Arquivo do dia: dezembro 19, 2009

Li gostei: Nei Duclós “OS PRETENSIOSOS”



A cultura obedece à política, quer os artistas e autores queiram ou não. E a política é a ditadura, como vemos todos os dias ao acompanhar o caminho percorrido pelo dinheiro público, do suor popular para o trono bem fornido dos maganos. Essa realidade independe do talento. A idiotia do sertanojo ou a competência poética e musical de Caetano obedecem ao mesmo trâmite. Como não quero gastar chumbo em chimango, e passo lotado pelo fato de Zezé di Camargo e Luciano estarem na Xuxa hoje, aparecendo assim pela décima milionésima vez na Globo este ano, gostaria de comentar Caetano, Antonio Cícero e os Titãs.

Antonio Cícero deve ter algum valor, que desconheço, pois está assoberbado e viajou para Portugal junto com Caetano Veloso para um evento em torno de Fernando Pessoa. Mas lembro que ele se refere a Goethe como um seu igual. Só isso já dá o perfil do sujeito. Por sua vez, Caetano teve o desplante de dizer que “quebrou o tabu” ao chamar Lula de analfabeto. Não importa que centenas de milhares de pessoas, todos os dias, falem mal do presidente, chamando-o de analfabeto para baixo. O que importa é que ele, Caetano, acha que remou contra a corrente dos “brasileiros” e resolveu, de maneira inédita, criticar Lula. Para Caetano, só ele conta. Não é muita pretensão? Como pode ignorar a crítica explícita, documentada, contra o presidente e achar que havia, antes dele, um tabu de não tocar no santo nome do imbecil em vão?

É a mesma linha de pretensão do “nunca antes neste país”. Mesmíssima coisa. Como Lula ignora ou faz de conta que não sabe do que foi feito antes dele, qualquer peido que dê é de um ineditismo sem dó. FHC era idêntico: o comprador de títulos Honoris Causa a custa da soberania chega a falar com a boca túmida de tanta pretensão. Caetano se identifica com essa megalomania, que faz parte do sistema. Tudo gira ao seu redor. É por isso que, depois de ignorar Tomzé por décadas, ajudando a mantê-lo num ostracismo forçado, ao tentar elogiar o novo cd do baiano genial, recebeu de Tomzé um sonoro e público “vai tomar no cu”. Se achar o único exemplar da raça não é apenas vício, é também crime. E se você reclamar, costumam se defender dizendo que se referem apenas às pessoas “que contam”. Ou seja, por você ser carta fora do baralho, graças a esse expediente, então tem de ficar de bico calado.

Vamos pegar os Titãs. Parecem ser músicos competentes, estão há décadas fazendo sucesso. O insuportável é que eles preenchem todos os vazios culturais provocados pela ditadura. O Paulo Miklos, tremendo canastrão, é vendido como grande ator. O Arnaldo Antunes é o poeta oficial do país, está em todas. Esses dias vi uma performance sua no programa do Jô. Vozinha de merda, gestos calculados, letra ridícula. Por que incensam tanto o cara? Vá lá que possa ter talento, que desconheço, mas só dá ele. Poeta? Arnaldo Antunes. Ninguém lembra do Rubens Jardim, do Mario Chamie, de ninguém. Só dá Arnaldo Antunes e Antonio Cícero. Alguma coisa está errada.

Tonty Belloto, outro Titã, é cronista da Veja.com Em dois posts, mostrou o que tenta esconder. Num deles, comentando a política disse que se sentia um bobão por ter tocado nos comícios do Lula em 1989 e que agora vê Lula abraçado ao Collor. Ora, não ganharam cachê? Não estava na moda, muito bem aproveitada pelo grupo, ser do Lula? Agora que o falso ídolo foi desmascarado, os mesmos que o incensaram tentam pular fora. Em outro post, Belotto diz admirar dois “solitários”, Dalton Trevisan e Rubem Fonseca, que se isolam para escrever nesta época de grande exposição pública (em que a internet é a grande vilã; claro, é uma rede democrática, eles desaparecem na multidão digital).

Como se Belotto não vivesse se expondo o tempo todo. Como se o isolamento dos dois escritores citados fosse mesmo recolhimento para escrever, quando não passa de bruta misatropia, ódio à humanidade. Basta ver seus heróis, todos canalhas assassinos. Escrevem o fino, mas se isolar não significa que seja algo saudável. Vinícius de Moraes vivia cercado de gente e escrevia maravilhas.

Por que me preocupo em comentar esses caras? Porque o sistema da ditadura produz tudo, tanto a cultura oficial (o sertanojo, o filme hagiográfico, a música gritada, a breguice geral) quando a pretensamente transgressora (os vanguardeiros Cícero e Antunes). Tinha notado isso antes: São Paulo produziu Maluf, o imigrante trator, e Martinha, a petista vinda do Colégio Sion. Assim funcionam as ditaduras: não tem para ninguém. Mientras tanto, moramos no ostracismo, no Brasil real, fulos porque nos roubaram a nação e vivem se fresqueando em frente as câmaras, como se fossem os únicos e eternos magníficos.

Chega, porra.

RETORNO – Imagem desta edição: Caetano, ninguém contesta, é do primeiro time. Mas não é o único. Nem deve usar esse espaço privilegiado para ignorar o que é feito à sua revelia.

Fonte: Blog Outubro do escritor Nei Duclós http://outubro.blogspot.com/2009/12/os-pretensiosos.html

PF acha dinheiro ‘marcado’ na casa de Arruda

A Polícia Federal encontrou nas dependências da Granja de Águas Claras, residência oficial do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (ex-DEM), dinheiro cuja série numérica é a mesma de um lote de cédulas apreendidas em duas empresas (Vertax e Adler) acusadas de bancar o esquema de corrupção que ficou conhecido como “mensalão do DEM”.

Em outro endereço, os investigadores descobriram com um ex-assessor de Arruda notas previamente marcadas com uma tinta invisível para identificar os destinatários da propina.

Em 11 de dezembro, quando foi deflagrada a Operação Caixa de Pandora, cédulas da série A3569 foram encontradas no gabinete de um assessor de Arruda, situado na residência oficial, e na sede das empresas Vertax e Adler, que mantêm contratos com o governo do Distrito Federal na área de informática e são apontadas como importantes fontes de abastecimento do esquema.

Ex de Tiger Woods começa a faturar

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Enquanto Tiger Woods está perdendo alguns dos contratos milionários por conta do escândalo sexual com várias mulheres diferentes, a mulher dele, Elin Nordegren, está prestes a faturar uma bolada.
Isso porque a ex-modelo está sendo sondada para assinar um contrato com a Puma.
Em comunicado oficial, a marca disse que é verdade que eles estão conversando com Elin para ser a garota-propaganda da nova linha chamada Tretorn.

Amy Winehouse vai se casar com o ex marido

Blake Fielder-Civil, ex-marido, e atual noivo, de Amy Winehouse confirmou aos jornais britânicos que vai se casar de novo com a cantora. E mais: quer ter filhos com ela o quanto antes. O casal havia se separado em setembro depois de um relacionamento cheio de altos e baixos, crises de depressão, internações e muita confusão. Ao todo foram 28 meses de união, dos quais, no entanto, só passaram seis juntos.

Amy Winehouse e Blake Fielder-Civil: noivos mais uma vez!

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Atualmente, Blake frequenta um rehab em Sheffield, na Inglaterra, mas tem planos de mudar para Londres definitivamente. “Não estamos mais usando drogas e ganhamos mais responsabilidade agora. Amy está com medo de se expor, não quer magoar o pai e ninguém. Já fizemos estragos demais em nossas vidas, só queremos viver em paz e ser feliz” contou. Então tá…

Ex-assessor da Casa Civil condenado

Protagonista do primeiro escândalo do governo Lula, Waldomiro Diniz foi condenado ontem por improbidade administrativa no caso que atuou para que a empresa Gtech conseguisse renovar seu milionário contrato com as loterias da Caixa.

O juiz José Márcio da Silveira e Silva, da 7ª vara da Justiça Federal, em Brasília, entendeu que Waldomiro exorbitou sua função na Casa Civil da Presidência, onde atuava como assessor de José Dirceu, ao patrocinar interesses privados do empresário de jogos Carlinhos Cachoeira e ao tentar achacar a empresa para ajudar na renavação de seu contrato.

Apesar de ter sido condenado, a pena para Waldomiro foi branda: terá de pagar cinco vezes o valor, corrigido, do salário que recebia no período e mais 5 000 reais de honorários advocatícios.
De acordo com a sentença, o fato de não haver provas de recebimento de dinheiro, por parte de Diniz, não elimina a conduta ilegal caracterizada por “ato de improbidade” e “conduta incompatível” com o serviço público.

A ação civil pública não foi atendida integralmente.

O Ministério Público Federal (MPF) pedia a suspensão dos direitos políticos por cinco anos, multa civil de cem vezes o valor da remuneração recebida em função do cargo, proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios creditícios, direta ou indiretamente, pelo prazo de três anos.

Lauro Jardim

Livro: “Farofa com Pimentão Histórias de Praia”

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O ponto alto deste 5º livro do jornalista José Luiz Prévidi, “Farofa com Pimentão – Histórias de Praia” é a participação de 29 colaboradores, de diversas áreas, mas que têm o dom de contar histórias.

“Tem história de tudo que é tipo, de vários tamanhos, e o mais legal é que nada foi combinado – quer dizer, nenhum soube o que o outro iria tratar. Aliás, ninguém soube quem participaria”, explica Prévidi.
E acrescenta: “É mais um livro sem dramas, questionamentos ou perplexidades. Nada disso. É para divertir, passar bons momentos de ócio”.
Farofa com Pimentão tem 112 páginas e a capa é do Denison Mendes, que também colabora com uma história. Tem o indispensável apoio do Governo do RS, através do Banrisul, e do Sesc-RS.
Num primeiro momento estará a venda no www.previdi.com.br e na Banca da República – esquina da rua da República com avenida João Pessoa.
O lançamento vai ser na próxima terça, 22 de dezembro, no Tapas Bar, na rua da República, 30 – quase esquina da avenida João Pessoa. A partir das 18 horas o Prévidi estará recebendo amigos e leitores do www.previdi.com.br. Neste dia, o livro estará custando 10 reais.

Simonal renasce com livro, CDs e DVD

No início da década de 70, a música de Wilson Simonal caía no ostracismo depois da polêmica que ligou o nome do até então Rei do Suingue ao regime militar — ele foi tachado de informante do governo. Em junho de 2000, já esquecido, o cantor morreu, vítima do alcoolismo. Nove anos se passaram, e Simonal volta em CDs, DVD e livro, mostrando-se tão vivo quanto em meados da década de 60, quando aparecia no palco e entoava “Meu limão, meu limoeiro”, “Sá Marina” e tantos outros sucessos.

— Essa capacidade regenerativa, porém meio tardia, da música do Simonal diz muito sobre o talento dele — opina o casseta Cláudio Manoel, um dos responsáveis pela retomada.

O Seu Creysson do “Casseta & Planeta, urgente!” é diretor do documentário “Simonal — Ninguém sabe o duro que dei”, ao lado de Micael Langer e Calvito Leal, que estreou em maio nos cinemas. De lá para cá, são vários produtos que levam o nome do cantor: o livro “Nem vem que não tem — A vida e o veneno de Wilson Simonal”, a caixa “Wilson Simonal na Odeon (1961/1971)”, com CDs e uma pequena biografia, e o CD e DVD “O baile do Simonal”, gravado no Vivo Rio em agosto.

— Muito legal ter dado um passo em direção a esse revival. A gente conseguiu criar um impacto, fazer um barulho. E quando digo “a gente”, eu me refiro também ao Simonal — diz Claudio.

Fenômeno
Para Ricardo Alexandre, autor da biografia “Nem vem que não tem”, a redescoberta começou na época da morte de Simonal, mas tomou força mesmo em 2009, graças ao documentário. “O grande negócio do filme é que ele mostra o Simonal em cima do palco, é um choque vê-lo cantando”.

CD e DVD ao vivo
Vários artistas participam do “Baile do Simonal”. Marcelo D2, por exemplo, canta “Nem vem que não tem”. Já Frejat interpreta “Vesti azul”.

Extra

Maria Rita está com infecção respiratória grave

A cantora Maria Rita, que está com um quadro severo de infecção respiratória e precisa ficar de repouso, transferiu o show que faria neste sábado, dia 19, na Fundição Progresso, na Lapa, RJ. A apresentação, que também teria a presença do grupo Casuarina, foi remarcada para 30 de janeiro, no mesmo local.

Os ingressos comprados para o evento desse sábado também são válidos para a nova data. Para quem desejar a restituição do valor pago pelo ingresso, a bilheteria da Fundição Progresso fará a troca de segunda a sexta-feira, das 10h às 13h30m e das 14h às 18h, a partir de segunda-feira, dia 21.

Livro: Guia para beber bem

Um dos primeiros a adquirir o novo livro Guia de drinques dos grandes escritores americanos, de Mark Bailey, foi o produtor, comediante e apresentador de TV e de espetáculos para empresas (além de bom de copo) Luis Carlos Miele que, durante décadas, fez dupla com Ronaldo Boscoli. Miele acha que os grandes bebedores nacionais também deveriam ganhar um livro, com histórias etílicas. Uma delas: uma marca de cerveja patrocinava um show de Roberto Carlos e ele decidiu que não toparia propaganda de bebida alcoólica. “Saí e arrumei uns vinte livros que provavam que cerveja não era bebida alcoólica”. E outra: “Um dia, cheguei sóbrio em casa, meu cachorro não me reconheceu e quase avançou em cima de mim”.

Guia de drinques dos grandes escritores americanos” reúne, em 104 páginas, trechos de obras literárias de 43 autores americanos fascinados por um bom trago. Além de deliciosos casos dos tempos em que essa turma boa de copo se juntava em festas, a publicação traz as receitas favoritas dos drinques de Bukowski, Truman Capote, Tennessee Williams e outros craques das letras. Mãos à obra e tintim!

Charles Bukowski/ drinque predileto: boilermaker – Sua obra, com mais de 50 livros, sempre girou em torno das bebidas, do jogo e das mulheres. Não é para menos: Bukowski era do tipo que ficava no bar desde sua abertura até o momento em que o garçom joga água no chão. E o tal do boilermaker? Trata-se de um shot de uísque, puro, seguido de uma caneca de cerveja tipo lager, em seguida. Gelada, ela irá perseguir o destilado quente em sua garganta…

Truman Capote/ drinque predileto: screwdriver – O autor de “A sangue frio” foi também quem disse: “Esta profissão é uma longa caminhada entre um drinque e outro”. O seu “drinque laranja”, como o romancista se referia à bebida preferida, é feito com 60 ml de vodca, 200 ml de suco de laranja fresco e meia rodela de laranja. Gelo acompanha.

F. Scott Fitzgerald/ drinque predileto: gin rickey – Porta-voz da “Era do jazz”, era, segundo o livro, um bêbado brincalhão e tinha em Zelda, sua mulher, a parceira ideal para os porres homéricos. Reza a lenda que o casal pulou na fonte do Hotel Plaza, tirou a roupa em espetáculos teatrais e chegou até a cozinhar o relógio de convidados em festas, junto com sopa de tomates. Está bom para vocês? Para eles, não. Certa vez, foram convidados para uma festa do tipo “venham como estiverem” e apareceram de pijamas. Zelda logo tirou o seu quando chegou na pista e dançou nua.

Ernest Hemingway/ drinque predileto: mojito – “Um homem não existe até que fique bêbado”, disse o escritor, Nobel de Literatura em 1954. Fã do drinque cubano, ele chegou a quebrar uma bengala na sua cabeça, uma vez, quando saía de um bar em Nova York. Tudo por causa de uma aposta no valor de 50 dólares.

Edgar Allan Poe/ drinque predileto: sazerac – O poeta e crítico literário adorava absinto, bebida cujo teor alcoólico é de 68% e que, até ser proibido em 1912, era ingrediente fundamental ao sazerac. O guia também fala das circunstâncias obscuras da morte de Poe: depois de ingressar na sociedade Filhos da Temperança e jurar abstinência, o poeta voltou a beber um mês depois, desapareceu, surgiu dias depois em Baltimore – caído de bêbado – e morreu quatro dias depois.

Jean Stafford/ drinque predileto: cuba libre – Vencedora do Pulitzer, esta escritora escondia garrafas de rum atrás de livros de receita e chegou a vomitar dentro da própria bolsa, uma vez. Mas, como ébria inveterada, sua prática mais curiosa era no tempo em que morava no Maine, numa cidadezinha em que vigorava a Lei Seca. Jean contratava o xerife local para conduzi-la a uma distância de 30 quilômetros para comprar rum. Que tal?

Nove milhões de óculos apreendidos

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Óculos genéricos
Neste ano, até agora, mais de nove milhões de óculos genéricos foram apreendidos. Nos últimos quatro anos, 32 milhões de unidades.

No Brasil, existem mais de 23 mil óticas e outros 4,7 mil estabelecimentos comerciais que vendem também óculos, mas não são focados apenas nesse produto.

Entre os dois blocos, óculos movimentam por ano mais de R$ 13 bilhões. Estima-se que a pirataria responda por 40% das vendas de óculos e metade desse percentual – surpresa – é vendido pelas próprias lojas que reclamam diante da invasão dos genéricos. Ou seja: quando um consumidor compra, numa loja legal, óculos de conhecidas marcas internacionais, não tem nenhuma certeza de que esteja levando um original.

GB1

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