Arquivo do dia: maio 31, 2010

Receita cancela CNPJ de 3,5 milhões de empresas

A Receita Federal cancelou a inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) de cerca de 3,5 milhões de empresas inativas. A instrução normativa nº 1.035 foi publicada no Diário Oficial da União de hoje (31).

A medida já era prevista e dependia de regulamentação do órgão. Segundo a Receita, a ação abrange apenas as empresas cuja inaptidão ocorreu até 31 de dezembro de 2008.

Pela instrução normativa, a partir de agora, essas empresas estão desobrigadas a apresentar declarações e demonstrativos exigidos pela Receita e isentas das penalidades decorrentes do descumprimento dessas obrigações.

As pessoas físicas que deveriam fornecer a declaração de Imposto de Renda dos exercícios de 2006 a 2009 (ano-base de 2005 a 2008), por fazerem parte de uma empresa inativa, estão dispensadas da apresentação do documento desde que não tenham outro tipo de obrigatoriedade com o Fisco.

As inscrições no CNPJ canceladas podem ser consultadas na página da Receita na internet, na opção “emissão do comprovante de inscrição e de situação cadastral”.

Joaquin Phoenix lança filme de sexo explícito

Parece que no ano em que Joaquin Phoenix ficou “ausente” do cinema, ele realmente pirou. Seu documentário I’m Still Here: The Lost Year of Joaquin Phoenix (algo como Continuo Aqui: O Ano Perdido de Joaquin Phoenix), exibido em Cannes, chocou o público do festival.

O ator apareceu no evento para apresentar aos possíveis investidores e distribuidores o seu filme, uma espécie de falso documentário ao estilo de Borat ou Bruno, de Sacha Baron Cohen, só que ainda mais polêmico.

Os motivos? São apresentadas várias sequências de sexo explícito e momentos verdadeiramente perturbadores que envolvem violência física e outras perversidades morais e sexuais.

O filme “I’m Still Here: The Lost Year of Joaquin Phoenix” (“Ainda estou aqui: o ano perdido de Joaquin Phoenix”), segundo o jornal “Los Angeles Times”, foi rodado pelo amigo e cunhado, Casey Affleck.  Nele Phoenix cheira cocaína na frente da câmera, chama prostitutas pelo telefone, faz sexo oral com uma assessora de imprensa e trata abusivamente seus assistentes. O pior momento talvez seja quando um desses assistentes defeca em cima de Phoenix enquanto o ator dorme.

As principais distribuidoras do mercado cinematográfico presentes não fizeram qualquer comentário oficial, mas muitos dos seus representantes disseram que se trata de um registro deplorável e digno de uma pessoa demente.

Thyago Gadelha

Cineasta brasileira estava no comboio atacado por Israel

A produtora e cineasta brasileira, de origem coreana, radicada nos EUA, Iara Lee, estava a bordo de um dos barcos atacados na manhã desta segunda-feira por Israel, segundo informações do jornal Folha de S.Paulo.

Ainda não se sabe se ela está entre as vítimas da ação israelense, que visava impedir que uma flotilha internacional de seis embarcações furasse o bloqueio à faixa de Gaza para entregar suprimento à população do território controlado pelo grupo radical Hamas.

As amigas da cineasta brasileira enviaram carta ao chanceler Celso Amorim e ao assessor do presidente Lula para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, pedindo que o governo brasileiro tome as providências para assegurar a integridade de Iara.

O último contato feito por Iara foi na noite deste domingo, quando ela postou mensagem no site de relacionamentos Facebook anunciando que o barco em que ela estava havia sido cercado pela Marinha de Israel. A brasileira embarcou na última quinta-feira da Turquia e vinha dando notícias graças a uma conexão internet disponível no barco em que ela estava.

Em carta escrita antes do embarque, Iara justificou a participação na missão a Gaza dizendo que pretendia chamar atenção para o que ela considera “grave abuso de direitos humanos” cometidos por Israel contra a faixa de Gaza.

Entre suas obras estão os documentários “Synthetic Pleasures” (1995), que trata do impacto da alta tecnologia sobre a cultura de massas, e “Modulations” (1998), considerada uma das obras cinematográficas mais importantes sobre música eletrônica.

EFE

Justiça condena Ford a indenizar o RS

A ação ordinária ajuizada pelo Estado do Rio Grande do Sul contra a Ford Brasil Ltda recebeu sentença favorável, condenando a empresa a indenizar o Estado e  reconhecendo o rompimento contratual por parte da montadora. O maior imbróglio vivido pelo mandato de Olívio Dutra como governador toma, a partir da decisão judicial, de dezembro de 2009, nuances distintas em relação à época da saída da Ford do estado e sua instalação na Bahia. Já houve apelação por parte da empresa e a decisão, portanto, não é definitiva.

No documento ao qual Sul 21 teve acesso, o Estado alega que havia celebrado com a Ford um contrato de implantação de indústria, acompanhado de 49 anexos, em data de 21/03/1998. Havia também um contrato de financiamento com o Banrisul, disponibilizando à empresa a quantia de R$ 210.000.000,00, liberado em três parcelas, de acordo com cronograma acordado entre as partes.

Na época, o governo noticiou que a primeira parcela havia sido liberada, ficando o acesso às demais condicionada à comprovação da vinculação dos gastos das parcelas anteriores à execução do projeto. Diz a ação que o Estado, no início de 1999, frente ao conjunto de obrigações assumidas no contrato, procurara, amigavelmente, rever algumas cláusulas que considerava nulas e prejudiciais ao patrimônio público.

Ainda segundo o documento, no final de março de 1999, a montadora estava ciente de que deveria prestar contas, e apresentou grande quantidade de documentos e um rol de alegados gastos com o programa Amazon, relativos ao período de julho de 1997 a março de 1999, os quais foram remetidos à contadoria da Auditoria Geral do Estado (CAGE), que concluiu que a comprovação era insuficiente. Antes mesmo da conclusão dos trabalhos da CAGE, a Ford já havia se retirado do empreendimento por iniciativa própria, anunciando a ida para a Bahia, sem encerrar tratativas oficiais com os representantes do Poder Público Estadual no RS.

“A Ford, consoante supramencionado, quando notificou o Estado de que estava desocupando a área onde seria implantada a indústria e sustentou, equivocadamente, o descumprimento do contrato pelo Estado que negava-se a repassar a segunda parcela do financiamento, indiscutivelmente tornou-se a responsável pela rescisão contratual. Diz-se equivocadamente, porque estava o Estado amparado nas disposições contratuais quando negou o repasse da segunda parcela do financiamento, em face da já mencionada pendência da prestação de contas pela FORD, daqueles valores repassados, concernente à primeira parcela do financiamento”, diz o documento.

Segundo matéria do jornalista Fredi Vasconcelos publicada na Revista Fórum em 2008, o custo da disputa para tirar a fábrica do Rio Grande do Sul vinha sendo revelado aos poucos, já que as negociações foram secretas, sem nenhuma participação da sociedade. O contrato original fechado pela Ford com o então governador Antonio Britto para a construção da fábrica previa o repasse de 419 milhões de reais (234 milhões em obras de infra-estrutura, 185 milhões em financiamento de capital de giro e concessão de créditos de ICMS). Algo parecido com os incentivos dados para a fábrica da General Motors, que acabou sendo construída no Rio Grande do Sul.

Quem levou a Ford para a Bahia?

O prazo do Regime Automotivo Especial para serem concedidos novos incentivos fiscais às montadoras no Nordeste havia terminado em maio de 1997. O Jornal Gazeta Mercantil, de 21 de outubro de 2001, afirmou: “O fato porém, é que a Bahia não mais contava, naquele momento, com condições de atrair uma montadora de automóveis”; e: “para viabilizar a instalação da Ford na Bahia, o deputado federal Jose Carlos Aleluia (PFL-BA), relator da MP 1740, que tratava de ajustes no sistema automotivo brasileiro, incluiu no documento a prorrogação, por alguns meses, da vigência do Regime Especial do Nordeste”. Foi aprovado o projeto por voto simbólico das bancadas, transformando-se em lei, no dia 29 de junho de 1999.

O jornal Gazeta Mercantil também revelou que o então secretário executivo do Ministério da Fazenda, Pedro Parente, outro tucano, foi decisivo para garantir a Ford na Bahia. A versão, repetida à exaustão na época pela oposição ao governo de Olívio Dutra, de que ele era o responsável pela perda da montadora não resiste a uma mínima pesquisa histórica a respeito do fato.

O então secretário de governo José Luiz Moraes, que participou das negociações de revisão dos contratos, disse na época que desde o início a Ford foi intransigente. “No primeiro encontro, o negociador designado já chegou dizendo que não estava autorizado e não tinha delegação para conversar”, declarou à época em entrevista ao jornal Extra Classe. Moraes, que faleceu em março de 2009, revelou que na proposta final do Rio Grande ficavam mantidos os incentivos fiscais e investimento de 70 milhões de reais em recursos, mais 85 milhões em obras, o que daria cerca de 255 milhões de reais. Além de 75 milhões que seriam investidos no porto de Rio Grande. Moraes afirmava também que o desinteresse da Ford se deveu muito à mudança do mercado brasileiro, em que havia a perspectiva de produzir e vender de 3,5 milhões a 4 milhões de carros, o que não aconteceu.

Leia abaixo trecho do documento:

Ante o exposto, JULGO PARCIALMENTE PROCEDENTE a Ação Ordinária ajuizada pelo Estado do Rio Grande do Sul contra a FORD Brasil Ltda. para o efeito de DECLARAR RESCINDIDO o contrato celebrado entre as partes objeto da presente demanda, por inadimplemento contratual da ré e CONDENAR a ré na restituição ao autor dos seguintes valores:

R$ 42.000.000,00 ( quarenta e dois milhões de reais), que deve ser corrigido pelo IGPM a contar de 23/03/1998 e acrescido de juros legais de 6% ao ano a contar da citação até a entrada em vigor do novo Código Civil, em 10/01/2003, e de 12% ao ano a contar de tal data, do qual deve ser abatido o valor de  R$ 6.349.768,96 ( seis milhões, trezentos e quarenta e nove mil, setecentos e sessenta e oito reais e noventa e seis centavos), atualizado pelo IGPM a contar de 1º/11/2001;

R$ 92.100.949,58 ( noventa e dois milhões, cem mil, novecentos e quarenta e nove reais e cinquenta e oito centavos), a ser corrigido pelo IGPM a contar da data de cada apropriação conforme planilha apresentada pelo perito contábil na fl. 2089, e acrescido de juros legais de 6% ao ano a contar da citação até a entrada em vigor do novo Código Civil, em 10/01/2003, e de 12% ao ano a contar de tal data; e R$ 32.989,60 ( trinta e dois mil, novecentos e oitenta e nove reais e sessenta centavos), atualizado pelo IPGM a contar da data do ajuizamento do pedido e acrescido de juros legais de de 6% ao ano a contar da citação até a entrada em vigor do novo Código Civil, em 10/01/2003, e de 12% ao ano a contar de tal data.

Considerando a sucumbência recíproca, arcará o autor com as custas no percentual de 10% e a ré, com o restante.

Condeno, ainda, o autor, no pagamento de honorários advocatícios em favor do procurador da ré, que fixo em R$ 5.000,00 ( cinco mil reais), e a ré, no pagamento de honorários advocatícios ao procurador do autor, que arbitro em R$ 35.000,00 ( trinta e cinco mil reais), observada a natureza da causa, o tempo que tramita o feito e o trabalho desenvolvido, com compensação.

Publique-se. Registre-se. Intimem-se.

Porto Alegre, 15 de dezembro de 2009.

Lílian Cristiane Siman,

Juíza de Direito

Leia documento na íntegra.

Clarissa Pont

clarissapont@sul21.com.br

Adriano em fotos com arma e referência ao Comando Vermelho

Antes de seguir para Itália, Adriano é novamente intimado a depor para explicar sua relação com traficantes da Penha

POR Foto: ReproduçãoLESLIE LEITÃO

Com viagem marcada para o dia 6 rumo à paradisíaca Sardenha, no Mar Mediterrâneo, onde ficará uma semana de férias antes de se apresentar ao seu novo clube, a Roma, o ex-atacante do Flamengo Adriano tem um compromisso na agenda hoje, às 14h.

O craque foi intimado a dar explicações na 38ª DP (Brás de Pina) sobre supostas transações financeiras com homens ligados à quadrilha de Fabiano Atanásio da Silva, o FB, chefe do tráfico da Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. E mais: a Polícia Civil investiga duas fotos em que Imperador posa de atirador e mostra com as mãos o sinal de uma facção criminosa.

Apontado como o mentor da execução do ex-diretor de Bangu 3, José Roberto do Amaral Lourenço, em outubro de 2008, o criminoso FB também comandou o ataque ao Morro dos Macacos, em Vila Isabel, em 17 de outubro de 2009, que resultou na derrubada do helicóptero da PM, matando três policiais.

Adriano chama de ‘spa’ o Complexo da Penha, onde vai com frequencia encontrar os amigos

Será a segunda vez em menos de três meses que o craque é chamado a uma delegacia para esclarecer su

as relações com traficantes da favela onde nasceu. Em abril, após denúncia de O DIA, Adriano contratou dois advogados para tentar explicar na 22ª DP (Penha) como uma das duas motos Hornett 600 cilindradas, avaliada em R$ 35 mil, compradas por ele, foi parar em nome da mãe de Paulo Rogério de Souza Paz, o Mica, chefe do tráfico dos morros da Chatuba, Fé, Sereno, Caracol e Caixa D’Água, também na Penha.

Adriano foi convocado pela 38ª DP porque seu nome aparece em inquérito que apura o tráfico de drogas na região, que se transformou numa espécie de quartel-general do Coma

ndo Vermelho. O jogador costuma se referir ao local como ‘spa’.

A convocação para depor teria perturbado o atacante. Semana passada, após tomar conhecimento da intimação, o empresário do jogador, Gilmar Rinaldi, confessou à presidente do Flamengo, Patrícia Amorim, durante reunião na Gávea, que não havia mais como Adriano permanecer no clube, já que uma nova bomba “estava pre

stes a estourar”.

No inquérito da 22ª DP, o jogador negou ter dado a moto para Mica, a quem admitiu conhecer desde criança e encontrar sempre que visita a comunidade. A mãe do criminoso também falou sobre a relação dos dois, mas disse não saber se o craque famoso havia dado a motocicleta a seu filho, contra quem há oito mandados de prisão, sendo dois por homicídio.

O caso ainda não foi encerrado. Contradições nos depoimentos de Adriano e de um de seus amigos, Marcos José de Oliveira, o Marquinhos — que teria feito a compra na loja da Honda, em Vicen

te de Carvalho —, fizeram o delegado Jader Amaral pedir prazo maior ao Ministério Público Estadual para concluir o inquérito. Haverá novas diligências, e uma acareação entre Adriano e Marcos não está descartada.

Craque em fotos polêmicas

Na semana passada, fotografias que já circulavam pela cidade pararam nas mãos da Polícia Civil. Na mais impactante delas, Adriano — bem mais magro do que atualmente, indicando que a imagem já foi feita há algum tempo — aparece em posição de atirador. Procurada por O DIA, a assessoria de imprensa do craque informou que a arma na realidade é uma réplica usada para jogos de paintball.

Foto: Reprodução

A fotografia foi tirada na cozinha da casa do jogador, na cidade de Como, vizinha a Milão, na Itália, quando ele atuava na Internazionade. Quem aparece ao lado de Adriano seria outro jogador, também nascido e criado nas favelas da Penha. Assim como Adriano, ele faz pose de atirador. De acordo com a assessoria do atacante, a peça seria parte de um abajur que enfeitava a sala do craque.

Sigla de facção com as mãos

Em uma outra imagem, Adriano aparece rindo ao mostrar com as mãos a sigla ‘C V’, a mesma facção criminosa Comando Vermelho. Segundo a assessoria do jogador, o gesto foi uma brincadeira entre amigos.

O DIA teve acesso às fotografias há dois meses, mas decidiu só publicá-las após tomar conhecimento do novo inquérito e manifestação da cúpula da polícia. Ontem, o chefe do Departamento de Polícia da Capital, delegado Ronaldo Oliveira, afirmou que as fotos serão investigadas. “Isso vindo à tona, imediatamente vou mandar instaurar inquérito policial. Todos os fatos vão ser apurados, principalmente sua relação com traficantes”, disse.

Para Adriano, a sigla CV com as mãos não passa de uma brincadeira | Foto: Reprodução

Grupo derrubou helicóptero da PM

Na madrugada do dia 17 de outubro, traficantes do Comando Vermelho (CV) se reuniram nos complexos do Alemão, da Penha e no Jacarezinho e formaram um ‘bonde’ até o Morro São João, no Engenho Novo. Dali, eles deram início da uma das mais sangrentas batalhas pelo controle de bocas de fumo dos últimos anos.

A invasão ao Morro dos Macacos, em Vila Isabel, fez com que a Polícia Militar tentasse intervir para acabar com o confronto. Já de manhã, quando um helicóptero da PM sobrevoava as comunidades, foi alvejado e começou a pegar fogo. O piloto ainda conseguiu levar a aeronave até a Vila Olímpica do Sampaio, onde se espatifou. Três policiais morreram.

No fim de abril, a 25ª DP (Engenho Novo) concluiu suas investigações sobre o episódio e pediu a prisão preventiva de pelo menos 14 bandidos que teriam participado do ataque. Entre eles FB, Mica, Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, e outros líderes do CV.

O Dia

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