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Durante a 11ª Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Pele – realizada hoje (5) pela Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) – a coordenadora de câncer de pele da Secretaria de Saúde do Ditrito Federal, Roula Kozak, alertou para o que chama de “falso entendimento” em relação ao uso do filtro solar.
“Não adianta usar o protetor e exagerar no sol. É como fazer muita ginástica e depois comer bolo de chocolate”, explicou. Segundo ela, a população deve evitar tanto a exposição prolongada ao sol quanto a exposição recorrente, feita diversas vezes, já que a ação do sol tem efeito cumulativo.
O objetivo da campanha, de acordo com a dermatologista, é orientar e prevenir a população, além de fazer a detecção precoce do câncer de pele. O paciente que procurar um dos postos espalhados em 23 estados brasileiros passa por um atendimento dermatológico completo e sai com prescrição de medicamentos ou mesmo com um pedido de cirurgia para remoção de lesões duvidosas.
Mas mesmo após a remoção da lesão, é preciso ficar de olho porque a chance de reincidência ou de novas lesões é maior para quem já teve a doença. Depois do diagnóstico, o paciente tem que passar a usar filtro solar diariamente – inclusive em dias de chuva.
Para mais informações, basta ligar no número 0800 701 3187.
Segundo estatísticas do Instituto Nacional do Câncer, o câncer de pele é o de maior incidência no Brasil e está diretamente relacionado à exposição ao sol. Além do fato de que o brasileiro não foi educado para se proteger da luz solar, existe o agravante de que os raios solares estão sendo emitidos cada vez com mais intensidade, devido à destruição da camada de ozônio. Na Austrália, por exemplo, o câncer de pele é o tumor que mais mata e já se transformou num caso de calamidade pública. Cada vez mais, jovens de ambos os sexos estão sendo acometidos pela doença, devido ao excesso de exposição ao sol e a hábitos que não incluem a proteção.
Embora as chances de cura do câncer de pele sejam altas, existe um tipo que causa preocupação entre os médicos. O melanoma, tipo mais raro, não tem cura se não for descoberto precocemente. A radiação interfere no DNA das células, provocando uma multiplicação desordenada das mesmas. O efeito da radiação é extremamente nocivo e, por isso, a proteção deve ser feita durante toda a vida, desde a infância.
Tipos de Câncer de Pele
Existem três tipos de câncer de pele. O carcinoma basocelular é um dos tipos menos graves e também o mais frequente, representando 70% dos casos. Ele é mais comum em pessoas de pele clara com idade acima dos 40 anos. Murad explica que o seu surgimento está relacionando com a exposição solar cumulativa durante a vida. Apesar de não causar metástase, pode destruir os tecidos à sua volta, atingindo cartilagens e ossos. Normalmente, aparece em forma de mancha.
Já o carcinoma espinocelular, segundo tipo mais comum do câncer de pele, pode se disseminar por meio dos gânglios, provocando metástase. Ele adquire a forma de um nódulo e é provocado pela exposição sem proteção adequada, tabagismo, exposição a substâncias químicas como arsênio e alcatrão e baixa de imunidade.
O tipo mais perigoso é o melanoma. Ele aparece como uma pinta escura que vai se deformando e tem alto potencial de metástase. Por isso, o diagnóstico precoce é tão importante. Murad explica que uma vez iniciada a metástase, não há mais chance de cura.
Os três tipos costumam surgir nas áreas mais expostas ao sol, mas podem se manifestar em outras áreas do corpo como planta do pé, região genital ou sob a unha.
No caso do tipo melanoma, não há relação entre o local de exposição e o local de aparecimento do tumor. Embora nos dois primeiros tipos o índice de mortalidade seja muito baixo, as estatísticas de óbito quanto o assunto é o câncer tipo melanoma assustam. Ele mata quase 100% das pessoas que não o descobrem precocemente.
O Perigo da Radiação
Cada um dos tipos de radiação solar tem sua especificidade. Os raios UVA, por exemplo, incidem uniformemente durante todo o dia e têm grande capacidade de penetração em camadas mais profundas da pele. Sua absorção, a médio e longo prazos, é responsável por efeitos destrutivos na pele, como envelhecimento, perda de elasticidade, manchas e até o surgimento do câncer.
Os raios UVB, por sua vez, incidem principalmente entre as 10h e às 16h e provocam a vermelhidão na pele, também chamada de eritema solar. Depois de exposições prolongadas, ocasionam queimaduras graves seguidas de formação de bolhas, descamação e lesões precursoras de câncer.
Durante muito tempo se pensou que os raios UVB eram os mais perigosos. No entanto, estudos recentes vêm demonstrando que os raios UVA podem ser ainda mais nocivos devido à sua capacidade de agressão.
O câncer de pele se manifesta de diferentes maneiras. Os sinais mais comuns são o surgimento de feridas que não cicatrizam, pequenas lesões endurecidas, brilhantes ou avermelhadas. Nos homens, ele aparece mais no tronco, na cabeça ou no pescoço, enquanto que, em mulheres, se manifesta mais frequentemente nas pernas e braços.
Realmente é preciso ter cuidado com o uso do protetor, que de aliado pode passar a inimigo. Ninguém ainda provou que o protetor solar previne o melanoma. Só está constatado que previne o carcinoma.
Estimativas do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam o câncer de pele como o de maior incidência no Brasil desde 2005. Quem quiser saber mais sobre a doença e sobre o autoexame deve acessar o site do Inca
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