pessoa um membro da comunidade. Ao entrar nos “scraps”, como são chamadas as mensagens da rede social, além de ser levado e tornar-se membro da página “Infectados pelo Vírus do Orkut”, o usuário passa o “bug” automaticamente para os amigos.

De acordo com Altieres Rohr, colunista de segurança para o PC do G1, o bug se tornou público na noite desta sexta-feira (24). “O Google foi avisado do problema por volta das 22h40 e até a tarde deste sábado não havia entrado em ação”, conta.

O problema prejudica apenas o uso da rede social e não existe o risco do problema se espalhar para o computador como um vírus. O colunista explica que basta os usuários não acessarem as páginas de mensagens dos amigos até o problema ser resolvido para evitar ser atingido pelo bug.

Na comunidade “Infectados pelo Vírus do Orkut”, o usuário da rede social Rodrigo Lacerda assume a autoria do Bug. “Você chegou aqui através de uma falha grave no orkut. A falha já foi comunicada ao Google e deve ser corrigida em breve. A comunidade só tem o intuito de forçar uma correção mais rápida”, explica Lacerda na comunidade.

Vox Populi Minas: Anastasia abre dez pontos sobre Hélio Costa

O governador e candidato à reeleição Antonio Anastasia (PSDB) abriu dez pontos de vantagem sobre o principal concorrente, Hélio Costa (PMDB), de acordo com pesquisa Vox Populi divulgada neste sábado. O candidato tem 42% da preferência do eleitorado e venceria no primeiro turno se as eleições fossem neste sábado. Hélio Costa aparece com 32%, uma queda de quatro pontos em relação ao último levantamento do instituto, divulgado em agosto. Na pesquisa espontânea, Anastasia tem 28% e Costa, 21%.

Vanessa Portugal (PSTU) manteve 1% das intenções de voto. Os candidatos Zé Fernando (PV), Edilson Nascimento (PT do B), Professor Luiz Carlos (PSOL) e Fabinho (PCO), não pontuaram. Os brancos e nulos somam 6% e os indecisos 19%.

Na disputa pelo Senado, Aécio Neves permanece como o favorito, com 71%, seguido por Itamar Franco (PPS), que tem 42%. Fernando Pimentel (PT) aparece com 30% das intençõesde voto. A pesquisa, encomendada pela Band e Portal Ig, ouviu 1.000 pessoas entre os dias 18 e 21 de setembro e pesquisa foi registrada no Tribunal Regional de Minas Gerais (TRE-MG) sob o número 74.029/10.

Fernando Henrique admite vitória de Dilma

Em entrevista ao jornal britânico “Financial Times”, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu  Dilma Rousseff (PT) ser eleita presidente.

O repórter Jonathan Wheatley relata em seu texto que sugeriu, em entrevista há cerca de duas semanas e meia, que já se sabia quem seria eleito. FHC apenas respondeu “sim”.

“Isso vai nos impedir de desenvolver mais rapidamente. Mas isso não vai levar o Brasil para trás. A sociedade é muito forte para isso”, completou o ex-presidente, ao ser questionado o que isso significaria.

FHC também criticou a forma como o PSDB fez oposição ao governo. “A oposição entendeu errado. Nós permitimos a mitificação de Lula. Mas Lula não é um revolucionário. Ele veio da classe trabalhadora e se comporta como se fizesse parte da velha elite conservadora.”

Segundo FHC, Lula será lembrado como um Lech Walesa que deu certo. Sindicalista, Walesa foi presidente da Polônia de 1990 a 1995.

“Acho que ele será lembrado pelo crescimento e pela continuidade, e por colocar mais ênfase nos gastos sociais.”

Serra tem apoio do Estadão em editorial

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Com todo o peso da responsabilidade à qual nunca se subtraiu em 135 anos de lutas, o Estado apoia a candidatura de José Serra à Presidência da República, e não apenas pelos méritos do candidato, por seu currículo exemplar de homem público e pelo que ele pode representar para a recondução do País ao desenvolvimento econômico e social pautado por valores éticos. O apoio deve-se também à convicção de que o candidato Serra é o que tem melhor possibilidade de evitar um grande mal para o País.

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Efetivamente, não bastasse o embuste do “nunca antes”, agora o dono do PT passou a investir pesado na empulhação de que a Imprensa denuncia a corrupção que degrada seu governo por motivos partidários. O presidente Lula tem, como se vê, outro mau hábito: julgar os outros por si. Quem age em função de interesse partidário é quem se transformou de presidente de todos os brasileiros em chefe de uma facção que tanto mais sectária se torna quanto mais se apaixona pelo poder.

É quem é o responsável pela invenção de uma candidata para representá-lo no pleito presidencial e, se eleita, segurar o lugar do chefão e garantir o bem-estar da companheirada. É sobre essa perspectiva tão grave e ameaçadora que os eleitores precisam refletir.

O que estará em jogo, no dia 3 de outubro, não é apenas a continuidade de um projeto de crescimento econômico com a distribuição de dividendos sociais. Isso todos os candidatos prometem e têm condições de fazer. O que o eleitor decidirá de mais importante é se deixará a máquina do Estado nas mãos de quem trata o governo e o seu partido como se fossem uma coisa só, submetendo o interesse coletivo aos interesses de sua facção.

Não precisava ser assim. Luiz Inácio Lula da Silva está chegando ao final de seus dois mandatos com níveis de popularidade sem precedentes, alavancados por realizações das quais ele e todos os brasileiros podem se orgulhar, tanto no prosseguimento e aceleração da ingente tarefa – iniciada nos governos de Itamar Franco e Fernando Henrique – de promover o desenvolvimento econômico quanto na ampliação dos programas que têm permitido a incorporação de milhões de brasileiros a condições materiais de vida minimamente compatíveis com as exigências da dignidade humana.

Sob esses aspectos o Brasil evoluiu e é hoje, sem sombra de dúvida, um país melhor. Mas essa é uma obra incompleta. Pior, uma construção que se desenvolveu paralelamente a tentativas quase sempre bem-sucedidas de desconstrução de um edifício institucional democrático historicamente frágil no Brasil, mas indispensável para a consolidação, em qualquer parte, de qualquer processo de desenvolvimento de que o homem seja sujeito e não mero objeto.

Se a política é a arte de aliar meios a fins, Lula e seu entorno primam pela escolha dos piores meios para atingir seu fim precípuo: manter-se no poder. Para isso vale tudo: alianças espúrias, corrupção dos agentes políticos, tráfico de influência, mistificação e, inclusive, o solapamento das instituições sobre as quais repousa a democracia – a começar pelo Congresso.

E o que dizer da postura nada edificante de um chefe de Estado que despreza a liturgia que sua investidura exige e se entrega descontroladamente ao desmando e à autoglorificação? Este é o “cara”. Esta é a mentalidade que hipnotiza os brasileiros. Este é o grande mau exemplo que permite a qualquer um se perguntar: “Se ele pode ignorar as instituições e atropelar as leis, por que não eu?”

Este é o mal a evitar.

Editorial de O Estado de São Paulo

Gushiken e Lulinha perdem para imprensa na justiça

O ex-ministro Luis Gushiken acaba de perder, na justiça, um processo de R$ 300 mil que movia contra a revista IstoÉ Dinheiro, o jornalista Leonardo Attuch e o ex-diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato: foi negado o pedido de indenização ao ex-secretário de Comunicação da Presidência, feito depois da publicação de matéria que o apontava como mandante do desvio de milhões de reais do banco para o caixa 2 do PT.

Ele foi condenado a arcar com honorários advocatícios de R$ 30 mil. Cabe recurso.

Vale lembrar que na mesma semana, a justiça igualmente negou pedido de indenização por danos morais feito por Fábio Luis Lula da Silva em ação contra Veja e Alexandre Paes dos Santos. A matéria falava sobre a GameCorp e outros vôos empresariais de Lulinha.

A juíza Luciana Novakoski Ferreira Alves de Oliveira considerou que a reportagem intitulada “O Fábio ficava mais ali”, redigida por Alexandre Oltramari, não distorceu os fatos ou, de alguma forma, se distanciou da verdade. Cabe recurso.

Livro: Ruth Cardoso, fragmentos de uma vida

“Você entra num espaço, cheio de figuras do primeiro ao último escalão, olha para o teto e comenta como quem não quer nada: puxa, não tem uma vaca neste teto?

No dia seguinte, ao entrar no salão vai descobrir que alguém colocou uma vaca no teto”.

Era a visão irônica de Ruth Cardoso nos tempos de Palácio do Planalto. Essa e outras tantas histórias da antropóloga de formação e ex-primeira-dama do país estão relatadas no livro Ruth Cardoso, fragmentos de uma vida, que Ignácio de Loyola Brandão lança dia 28 em São Paulo, na Livraria Cultura do Conjunto Nacional.

No livro, Loyola coleciona passagens de Dona Ruth, desde a formação escolar em Araraquara, interior de São Paulo (ele também é de lá) até a chegada ao Palácio da Alvorada, em 1994.

Mais: ela não suportava ser chamada de primeira-dama: argumentava que “não fazia parte da tradição brasileira”.

Sinopse

‘Ruth Cardoso – fragmentos de uma vida’, de Ignácio de Loyola Brandão, com posfácio de Manuel Castells, é uma biografia da ex-primeira-dama Ruth Cardoso que conta com sua participação pessoal. A obra foi realizada a partir de entrevistas com a biografada, e contém diversos fatos e dados.

Tiririca analfabeto? promotor quer fazer testes

A revista ÉPOCA publica neste sábado (25)  reportagem que revela indícios de que o candidato a deputado federal Tiririca (PR) não sabe ler nem escrever. A revista traz declarações do humorista Ciro Botelho, que escreveu um livro assinado por Tiririca, e descreve situações em que o candidato demonstrou, “no mínimo, enorme dificuldade de leitura”.

O promotor da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, Maurício Antonio Ribeiro Lopes, anexou a reportagem a duas representações que está levando à Procuradoria Regional Eleitoral e à Corregedoria do Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo.

Ele declarou a ÉPOCA que a reportagem coloca sérias dúvidas sobre a alfabetização do candidato e propõe um teste: “Estou sugerindo que se faça um ditado com um trecho da Constituição e depois se peça a ele que leia um outro trecho. Se ele não conseguir fazer o teste, a candidatura poderá ser impugnada”. O promotor quer testar Tiririca já na próxima segunda-feira (27).

A lei obriga que todo candidato apresente um comprovante de escolaridade no registro de sua candidatura. Sem esse documento, ele deve fazer uma declaração de próprio punho afirmando que sabe ler e escrever. A reportagem de ÉPOCA mostra a declaração apresentada por Tiririca ao Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP). O documento, porém, é escrito com letras redondas, bem diferente da utilizada pelo candidato nos autógrafos, em que ele “desenha o que seriam as letras do nome de seu personagem”.

Na semana passada, o Ministério Público Eleitoral já havia denunciado o candidato, que declarou patrimônio zero ao TRE-SP, por ter omitido sua relação de bens da Justiça.

De acordo com as pesquisas, Tiririca pode ser o deputado federal mais votado do país no dia 3 de outubro, com potencial para alcançar mais de um milhão de votos. Com esse número de sufrágios, o palhaço pode garantir mais quatro ou cinco cadeiras na Câmara para outros candidatos de sua coligação, formada por PT, PC do B, PR, PRB e PT do B.

TV do Lula rebate: o que não saiu na midia

A propósito do intenso ataque sofrido pela mídia ao longo da semana, A Empresa Brasileira de Comunicação acaba de divulgar uma nota com o segunte título:

TUDO O QUE SAIU NA MÍDIA SOBRE A EBC.

TUDO O QUE A EBC DISSE E NÃO SAIU NA MÍDIA.

Leia abaixo a íntegra

Presidente Lula em entrevista a EBC

A EBC sofreu esta semana um cerrado e iníquo bombardeio da mídia. Despendeu enorme energia no esforço de responder, esclarecer, abrir dados e processos, buscando levar a informação correta e completa sobre os dois assuntos explorados: as gravações do presidente Lula para arquivo, e não para qualquer campanha eleitoral, e a licitação do sistema de gestão de conteúdos digitais, vencida pela Tecnet, por ter apresentado o menor preço e não por ter um filho do ministro Franklin Martins como empregado.

A EBC quer encerrar a semana fornecendo a todos os funcionários, colaboradores, emissoras públicas, instituições de defesa da comunicação pública, produção audiovisual independente, órgãos de fiscalização, sindicatos e federações,  enfim,  aos ouvintes, leitores e telespectadores dos canais públicos,  a todos os cidadãos e cidadãs as informações que foram ignoradas,  registradas parcialmente, distorcidas ou descontextualizadas, para que formem a própria opinião, pessoal ou institucional, dispondo destes elementos que não saíram na mídia.

Sobre a acusação da Folha de S. Paulo, de que o Governo fez uso do canal NBR para gravar comícios da candidata Dilma Rousseff e de destiná-los à campanha (embora tenhamos mostrado contrato para produzir o acervo histórico da Presidência),  a EBC assegura aos que nela confiam:

a) Não gravou material com recursos públicos para uso de qualquer candidato ou partido.

b) Não transmitiu,  por rádio ou televisão, ao arrepio da lei,  atos públicos do presidente, ou de qualquer autoridade, que configurassem crime eleitoral e uso da máquina pública para favorecimento eleitoral.

Da mesma forma, em relação ao caso levantado por O Estado de S. Paulo,  a diretoria da EBC pode garantir:

a) O contrato com a Tecnet para aquisição e implantação do sistema de gestão de arquivos digitais,  que em muito modernizará a TV Brasil, a NBR e as TV associadas, num segundo momento,  decorreu de uma LICITAÇÃO PRESENCIAL. A Tecnet baixou o preço até que o concorrente jogasse a tolha, interessada em ter mais uma televisão brasileira utilizando seu sistema.  O resultado teria sido o mesmo, fosse ou não fosse o senhor Cláudio Martins empregado da Tecnet.  A suspeita de tráfico de influência caberia se tivesse sido um contrato com dispensa de licitação, excepcional,  o que não foi.

b) Ganhou a EBC ao obter o menor preço, num processo transparente, aberto e tecnicamente correto. O produto, que teve preço médio de cotação fixado em R$ 16 milhões, saiu por R$ 6,2 milhões.

Nos dois casos, a EBC foi formalmente ouvida, mas seus argumentos foram ignorados ou mal reproduzidos pelos jornais.  As reportagens contêm insinuações, acusações não provadas e incorreções que, apesar dos esclarecimentos fornecidos, continuaram sendo reproduzidas por blogs, sites e outros meios de multiplicação da informação.

Nos dois casos, houve situações de lesa-jornalismo que a EBC faz questão de compartilhar com os que a conhecem e têm compromisso com o direito à boa informação.

1. No caso Folha/NBR, houve uma grave manipulação de informação, dolosa ou não. O caso já foi relatado à Ombudsman do jornal.  Fotografias publicadas na terça-feira, 21, insinuaram que câmeras do NBR tiveram a logomarca coberta por adesivos brancos. A EBC provou, com outras fotos, que o cinegrafista simplesmente trocou a bateria entre um evento e outro.  A da manhã, de marca Sony, tinha placa de fabricante azul. A da noite, de marca Varizoon, placa cinza-metálico, que na foto da Folha apareceu na cor branca, como um adesivo.  A EBC pediu um registro, que foi negado, sob o argumento de que tal acusação não fora feita. Fora, com palavras e com fotos, como se verá adiante.

2. No caso Estadão, outra ocorrência grave.   O repórter baseou sua matéria em ação popular que tramita há alguns meses, assinada pelo senhor Ângelo Varela de Albuquerque.  Dono de um software de gerenciamento de rede, ele hoje tem um contrato de licenciamento com ACERP, na unidade Rio da EBC, que não será renovado quando o novo sistema de gerenciamento de arquivos, mais amplo e moderno, for implantado.  Anular a licitação é de seu interesse.   Há tempos ele chantagea e ameaça dirigentes da TV Brasil, o que levou a presidente da EBC a denunciá-lo criminalmente junto Polícia Federal.  Pois bem: este senhor incluiu em sua ação popular um email do gerente de licitações da EBC, Francisco Lima,  lembrando “o compromisso do Collor com o ministro Franklin Martins”,  ao pedir “prioridade zero”  a seus auxiliares na realização de cotações e editais.  Afirmou que tal email estava na página 63 do processo da licitação vencida pela Tecnet. Assim, criou a vinculação entre “pressa do ministro” e  resultado favorável à empresa em que trabalha seu filho Cláudio.
Mas o senhor Varela mentiu e o Estadão repetiu. Na pagina 63 do processo da Tecnet, o que existe é parte de uma apresentação sobre o sistema da empresa Media Portal.  O referido email de Francisco não integra o processo da Tecnet, mas o de outra licitação, para compra de storages de armazenamento de conteúdos digitais, vencida pela empresa Synos Tecnologia. Mas como nesta não trabalha um parente do ministro, Varela fez a “troca”, que o TCU há de confirmar.

A EBC tem compromisso com o direito à informação, com a liberdade de expressão e com o exercício crítico e fiscalizador do jornalismo.   Não pode, entretanto, aceitar o processo de linchamento institucional a que vem sendo submetida, que precede sua criação mas chegou nesta hora eleitoral a uma culminância inaceitável, com uma devassa em todos os seus contratos, inclusive os de produção de conteúdos firmados com a rede, com os produtores audiovisuais  independentes e com profissionais especiaizados.   Este processo, temos certeza, busca a desqualificação da empresa, da TV Brasil e de todo o sistema público de comunicação, criados para garantir a complementaridade entre os sistemas de radiodifusão privado, estatal e público, prevista pelo artigo 223 de nossa Constituição.

Aos que confiam na direção atual da EBC, aos que tenham tido alguma legítima dúvida, em consideração a todos e em respeito à verdade, aqui disponibilizamos as matérias que deram origem aos dois casos, e todas as manifestações da empresa, em sua maior parte ignoradas. A todos pedimos que leiam e tirem suas conclusões, e que conosco perseverem na defesa da EBC e dos marcos para comunicação pública necessária e democrática.

A direção da EBC

Ainda na fase da pré-campanha, a Secom recomendou que a EBC Serviços continuasse gravando todas as aparições públicas do presidente da República mas que não veiculasse aquelas que tivessem conotação eleitoral nem exibisse imagens em que ele aparecesse ao lado de candidatos. O governo se antecipava, pois estas transmissões estariam de todo modo proibidas por força da lei eleitoral quando tivesse início a fase oficial da campanha.

Quando esta orientação começou a ser executada,  a Folha.com  publicou matéria, em 7 de maio de 2010, com o título  “TV estatal corta fala de Lula sobre Dilma”. Na época, a EBC explicou à Folha que o NBR era um canal estatal e não um canal público, como a TV Brasil, mas que o governo já começara a observar as restrições da Lei Eleitoral.

Desde 7 de maio o NBR orientou seus profissionais neste sentido: captar todas as imagens públicas do presidente da República mas não transmitir aquelas que tivessem conotação eleitoral, o que seria uma violação da lei.

Estas imagens não-transmitidas continuaram sendo gravadas para a documentação da Presidência da República, e como não se destinavam à veiculação, foi recomendado que nestes casos não se deveria usar a canopla, veicular o material ou distribuí-lo às demais emissoras do país, como acontece com a cobertura dos atos oficiais do presidente da República. Se o material é para arquivo e para a História, a presença da canopla poderia sugerir, no futuro, que tais imagens foram transmitidas pelo canal estatal. Por isso, foi recomendada a exclusão da canopla de microfone com a logomarca do canal e recomendada a gravação integral das aparições do presidente, para registro histórico e uso posterior da Secom/Presidência da República.

Estas são as recomendações contidas em aviso afixado nas dependências do canal NBR, na torre de televisão.
A EBC repudia qualquer intenção de associar o registro das aparições públicas do presidente da República, realizado em cumprimento de contrato para o qual é remunerada, à  campanha de qualquer candidato ou candidata.  A norma de conduta da empresa para o período eleitoral, aprovada pelo Conselho de Administração da EBC e amplamente divulgada, admite que qualquer partido ou candidato, se interessado, requisite imagens do acervo da EBC, desde que o faça por escrito e com sete dias de antecedência. Nenhum pedido foi, até agora, recebido pela empresa.
Comunicação Social-EBC. “

“NOTA DA SECRETARIA-EXECUTIVA DA EBC SOBRE A LICITAÇÃO VENCIDA PELA TECNET

Relativamente à reportagem publicada pelo jornal O Estado de São Paulo na data de hoje – TV de Lula contrata por R$ 6 milhões empresa onde atua filho de Franklin – , a Secretaria-Executiva da Empresa Brasil de Comunicação – EBC, à qual é subordinada a Gerência de Licitações,  reitera que o pregão transcorreu de forma isenta, impessoal  e tecnicamente correta, alcançando o principal objetivo de uma licitação, que é a obtenção do menor preço, com o melhor aproveitamento dos recursos públicos. Um total de 18 empresas interessadas acessaram o edital no site Comprasnet do Governo Federal mas só duas efetivamente o disputaram, numa indicação da complexidade do objeto em disputa.

Não tiveram qualquer influência no resultado o fato de o filho do ministro Franklin Martins trabalhar no grupo empresarial vencedor nem a descrição técnica do produto referenciada na descrição da empresa Media Portal.

Sexta-feira, 24/09/2010 : o assunto continua rendendo matérias, embora não haja uma só informação nova:
Estadão: “Filho de Franklin deu palestra na fase de criação da EBC”.
“Procurador investigará contrato da EBC”.
O Globo: “EBC renova contrato sem licitação”.
Esta última, trata do novo contrato com Luis Nassif, para atuar como comentarista na TV Brasil. Seu contrato para o Brasilianas.org já expirou. Sabemos que agora virá um ataque aos contratos de conteúdo. Já pediram contratos de programas como Conexão Roberto Dávila, Papo de Mãe, Observatório da Imprensa e outros mais.

Aguardemos, firmes na convicção de que a verdade sempre prevalecerá.

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