
“O laudo do Instituto Carlos Éboli vai ajudar a qualificar o crime e dar elementos para saber se estamos diante de um homicídio culposo ou doloso”, diz delegada Bárbara Lomba
A Polícia Civil do Rio descobriu, na tarde desta quinta-feira, que o pai e o irmão do jovem Rafael de Souza Bussamra, atropelador do filho da atriz Cissa Guimarães, planejou adulterar o Siena preto para dificultar as investigações. Um mecânico funileiro de uma oficina de Quintino, na zona norte do Rio, prestou depoimento das 15h30 até pouco depois das 17h de hoje e informou aos policiais que recebeu, do pai de Bussamra, a ordem para substituir peças e modificar as características da frente do veículo após a colisão. Foi em frente a esta oficina que, na manhã de quarta-feira, o Siena foi localizado pelos policiais.
A delegada Bárbara Lomba, titular da 15ª DP (Gávea), delegacia que investiga o caso, descobriu nesta terça-feria que o pai e o irmão do atropelador foram a um local próximo do Túnel Acústico para resgatar o veículo. Segundo Bussamra havia contado à polícia, ele teria tido contato com o pai apenas por telefone, para pedir ajuda. O pai, então, teria orientado o garoto a aguardar a orientação de um advogado para se apresentar à polícia.
Pai e irmão de Bussamra são aguardados para depor na manhã desta sexta-feira na 15ª DP. Eles terão de explicar por que deram a ordem ao funileiro e o motivo de terem levado o veículo para Quintino – a família mora na Barra da Tijuca.
Os policiais suspeitam também que o Siena preto tenha sido lavado, pois há sinais de que foi feita uma limpeza na lateral esquerda da frente do carro – parte que, pelos danos na lataria, atingiu o jovem Rafael Mascarenhas, filho de Cissa.
A suspeita da polícia é de que a família de Bussamra pretendia adulterar o veículo e confundir os peritos. Como o local do crime não foi preservado, é através da perícia no veículo que os investigares pretende estimar a velocidade aproximada do Siena no momento do choque – o que é feito considerando a profundidade dos amassados no capô e a força necessária para danificar faróis e pára-brisa dianteiro.
De acordo com a delegada, os quatro jovens que são suspeitos de praticar um racha na madrugada do crime – dois no Siena preto e dois em um Honda Civic – apresentaram relatos com as mesmas linhas gerais. Mas Bárbara Lomba já identificou, no entanto, contradições importantes em alguns detalhes. “Esclarecer essas contradições e o que levou os jovens a apresentar relatos diferentes pode ajudar a entender melhor o crime”, disse.