Arquivo do dia: janeiro 29, 2010

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.



Pablo Neruda

Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Escribir, por ejemplo : ‘La noche está estrellada,
y tiritan, azules, los astros, a lo lejos’.
El viento de la noche gira en el cielo y canta.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Yo la quise, y a veces ella también me quiso.
En las noches como ésta la tuve entre mis brazos.
La besé tantas veces bajo el cielo infinito.
Ella me quiso, a veces yo también la quería.
Cómo no haber amado sus grandes ojos fijos.
Puedo escribir los versos más tristes esta noche.
Pensar que no la tengo. Sentir que la he perdido.
Oir la noche immensa, más inmensa sin ella.
Y el verso cae al alma como al pasto el rocío.
Qué importa que mi amor no pudiera guardarla.
La noche está estrellada y ella no está conmigo.
Eso es todo. A lo lejos alguien canta. A lo lejos.
Mi alma no se contenta con haberla perdido.
Como para acercarla mi mirada la busca.
Mi corazón la busca, y ella no está conmigo.
La misma noche que hace blanquear los mismos arboles.
Nosotros, los de entonces, ya no somos los mismos.
Ya no la quiero, es cierto pero cuánto la quise.
Mi voz buscaba el viento para tocar su oído.
De otro. Será de otro. Como antes de mis besos.
Su voz, su cuerpo claro. Sus ojos infinitos.
Ya no la quiero, es cierto, pero tal vez la quiero.
Es tan corto al amor, y es tan largo el olvido.
Porque en noches como ésta la tuve entre mis brazos,
mi alma no se contenta con haberla perdido.
Aunque ésta sea el último dolor que ella me causa,
y éstos sean los últimos versos que yo le escribo.

Luiza Brunet aos 48 e sarada em capa de revista


divulgação

Luiza Brunet aos 48 anos é a capa da “Dieta já” de fevereiro. Na publicação, a rainha da Imperatriz Leopoldinense revela que, como qualquer outra mulher, luta contra as celulites. “Toda mulher tem, faz parte do corpo feminino. Só que nem por isso quero que ela fique ali, à mostra. Mas acredite, se você apertar a minha coxa, ela vai aparecer”, entrega, rindo.

Agora, para poder desfilar grandiosa no carnaval, desde janeiro a bela intensificou as caminhadas diárias para sete dias da semana e o pilates para cinco vezes. “Esse aumento nos treinos faz que eu ganhe mais resistência e pique para sambar na Sapucaí”, garante Luiza que orgulhosamente desfila, há mais de dez anos, pela Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense.

Leo Dias/Extra

Morre o grande músico Helvius Vilela

Morreu na madrugada de hoje o grande músico brasileiro Helvius Vilela.

O corpo foi velado na Capela 3 do Cemitério São João Batista e o sepultamento foi  às 17h.

Pianista, compositor e arranjador. Tocou e ou fez arranjos para artistas dos mais diversos estilos tais como: Elizeth Cardoso, Alceu Valença, Milton Nascimento, Nana Caymmi, Carlos Lira, Edu Lobo, Paulinho da Viola, Tito Madi, Miucha, Marlene, Francis Hime, Chico Buarque, etc.

Musicou poemas de C. Drummond de Andrade lidos pelo próprio no LP Duplo “ANTOLOGIA POETICA” – Polygram. Compôs a trilha da 1ª versão para cinema de “O CORONEL E O LOBISOMEM”, atuou com alguns dos artistas já citados em Nova Iorque, Cuba, Argentina, Uruguai, Chile, México (onde residiu por um ano), Los Angeles (onde também residiu por um ano), Espanha, Suíça (Festival de Montreux) e França.

Recebeu o “PRÊMIO SHELL” pela direção musical e arranjos para o musical “RÁDIO NASCIONAL”.

Gostei e colei: Elisa Lynch a dama do Paraguai

Homero Fonseca

Elisa Alicia Lynch, numa rara foto
Nunca tido ouvido falar em Elisa Alicia Lynch, até o dia em que, cascavilhando no estande da Biblioteca do Exército, na última Bienal do Livro de Pernambuco, deparo-me com um volume que me chamou a atenção. Era uma edição de capa tosca de “Elisa Lynch, mulher do mundo e da guerra”, de Fernando Baptista, de 2007, da própria Biblioteca do Exército Editora. Dei uma folheada e fui fisgado pela extraordinária personalidade ali retratada.

O livro do gaúcho Fernando Baptista, jornalista e economista já falecido, foi lançado em 1985 pela lendária Editora Civilização Brasileira, do não menos lendário Ênio Silveira, que assinou o texto da contra-capa, assinalando que, na obra, o autor “se livrará dos estritos e precisos limites da biografia de personagem histórica para inflamar nossa imaginação com a crônica apaixonante e apaixonada de uma belíssima mulher que não mediu esforços par alcançar os mais elevados patamares de sua aventurosa carreira de cidadã do mundo”.

A biografia romanceada ganhou naquele ano o Prêmio Literário Nacional do Instituto Nacional do Livro e dois anos depois já tinha traduções para o espanhol circulando na Argentina..

Inicialmente, o que me fez comprar o catatau de 550 páginas foi a extraordinária figura da protagonista, personagem marcante da história do Paraguai à época da guerra com a Tríplice Aliança (Argentina-Brasil-Uruguai), que culminou com a devastação do país guarani. Elisa, do ponto de vista da dimensão histórica, poderia ombrear com Evita Perón, mas talvez por ser mais ambígua e polêmica e ter sido heroína dos derrotados, tenha sido um pouco ofuscada pela portenha.

Ela nasceu em 1835, em Cork, Irlanda, e morreu em Paris, em 1886, aos 51 anos, depois de ter sido uma das mais ricas e poderosas mulheres da América Latina em sua época. Sua família era “de classe média com raízes nobiliárquicas”. Ela foi aluna do requintado Trinity College e casou, aos 15 anos de idade, com o médico e capitão do Exército francês, Xavier de Quatrefages, indo morar de imediato na Argélia, onde servia o marido. Lá, tornou-se exímia amazonas e arrasou corações, protagonizando um escândalo que culminou em tragédia: por seu amor, bateram-se em duelo um conde russo aventureiro e o comandante militar francês em Argel, que levou a pior, falecendo em consequência de ferimento a bala. O episódio é tratado com extrema discrição por Fernando Baptista, que é categórico ao afirmar que a jovem irlandesa não traíra o esposo, opinião, entretanto, não compartilhada pelo próprio, que a mandou embora.

Elisa, então, foi viver em Paris, onde começou a frequentar o “rendez-vous” de madame Dumont, que tinha entre seus clientes um jovem general sul-americano, Francisco Solano López, filho do presidente paraguaio Carlos Antônio López e embaixador plenipotenciário do seu país junto à corte de Napoleão III.

Todos as descrevem como belíssima, embora as poucas fotos disponíveis – de má qualidade, é verdade – não parecem ratificar o superlativo. Mas o fato é que Solano López se apaixonou pela ruiva irlandesa. A partir daí, a vida de Elisa Lynch assume contornos de epopéia moderna.

Retrato de Francisco Solano López

Solano a levou para Assunção, onde ela chegou grávida do primogênito Panchito. Mas como era casada com o oficial francês, passaram a viver uma relação de concubinato que escandalizou a sociedade local, sobretudo as senhoras burguesas. Enquanto as mulheres “direitas” lhe torciam os narizes, o patronato paraguaio logo formava fila para visitá-la na mansão equipada com requintes europeus pelo amante, em busca de favoritismo com o poder, principalmente a partir do momento em que Solano, com a morte do pai, assumiu a presidềncia da república guarani, em pleito indireto. Rapidamente Elisa se tornou uma espécie de eminência parda, influindo nos mais diversos aspectos da vida nacional. Teve oito filhos com o “mariscal” e o incentivou nos planos de tornar o Paraguai uma potência econômica e militar. Com efeito, o Paraguai vivia uma época de prosperidade, sendo um dos poucos países latino-americanos, em meados do século 19, a não ter dívida externa, e conseguiu montar um exército aguerrido e disciplinado. Do ponto de vista estratégico, faltava-lhe uma saída para o mar, o que produzia a dependência da navegação na bacia do Prata, controlada por argentinos, brasileiros e uruguaios.

Fernando Baptista traça um amplo painel geopolítico, econômico, militar, diplomático e histórico da guerra que eclodiu em 1865, com a intervenção brasileira no Uruguai e a invasão do Mato Grosso pelas tropas de Solano López, e somente se encerrou cinco anos depois, à custa de enorme mortandade, sobretudo do lado paraguaio.

A guerra em si é objeto de grandes embates ideológicos na historiografia dos países envolvidos, como sabemos. Mas parece que a narrativa de Baptista consegue o prodígio de se equilibrar entre essas correntes divergentes, pois o homem chegou a ser condecorado pelo governo brasileiro, bem como pelo Ministério da Defesa do Paraguai, país onde foi membro honorário do Instituto de História e do Museu Militar.

Sua narrativa é bastante empática para com os paraguaios, embora retrate com realismo a mecânica da ditadura de Solano López, que, no auge do delírio autoritário, em 1868, mandou fuzilar seus dois irmãos, Benigno e Venâncio, tendo as próprias irmãs, Inocência e Raphaela, e até a mãe, dona Juana Paula, sido levadas às barras dos tribunais de exceção.

Durante o conflito, enquanto enriquecia com aquisições favorecidas de enormes latifúndios no Paraguai, na Argentina e no Brasil, Elisa percorria a cavalo os campos de batalha, servia de enfermeira, dava ordens, recebia informações, participava de intrigas e alianças de bastidores, apoiava o seu homem em todos os momentos.

Foi uma das mulheres mais poderosas, polêmicas e magnéticas de sua época e, como sói acontecer nesses casos, mesmo após sua morte continuou gerando discussões e paixões, com parte de biógrafos, historiadores e palpiteiros pintando-a como demônio e parte como heroína.

Na batalha final de Cerro Corá, estava ao lado do ditador e do filho Panchito, que tombaram em confronto com as tropas brasileiros, sendo enterrados pela mulher, com suas próprias mãos.

Bem, aí está um resumo da portentosa narrativa do escritor gaúcho, cuja leitura é daquelas que seguram o leitor pela gola de tal modo que, esteja ele fazendo o que estiver, seu desejo é largar tudo e voltar para o livro – em suma, o tipo de narrativa que vale a pena.

Em muitos momentos, a narrativa épica parece emular Euclides da Cunha, sobretudo em passagens antológicas, como vocês podem conferir no trecho a seguir:

“Esta noite passou sem ninguém dormir em Passo Pocu. As mulheres que acompanhavam soldados, que somavam quase um outro exército, vindas de Assunção e dos departamentos do interior, prestaram, nessa dolorosa vigília, colaborações valiosíssimas. Iam, elas mesmas, pelas picadas e banhados, no meio dos juncos, onde viviam jacarés, decididas a encontrar seus maridos, filhos e companheiros, ou aproximavam-se, a tiro de revólver das trincheiras aliadas, cujos comandantes, percebendo, através da noite iluminada por milhões de estrelas e pela metade de uma generosa Lua, de quem se tratava, advertiram seus soldados para não atirarem. Às vezes, se misturavam paraguaias e argentinas, assuncenas e baianas, mesmo grávidas, auxiliando os padioleiros. Já alta madrugada e de manhã cedo aquela confraternização humanitária havia-se generalizado. Aconteceu um verdadeiro armistício. Atestando a bravura característica dos paraguaios, foram encontrados cadáveres e soldados feridos até no centro do gigantesco acampamento aliado, de contornos entrincheirados. Dessa forma samaritana, de tão nobre conteúdo humano, alguns milhares de paraguaios, argentinos, brasileiros e orientais foram reconduzidos à vida, tratados e devolvidos às suas famílias, ainda que sem membros ou cegos pelos estilhaços da tempestade de tiros e granadas.”

TV Educativa de Bento: apadrinhamento

Ministério publica, em site, nome de deputado como beneficiário de concessão para emissora no RS.
Deputado federal Mendes Ribeiro Filho admite ter auxiliado fundação a obter aprovação, mas diz que não tem “interesse econômico”
Uma falha do Ministério das Comunicações revela que o apadrinhamento político para a aprovação dos pedidos de concessão de rádio e TV está ativo no governo Lula.
A Fundação Núcleo Cultural Bento Gonçalvense, do Rio Grande do Sul, obteve, no início do mês, uma concessão de TV educativa em Bento Gonçalves, com apadrinhamento do deputado federal gaúcho Mendes Ribeiro Filho, do PMDB, colega de partido do ministro das Comunicações, Hélio Costa.
A ação do parlamentar foi revelada por erro da burocracia do Ministério das Comunicações. Em vez de digitar, no sistema para consulta on-line do andamento dos processos, o nome da fundação como beneficiária da TV, os técnicos registraram o nome do deputado.
Confrontado com os fatos, Ribeiro confirmou que age para acelerar processos de concessão de emissoras educativas de seu Estado. “”O Hélio Costa endureceu para aprovar outorgas de radiodifusão. Fui procurado muitas vezes porque ele aumentava as exigências de vinculação com universidades para aprovar [as outorgas]”, disse.
Ele afirmou não ver problema no apadrinhamento político de pedidos de emissoras educativas que não tenham o lucro por objetivo. “”Não sou parente, não sou amigo [dos dirigentes da fundação que pleiteou a concessão] nem tenho interesse econômico na causa. Como interessa ao Rio Grande do Sul, eu peço”, justificou.
A interferência de deputados e de senadores no processo de concessões é comentada, veladamente, no setor, mas sua documentação é coisa inédita.No dia 6 de janeiro, o Diário Oficial da União publicou o decreto legislativo que aprovou a concessão do canal de TV educativa à fundação de Bento Gonçalves.
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