Quem é a loira da UNIBAN?


Geisy Arruda: “Só aceitei aparecer publicamente depois de conversar com o advogado da Record. Ele disse que eu poderia esclarecer melhor os problemas se exibisse meu rosto”

 
Eu não tenho dinheiro para pagar um advogado, mas a Record garantiu que vai me ajudar”, disse a estudante Geisy Arruda, de 20 anos, protagonista da confusão na faculdade Uniban.

A jovem explicou que foi orientada por um advogado nos bastidores da emissora a mostrar seu rosto no programa Geraldo Brasil, da Rede Record. A atração foi ao ar no fim da tarde da sexta-feira (30).

“Só aceitei aparecer publicamente depois de conversar com o advogado da Record. Ele disse que eu poderia esclarecer melhor os problemas se exibisse meu rosto”, explicou Geisy.

A jovem disse que voltará a se encontrar com o advogado na tarde da próxima terça-feira (31). Nesta data, ela também pretende voltar às aulas na Uniban.
 Nehemias Domingos de Melo disse que foi convidado pela Record apenas para acompanhar o programa Geraldo Brasil, mas que ao tomar conhecimento da história se prontificou a ajudar a estudante.

Sobre os honorários e custos processuais, Nehemias negou que a Record tenha alguma participação. “Ela é uma jovem de baixa renda. Vamos transferir todos os eventuais custos para o Estado”.

O advogado também confirmou que incentivou a jovem a mostrar seu rosto no programa. “Ela não tem motivos para se esconder. Ela não deve nada a ninguém. Foi uma atitude normal”.

……….

 
leia o Comunicado da faculdade e saiba o que aconteceu

Uma estudante de turismo da Uniban ficou famosa de um dia para o outro, mesmo sem ter seu nome divulgado. Tudo o que se sabe é que ela é loira e precisou sair escoltada por policiais militares num dia comum de aula. A razão era um vestido curto que ela usava.

Vendo aquilo, um grupo de alunos passou a xingá-la e dizer que iria estuprá-la, chamando a atenção de todos os outros estudantes, que começaram a engrossar o coro. O evento aconteceu na semana passada, mas um vídeo publicado na internet há poucos dias fez o assunto cair na mídia (clique aqui para ver).

“Estava uma muvuca no corredor, a maioria das pessoas estava lá gritando, tentando tirar foto da menina. Alguns até filmaram e colocaram no Youtube. As salas são tipo aquário, aí cobriram a sala que a menina estava com algum pano branco ou papel. Tiveram que tampar o vidro porque ficavam mexendo com a menina. Foi de noite, em horário de aula”.

A polícia entrou na sala e ela consegui sair de lá escoltada por cinco policiais, na hora do intervalo. Como eu estava de longe, só vi eles entrando na sala e depois, quando saíram, jogaram bomba de gás pra dispersar os estudantes. Todo mundo que estava lá saiu lacrimejando e tossindo”, contou Gabriella Pinheiro Macedo, aluna de Rádio de TV da faculdade, completando:”só porque a menina estava com uma blusinha para usar com legging (mas sem a legging) não precisava disso tudo.

Não era roupa para ir para a faculdade, mas na balada você encontra coisa pior. Parecia que nunca tinham visto mulher na vida, e todos ficaram fazendo piadinhas e ficavam gritando, chamando a menina de puta, vadia, essas coisas. Ela falou para a coordenação da faculdade que não foi assim para chamar a atenção, que ela só foi assim porque depois ia direto pra balada”.

Hoje pela tarde, a faculdade se pronunciou pela primeira vez, com o seguinte comunicado:

“No dia seguinte ao fato, a Universidade instaurou sindicância para apurar o fato ocorrido no campus ABC. Alunos, professores, seguranças e também a vítima são ouvidos individualmente pela Universidade, que pretende aplicar medidas disciplinares aos causadores do tumulto, conforme o seu Regimento Interno, respeitando-se o contraditório e a ampla defesa. A posição da UNIBAN é de total repúdio a qualquer manifestação de preconceito de gênero e qualquer forma de difamação ou violência.

Cumpre esclarecer que algumas matérias veiculadas estão equivocadas quando se refere ao crime de tentativa de estupro, uma vez que não houve qualquer contato físico nem perseguição à vítima. O que houve foram manifestações verbais de caráter ofensivo.”

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Comentários

  • cristiane oliveira  On novembro 9, 2009 at pm:08 pm

    INACREDITÁVEL: UNIBAN EXPULSA ALUNA
    Realmente não dá pra acreditar que a Uniban, após abrir sindicância interna e avaliar aquela histeria coletiva que tomou os corredores da universidade particular de São Bernardo do Campo no final de outubro, decidiu punir a aluna. A Uniban publicou anúncios em jornais paulistas de domingo (que já circulam no sábado) com o título “A educação se faz com atitude e não com complacência”. Insistiu que Geisy já havia ido com roupas inadequadas em outras ocasiões e advertida. Decidiu suspender alguns alunos envolvidos, mas o tom é definitivamente de indignação moral contra a vítima, que teve que ser escoltada pela polícia após quase ser linchada. A Uniban justifica que “a atitude provocativa da aluna resultou numa reação coletiva de defesa do ambiente escolar”. Ah, era isso que a turba enraivecida gritando “Puta! Puta!” estava fazendo? Defendendo o ambiente escolar? Obrigada por avisar, porque senão ninguém saberia.
    O episódio inicial, captado por várias câmeras de celular, já pegou mal pacas pra Uniban e seus alunos. Depois, houve o vexame adicional de alguns estudantes colocarem nariz de palhaço para protestar contra o retorno de Geisy à faculdade (marcada para o início de novembro; ela, orientada por advogados, acabou não indo). Sério, nem precisava de nariz postiço, precisava? Que vexame!! Fiquei com vergonha por vocês…
    Ao invés de fazer um mea culpa geral, uma reflexão sobre seu comportamento, os alunos estavam preparados para um novo linchamento, caso Geisy aparecesse. E agora essa da faculdade expulsá-la. Pior ainda: a Uniban critica a mídia (imagino que inclua os blogs, que desta vez pautaram os grandes jornais), que deveria ter usado a oportunidade para fazer um debate “sério e equilibrado” sobre “ética, juventude e universidade” (segundo o Estadão.). Pois é, a Uniban e seus alunos certamente entendem de coisas sérias e equilibradas.
    A julgar pelo que li nos comentários de blogs, a maior parte do que a gente pode chamar de opinião pública achou a história
    inaceitável.

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