
Os delegados do presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e do presidente de fato, Roberto Micheletti, chegaram a um acordo sobre a volta de Zelaya ao poder. Víctor Meza, ministro do Interior do governo de Zelaya e negociador do presidente deposto afirmou:
– Chegou-se a um consenso no documento sobre o ponto número seis, que é o ponto relacionado à restituição dos poderes do Estado à situação prévia ao dia 28 de junho de 2009.
Devolver os poderes de Estado à situação anterior ao golpe de Estado de 28 de junho implica na restauração de Zelaya no poder, o que até agora havia sido expressamente rejeitado por Micheletti. O acordo será agora avaliado por Micheletti e Zelaya para sua ratificação.
Meza se negou a revelar o conteúdo do texto. Hoje foi o segundo dia consecutivo de discussões entre as duas partes em um hotel de Tegucigalpa.
Depois da coletiva, Meza se dirigiu à embaixada do Brasil, onde Zelaya está abrigado desde que retornou a Honduras, para entregar-lhe a proposta e deixar que ele decida se aceita. Um membro da delegação que representa Micheletti fará o mesmo.
Em entrevista à rede CNN, Mario Eduardo Pernomo, subsecretário de segurança interino, disse, a partir de Tegucigalpa, quando questionado, que não sabia quando se dará a possível volta à Presidência de Manuel Zelaya. O apresentador da CNN perguntou se era verdade que Zelaya deve voltar ao cargo depois das eleições presidenciais, previstas para 29 de novembro.
A crise política em Honduras tem como marco inicial a retirada do poder do presidente Manuel Zelaya em 28 de junho deste ano. Ele foi então enviado para a Costa Rica e conseguiu voltar para o país em 21 de setembro, onde buscou abrigo na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa. Ele está desde então na representação diplomática.
O prazo imposto pelo próprio Zelaya para o fim das negociações com os representantes de Roberto Micheletti, que assumiu o governo no lugar do presidente deposto, terminava amanhã. Ontem, negociadores dos dois políticos informaram que havia concordância em 90% do acordo.
Sabe-se que a volta de Zelaya ao poder é um ponto sensível das negociações e ontem, pela primeira vez, o presidente deposto cogitou não voltar ao cargo.
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