Arquivo do dia: agosto 14, 2010

Netinho: enrolado na justiça cantor-candidato esconde imóvel de R$ 2,5 milhões

Rogerio Cassimiro

O cantor Netinho de Paula ficou conhecido dos brasileiros por liderar o grupo de pagode Negritude Jr e comandar programas populares na televisão. Em 2008, ele se elegeu vereador em São Paulo pelo PCdoB. Dois anos depois do sucesso inicial nas urnas, Netinho parece ter adquirido gosto pela política. Nesta eleição, é candidato ao Senado na chapa que tem Aloizio Mercadante (PT) como candidato ao Palácio dos Bandeirantes e a ex-prefeita e ex-ministra Marta Suplicy (PT) como sua colega na disputa por uma das duas vagas reservadas ao Estado de São Paulo.

Em sua campanha, Netinho defende algo que chama de “socialismo à brasileira”. Não se sabe ao certo as bases dessa sua ideologia, mas, a julgar pelo padrão de vida do candidato, ela deve, entre outras coisas, defender ótimas condições de moradia a todos os cidadãos. Netinho vive com sua família em uma casa de quase 2.000 metros quadrados, com piscina, campo de futebol e espaço para festas. O imóvel está localizado em um dos condomínios mais luxuosos da Grande São Paulo, o Alphaville 8, no município de Santana de Parnaíba, e fica protegido por uma reserva ambiental particular. Uma casa no local pode custar até R$ 8 milhões.

Netinho comprou a casa em 2004, antes de entrar para a política e depois de ter deixado o grupo Negritude Jr, no auge de sua carreira como apresentador do programa Domingo da gente, na TV Record. O sucesso como artista é mais do que suficiente para justificar seu patrimônio. Falta a Netinho, porém, explicar como o imóvel, avaliado em pelo menos R$ 2,5 milhões, desapareceu de sua declaração de bens após ele ter se tornado vereador.

Segundo os registros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ao se lançar candidato a vereador em 2008, Netinho declarou um patrimônio de R$ 1,3 milhão. Entre seus bens, estava a casa onde mora. Neste ano, no entanto, ele informou à Justiça Eleitoral ter apenas R$ 193 mil em bens (uma redução de mais de R$ 1 milhão em dois anos), e a casa de Alphaville deixou de constar no seu patrimônio oficial. Documentos obtidos por ÉPOCA mostram que, em 2008, logo após Netinho ter declarado a casa à Justiça Eleitoral, ela foi penhorada para garantir o pagamento de uma dívida trabalhista do vereador com ex-músicos do grupo Negritude Jr.

Ricardo Côrrea

PADRÃO ALTO
A casa de Netinho, no condomínio Alphaville 8. No detalhe, dois veículos em sua garagem (à dir., um Porsche)

Para driblar a Justiça, Netinho doou a casa a quatro de seus sete filhos. No mesmo ato, reservou para si o usufruto vitalício do imóvel. Ou seja, na prática, Netinho poderia dispor para sempre da propriedade. A operação, no entanto, não deu certo. Pouco mais de um mês depois da manobra, a Justiça suspendeu a doação. Em março de 2009, a casa foi a leilão e chegou a ser vendida por R$ 1 milhão. Os advogados de Netinho, no entanto, conseguiram cancelar o leilão, com a promessa de que ele quitaria a dívida trabalhista. Um ano e meio depois, a dívida ainda não foi paga e o processo continua a correr no Tribunal Regional do Trabalho. Portanto, segundo o registro do imóvel, a casa ainda pertence ao cantor e vereador Netinho e deveria constar de sua declaração de bens ao TSE, conforme determina a lei eleitoral brasileira.

Em entrevista a ÉPOCA, Netinho mostrou estar confuso a respeito da propriedade da casa. Primeiro, disse que seria seu único bem. Segundos depois, porém, ele afirmou: “Eu não posso declarar (a casa) como minha, ela é uma doação”.

Na declaração de bens apresentada neste ano por ele à Justiça Eleitoral, constam cotas de participação em cinco empresas e um carro Sportage, da Kia. Mas na entrevista ele disse não ter nenhum carro. “O carro que eu uso é o carro do meu filho, o carro da empresa. Geralmente, quando vou fazer alguma coisa, a Câmara Municipal aluga um carro.” Questionado sobre o Sportage, Netinho disse: “Esse carro já nem me pertence mais”.

Na garagem da casa de Netinho, a reportagem de ÉPOCA viu, em dois dias diferentes, um Porsche conversível. Ele nega ser o dono: “Nunca andei de Porsche. Não tenho um Porsche na garagem. Vocês estão confundindo o Netinho”. Na quinta-feira passada, após a entrevista, o carro já não estava mais na garagem.

Além da casa, Netinho também omitiu da atual declaração de bens outras seis empresas que estão em seu nome. Uma delas é em sociedade com o cantor Alexandre Pires. Segundo ele, essas empresas estão em “processo de encerramento”. “Abrir empresa no Brasil é até fácil, mas para fechar é uma burocracia”, afirmou Netinho. Ao todo, pelo menos 11 empresas em nome de Netinho de Paula estão ativas na Junta Comercial do Estado de São Paulo e na Receita Federal.

Segundo levantamento feito por ÉPOCA, Netinho seria dono de um patrimônio de pelo menos R$ 3,3 milhões, R$ 3,1 milhões a mais do que o declarado por ele ao TSE.

De acordo com as mais recentes pesquisas de intenção de voto, Netinho tem chances reais de ser eleito para uma das duas vagas de senador por São Paulo. Segundo o Ibope, Netinho, com 18% das intenções de voto, está tecnicamente empatado na segunda posição com Orestes Quércia (PMDB), 20%, Romeu Tuma (PTB), que tem 19%, e Ciro Moura (PTC), 18%.

Na campanha, além de pregar o “socialismo à brasileira”, Netinho enfatiza sua origem pobre. “Ajudem este neguinho que vendia doces na estação de trem em Carapicuíba”, disse em discurso no Sindicato dos Bancários de São Paulo, na quarta-feira passada.

Ao pedir os votos dos eleitores, seria bom que Netinho também fosse mais transparente na declaração de seu patrimônio.
Alberto Bombig e Victor Fereira/Época

Farra com nosso dinheiro: ministros do STF querem R$ 30 mil

O salário dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) pode passar, a partir de 1º de janeiro de 2011, para R$ 30.675,48. Projeto de lei propondo o reajuste de 14,79 % ao atual subsídio dos ministros, que é de R$ 26.723,13, foi encaminhado à Câmara dos Deputados pelo presidente do STF, ministro Cezar Peluso ( o sorridente da foto). Mesmo já estando na Câmara, o projeto, porém, só será analisado e votado pelos deputados depois das eleições de 3 de outubro.

Pela justificativa do projeto, a proposta é para que a revisão do subsídio dos magistrados venha a recompor as perdas sofridas pelo processo inflacionário. O valor do salário dos ministros do STF é estabelecido como o teto para os servidores públicos. Com isso, ninguém poderá receber, no serviço público, valor superior ao que o fixado para os ministros do STF.

O impacto financeiro da proposta é de R$ 2.022.677,00 só no Supremo Tribunal Federal e de R$ 446.764.072,00 no Poder Judiciário.

Revista Lola chegas as bancas em outubro

Angélica Santa Cruz apresentou a Roberto Civita o projeto gráfico de Lola, a nova revista feminina da Editora Abril que vem preparando para lançar dia 28 de  outubro.

“O dr. Roberto aprovou título, logo e fontes sem mudanças, o que é uma grande vitória nessa fase do processo”  diz ela, que deixou a Diretoria de Redação de Gloss, onde estava desde a sua criação, há dois anos, para assumir a nova publicação, que será mensal, com conteúdo sobre moda, beleza e estilo de vida, para mulheres com mais de 30 anos, “bem-sucedidas e bem resolvidas”.

Lola também contará com um site exclusivo, que funcionará como uma revista eletrônica de conteúdos inéditos. A meta é de que a página alcance média de 300 mil unique visitors em seus primeiros meses.

Embora ainda não tenha completado a equipe, Angélica já vem contando com o apoio da diretora de Arte Mayu Tanaka, do editor sênior Almir de Freitas (ex-Bravo), da editora de Moda Lena Carderari (ex-Gloss), da assistente visual Thaís Gouveia (ex-Rolling Stone) e da editora do site Gabriella Galvão, que respondia cumulativamente pelos sites de Gloss, Nova e Claudia.

Jornalistas&Cia

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