Arquivo do dia: maio 5, 2010

Foragido, Sanfelice é preso na Espanha

Na foto divulgada pela Polícia Federal (D), empresário está sem barba e óculos

Nota atualizada as 17, 15 hs:

Espanha – Segundo o jornalista Fernando Pérez Ávila, do Diário de Sevilla, Luiz Henrique Sanfelice encontra-se a caminho de Madri para uma audiência que decidirá sobre sua extradição. Ele foi preso pela Interpol em Bollullos de la Mitación, a 14 quilômetros de distância de Sevilha, às 18h30 de terça-feira. Foragido da Justiça, Sanfelice foi condenado por queimar viva a sua esposa, Beatriz Helena Rodrigues de Oliveira, em 2004.

NH

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O mais ilustre foragido da Justiça do Rio Grande do Sul, o empresário Luiz Henrique Sanfelice, foi capturado ontem em Sevilha, na Espanha. Ele estava escondido naquele país porque tem cidadania espanhola e brasileira.

Sanfelice estava foragido desde 10 de abril de 2008, quando escapou de um albergue do regime semiaberto situado junto ao Presídio Regional de Novo Hamburgo, onde cumpria pena pelo assassinato da mulher, a jornalista Beatriz Helena de Oliveira. Ela foi morta em 12 de junho de 2004, Dia dos Namorados, carbonizada no próprio carro, em Novo Hamburgo.

Como a policia soube de seu paradeiro:

O aniversário de 45 anos do empresário foragido Luiz Henrique Sanfelice, ontem, foi dia de alerta vermelho para a Interpol (polícia internacional). O motivo é a informação, recebida há duas semanas, sobre viagem de uma parente do condenado à Europa. Em conversa com amigos, a mulher afirmou que estava ansiosa para comemorar a data com Sanfelice. Ela citou o continente como destino, mas não detalhou o lugar. A suspeita é que seja a Espanha, pois o foragido tem cidadania daquele país e amigos em Madri.

O comentário da familiar vazou para a Polícia Civil, que o repassou à Interpol. A informação, porém, pode ter chego tarde. Agentes checaram a agenda de todas as companhias aéreas na cidade de onde a mulher partiria, mas não encontraram rastros dela. A familiar já poderia estar na Europa, possivelmente pelo transporte marítimo. Como ontem seria o dia especial da visita, a investigação entrou em alerta máximo. Os detalhes sobre a estratégia de recaptura são mantidos em sigilo.

Proteção

“Estou preparando os detalhes para ir à Europa comemorar o aniversário do Luiz Henrique. Não vejo a hora.” As palavras da mulher, em tom espontâneo e emocionado ao vislumbrar o reencontro, representam o primeiro indício concreto de que Sanfelice fugiu para o exterior. Até então, a suspeita do paradeiro na Europa existia somente por causa da cidadania espanhola. O empresário estaria bem protegido por amigos. Com o passaporte retido em razão da condenação, ele teria fugido de navio e com documentos falsos, em operação que envolveria sofisticada rede de suborno.

Região metropolitana e Serra antes do exterior

Ao fugir, no dia 10 de abril do ano passado, Luiz Henrique Sanfelice não teria ido logo para a Europa. O delegado João Bancolini, que coordenou operações de buscas, afirma que ele quase foi recapturado em um sítio em Alvorada e na casa da companheira, em Porto Alegre, com quem o foragido tem um filho de quatro anos. Segundo o delegado, há uma testemunha que viu Sanfelice em Gramado, em junho do ano passado, e outra que deparou com ele em Caxias do Sul, na localidade de Forqueta, em setembro. Na companhia do foragido, foi identificado um familiar dele. Os dois estavam em automóvel importado preto. O problema é que na segunda aparição, quando a testemunha chegou mais perto e firmou convicção sobre quem era, Sanfelice percebeu que estava sendo observado e nunca mais apareceu em Forqueta.

A prisão foi efetuada por policiais espanhóis, a pedido da Interpol (Polícia Internacional), que possui um mandado internacional de captura contra Sanfelice. Sanfelice foi localizado por agentes gaúchos da Polícia Federal, com ajuda de policiais civis do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic).

Entenda o caso:

– A jornalista Beatriz Helena de Oliveira Rodrigues desapareceu no dia 12 de junho de 2004, aos 43 anos, depois de sacar R$ 1 mil em uma agência bancária no centro de Novo Hamburgo

– O corpo da jornalista foi encontrado carbonizado dentro do Mégane do marido, o empresário Luiz Henrique Sanfelice, no dia seguinte, em um matagal do bairro Roselândia

– Suspeito de assassinar a mulher, Sanfelice foi preso no 19 de junho de 2004, depois de sete dias de investigações, e respondeu a todo o processo na prisão

– O julgamento do empresário começou no dia 14 de dezembro de 2006 e durou mais de 40 horas. Mais de dois anos depois do crime, Sanfelice foi condenado a 19 anos e três meses de prisão, por homicídio triplamente qualificado

– A sentença previa regime inicialmente fechado, com direito a solicitar a progressão para o regime semiaberto

– Em março de 2007, três meses depois de ser condenado, Sanfelice, que estava na Penitenciária Modulada de Montenegro, foi transferido ao Presídio de Novo Hamburgo, onde deveria cumprir o restante da pena no semiaberto.

Humberto Trezzi e Francisco Amorim /ZH

Qual deputado não votou pelo ficha limpa



Nesta terça-feira, dia 4 de maio, 55 deputados estavam no Congresso mas arrumaram alguma outra coisa pra fazer pra não votar no projeto Ficha Limpa. Foram tomar uma cerveja, atualizar suas leituras no banheiro, alegrar a amante ou sabe-se lá o quê.

Como todos os que estavam presentes votaram “sim”, até alguns notórios deputados como o homem do castelo Edmar Moreira, é de se supor que esses que fugiram foi mais por vergonha de votar “não” do que por cara-de-pau de votar “sim” mesmo sendo contra.

Nem todo deputado que escapou de votar no Ficha Limpa tem ficha suja: 9 entre os 55 não têm nem notícias que os desabonem. Um deles é o velhinho Themístocles Sampaio (PMDB-PI), que pegou o microfone pra dizer que seu dedo escorregou e ele não votou. Deu pena. Mas a maioria dos deputados que estavam lá e não votaram têm rolos, alguns até pesados. Tem cara que responde por homicídio, cara que responde por trabalho escravo e cara que bateu na mulher na rua, isso pra não falar em mensaleiro e sanguessuga. Tem 15 deputados que se refestelaram na farra das passagens. E tem muita gente que não presta: não presta contas, principalmente.

Aliás, também, nem todo deputado que votou no Ficha Limpa e elogiou a iniciativa popular tem ficha limpa, necessariamente. Ontem, assistindo à TV Câmara, minha diversão era registrar frases dos discursos no Twitter e contrastar com a ficha do deputado. Reproduzi isso no post abaixo. Enfim: ter votado a favor do Ficha Limpa não é atestado de nobreza. Tem vários bem intencionados ali, mas também tem vários que queriam basicamente era mostrar à opinião pública que são gente fina.

Também não caia na esparrela de que algum partido é mais ficha-suja que outros. Todos têm fichas-sujas. Todos têm deputados que escaparam de votar e tinham bons motivos pra isso.

O partido com mais volume de deputados que deixaram de votar foi o PMDB do Sarney: 10 de seus 36 deputados esqueceram de aparecer. Mas isso representa 2 em cada 10 deputados do partido que estavam presentes. Dois partidos menores, PTC e PRB, tiveram metade dos presentes votando e metade dos presentes sumindo.

Nos eleitoralmente grandes há pouca diferença. No PSDB, 6% dos presentes não votaram. No PT, 7% dos presentes não votaram. No DEM, 10% não votaram.

Conheça na planilha abaixo a ficha de quem não votou no Ficha.

Entre aqui neste link e saiba quem não votou!

Marcelo Soares/MTV

Casal gay é proibido de adotar surfista de 22 anos

O arquiteto Jônatas Perri, de 42 anos, e o ator Wilson Leite, de 40 anos, não se conhecem há muito tempo, mas estavam dispostos a dar um passo decisivo: queriam receber mais um membro em suas vidas.

Há um mês, Jônatas e Wilson conheceram o surfista Kadu, de 22 anos, no Posto 9, a célebre praia de Ipanema. Empolgados com a presença física do rapaz, Jônatas e Wilson decidiram adotá-lo. Foi quando o sonho virou pesadelo. A Promotoria de Justiça do Rio de Janeiro impediu que o processo de adoção fosse adiante.

“Isso não faz o menor sentido”, disse o promotor Jerônimo Tenterra, autor da liminar que impediu o processo de adoção. “Não tenho nenhum preconceito. Acho que os gays são capazes de criar uma família. Mas não sei de onde esses dois tiraram essa ideia”.
“Acho que a gente não sabia muito bem como funciona essa coisa de adoção”, disse Jônatas. “Custava explicar melhor? E nem precisava ser uma adoção completa. Ele podia vir aqui em casa quando quisesse, não precisava dormir”.

“Todo mundo sabe que é mais difícil adotar quando o menino está mais grandinho”, disse Wilson, em tom de revolta.  “E agora essa. Ninguém pergunta ao rapaz o que ele quer”.

Procurado pela reportagem, Kadu preferiu não se pronunciar. “Minha família ainda não sabe disso, véio. Minha mãe vai morrer do coração!”, disse Kadu.

O Ministério Público do Rio de Janeiro afirma que pedidos que fazem leitura inadequada da lei são comuns. No último mês, um homem tentou enviar a própria sogra, de 72 anos, para um lar de adoção.

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