Um dos primeiros a adquirir o novo livro Guia de drinques dos grandes escritores americanos, de Mark Bailey, foi o produtor, comediante e apresentador de TV e de espetáculos para empresas (além de bom de copo) Luis Carlos Miele que, durante décadas, fez dupla com Ronaldo Boscoli. Miele acha que os grandes bebedores nacionais também deveriam ganhar um livro, com histórias etílicas. Uma delas: uma marca de cerveja patrocinava um show de Roberto Carlos e ele decidiu que não toparia propaganda de bebida alcoólica. “Saí e arrumei uns vinte livros que provavam que cerveja não era bebida alcoólica”. E outra: “Um dia, cheguei sóbrio em casa, meu cachorro não me reconheceu e quase avançou em cima de mim”.
“Guia de drinques dos grandes escritores americanos” reúne, em 104 páginas, trechos de obras literárias de 43 autores americanos fascinados por um bom trago. Além de deliciosos casos dos tempos em que essa turma boa de copo se juntava em festas, a publicação traz as receitas favoritas dos drinques de Bukowski, Truman Capote, Tennessee Williams e outros craques das letras. Mãos à obra e tintim!
Charles Bukowski/ drinque predileto: boilermaker – Sua obra, com mais de 50 livros, sempre girou em torno das bebidas, do jogo e das mulheres. Não é para menos: Bukowski era do tipo que ficava no bar desde sua abertura até o momento em que o garçom joga água no chão. E o tal do boilermaker? Trata-se de um shot de uísque, puro, seguido de uma caneca de cerveja tipo lager, em seguida. Gelada, ela irá perseguir o destilado quente em sua garganta…
Truman Capote/ drinque predileto: screwdriver – O autor de “A sangue frio” foi também quem disse: “Esta profissão é uma longa caminhada entre um drinque e outro”. O seu “drinque laranja”, como o romancista se referia à bebida preferida, é feito com 60 ml de vodca, 200 ml de suco de laranja fresco e meia rodela de laranja. Gelo acompanha.
F. Scott Fitzgerald/ drinque predileto: gin rickey – Porta-voz da “Era do jazz”, era, segundo o livro, um bêbado brincalhão e tinha em Zelda, sua mulher, a parceira ideal para os porres homéricos. Reza a lenda que o casal pulou na fonte do Hotel Plaza, tirou a roupa em espetáculos teatrais e chegou até a cozinhar o relógio de convidados em festas, junto com sopa de tomates. Está bom para vocês? Para eles, não. Certa vez, foram convidados para uma festa do tipo “venham como estiverem” e apareceram de pijamas. Zelda logo tirou o seu quando chegou na pista e dançou nua.
Ernest Hemingway/ drinque predileto: mojito – “Um homem não existe até que fique bêbado”, disse o escritor, Nobel de Literatura em 1954. Fã do drinque cubano, ele chegou a quebrar uma bengala na sua cabeça, uma vez, quando saía de um bar em Nova York. Tudo por causa de uma aposta no valor de 50 dólares.
Edgar Allan Poe/ drinque predileto: sazerac – O poeta e crítico literário adorava absinto, bebida cujo teor alcoólico é de 68% e que, até ser proibido em 1912, era ingrediente fundamental ao sazerac. O guia também fala das circunstâncias obscuras da morte de Poe: depois de ingressar na sociedade Filhos da Temperança e jurar abstinência, o poeta voltou a beber um mês depois, desapareceu, surgiu dias depois em Baltimore – caído de bêbado – e morreu quatro dias depois.
Jean Stafford/ drinque predileto: cuba libre – Vencedora do Pulitzer, esta escritora escondia garrafas de rum atrás de livros de receita e chegou a vomitar dentro da própria bolsa, uma vez. Mas, como ébria inveterada, sua prática mais curiosa era no tempo em que morava no Maine, numa cidadezinha em que vigorava a Lei Seca. Jean contratava o xerife local para conduzi-la a uma distância de 30 quilômetros para comprar rum. Que tal?
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