Com pré-estreia para convidados, Jô Soares apresentou pela primeira vez ao público português “Remix em Pessoa”, espetáculo que estreiou na sexta-feira (29), às 21h30, no Teatro Villaret, em Lisboa, dirigido por Bete Coelho e com música de Billy Forghieri.
Imprensa, celebridades do meio artístico português e autoridades brasileiras estiveram no teatro para conferir de perto o espetáculo, um monólogo lançado em CD no Brasil em 2007 e apresentado em diversos teatros de São Paulo e Rio de Janeiro, com aclamação do público e da crítica.
Entre os convidados brasileiros, estiveram presentes o presidente da TAP, Fernando Pinto, o diretor da TV Globo Europa, Ricardo Pereira, o qual declarou que desde a gravação do CD “Remix em Pessoa”, em 2007, mesma época da inauguração da Globo em Portugal, havia falado ao humorista que o espetáculo deveria ser exibido em Lisboa.
O embaixador do Brasil em Portugal, Celso Vieira e Souza, que disse ser um prazer receber Jô Soares em Lisboa: “É uma presença sempre boa, simpática, de um ator tão conhecido como Jô Soares e dizendo textos de Fernando Pessoa, que é extraordinário, poeta português, grande nome do modernismo. Já ouvi de várias fontes que Fernando Pessoa foi uma redescoberta no Brasil. Claro que ele foi um grande poeta cultuado e respeitado em Portugal, mas quem deu ao Fernando Pessoa o lugar de realce modernamente na língua portuguesa foi o Brasil. Sobretudo por meio de Cleonice Berardinelli”, disse Souza.
Jô Soares subiu ao palco vestido como Pessoa e, com seu brilho de um bom comunicador, deu início ao espetáculo apresentando aos seus ilustres convidados o poema Sou Eu. Uma plateia formada por aproximadamente 400 pessoas ouvia em silêncio Jô interpretando, com sotaque luso caricato, o imortal poeta português Fernando Pessoa. De Álvaro de Campos, Jô disse ser o heterônimo que mostra com mais contundência uma versão de humor cáustico e irônico que ele próprio tem do mundo.
O repertório do espetáculo foi composto, grande maioria, de poemas gravados no CD, com exceção de Lisboa com Suas Casas e Se Eu Morrer Novo, de Alberto Caeiro, outro dos heterônimos de Pessoa, com o qual Jô presenteou os convidados, regressando ao palco após muitos aplausos. Para interpretar o poema Ao Volante do Chevrolet, o artista usou as costas de uma cadeira, simulando que estava dirigindo um carro.
Jô falou com o site da Brasileiros sobre o prazer de estar realizando um sonho, apresentando “Remix em Pessoa” num teatro construído por seu grande e saudoso amigo Raul Solnado.
“Remix em Pessoa” fica em cartaz em Lisboa até dia 7 de fevereiro.