Arquivo do dia: julho 15, 2009

Renault-Nissan quer fazer carro “nacional”

O presidente do grupo Renault-Nissan, Carlos Ghosn, afirmou que a estratégia de crescimento do grupo no Brasil deverá passar pelo desenvolvimento de um veículo totalmente brasileiro.

Para ele, a atual oferta de modelos das duas marcas no Brasil é incompatível com as expectativas de crescimento do grupo, que possui 5% do mercado doméstico, e pretende ampliar essa fatia para pelo menos 10%.

“Estou reconhecendo que a oferta de carros que temos hoje é incompatível com uma participação de mercado de 10% ou 20%. Temos que ampliar nossa oferta, com carros de diferentes tipos”, destacou Ghosn, que participou de palestra promovida pela Câmara de Comércio França-Brasil, no Rio de Janeiro.

Segundo ele, o grupo não cresceu mais no país por falta de um carro pequeno, barato, nacional e integrado. “Você não pode ter grande presença no Brasil com carro importado”, afirmou.

Em 2008, o grupo Renault-Nissan foi o terceiro no mundo em termos de venda. “Como podemos ser o terceiro do mundo e ter apenas 5% do mercado brasileiro”, questionou Ghosn.

O presidente da Renault-Nissan, no entanto, evitou falar em prazos para atingir as metas e também não quis revelar quando poderá ser produzido o veículo com projeto desenvolvido totalmente no Brasil.

Gov do Acre obriga aluno usar sua propaganda

O governo do Acre determinou uma padronização dos uniformes da rede pública estadual, obrigando os alunos pobres a usarem uma camiseta em que aparecem a logomarca (a bandeira do Estado estilizada) e o slogan da administração chefiada por Binho Marques (PT).

A imposição do governo do Acre idignou os meios políticos, que consideram isso uma afronta à Constituição. Os alunos são obrigados a vestir a propaganda oficial e ainda pagam por isso, denuncia o deputado Luiz Calixto (PDT).

A medida segue o modelito usado pelo venezuelano Hugo Chávez.

Claudio Humberto

Patrimônio do Casal Kirchner cresce 158%

Durante o primeiro ano de governo da presidente argentina, Cristina Kirchner, o patrimônio de sua família cresceu 158%, passando de 17,8 milhões de pesos (US$ 4,7 milhões) para 46 milhões de pesos (US$ 12,1 milhões). A informação foi confirmada pelo Escritório Anticorrupção do Estado argentino, com base na declaração de bens entregue pela presidente em 3 de julho.

De acordo com dados informados pela própria Cristina, no ano passado o casal presidencial vendeu 16 imóveis na província de Santa Cruz, terra natal do ex-presidente Néstor Kirchner, embolsando, no total, cerca de 14,5 milhões de pesos (US$ 3,8 milhões). As operações de venda de terrenos na Patagônia explicam parte do aumento patrimonial do casal K. Segundo informações do Escritório Anticorrupção, Kirchner pagou 132.079 pesos (US$ 34.757) por 20 mil metros quadrados em terrenos, que vendeu por 6,3 milhões de pesos (US$ 1,6 milhão).

A oposição acusa o presidente de ter comprado terrenos públicos a preços muito baixos, graças ao poder que ainda conserva na província governada por ele durante 12 anos antes de assumir a Presidência em 2003. Algumas denúncias foram apresentadas na Justiça local, mas o caso não avança nos tribunais — segundo opositores da Casa Rosada porque os juízes de Santa Cruz temem retaliações do casal presidencial.

No mesmo período, os depósitos bancários de Néstor e Cristina Kirchner mais do que duplicaram, passando de 13,5 milhões de pesos (US$ 3,5 milhões) para 32,1 milhões de pesos (US$ 8,4 milhões). Também no ano passado, o casal K criou duas novas empresas que operam no setor hoteleiro de El Calafate, um dos destinos turísticos mais caros da Argentina.

Nos últimos anos, o casal presidencial argentino foi denunciado por suposto enriquecimento ilícito, mas nenhum dos casos abertos nos tribunais de Buenos Aires prosperou. As investigações sobre o patrimônio de Néstor e Cristina, entre outros motivos, provocaram o afastamento, este ano, do promotor de Investigações Administrativas do Estado argentino, Manuel Garrido, que também fez graves denúncias sobre o enriquecimento de colaboradores do casal K.

Ministério Público deve abrir mais 10 mil vagas

Projeto de lei enviado ao Congresso pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) cria 10.479 novos cargos no Ministério Público Federal, Distrito Federal e Territórios, Militar e do Trabalho, com aumento de custo previsto de R$ 762,8 milhões a mais na folha de pagamentos, por ano.

A proposta já está na Câmara. Dos novos cargos a serem criados, 6.804 vão ser preenchidos por concurso público e 3.675 são para funções gratificadas – isso significa que 35% dos contratados serão empregados por livre escolha, a critério subjetivo do procurador.

Com isso, o Ministério Público da União passará a contar com 18.863 integrantes, mais que o dobro do que já tem hoje – 8.384. De acordo com dados da Secretaria de Orçamento Federal e do Ministério do Planejamento, enquanto no Legislativo, Judiciário e Executivo a folha de salários e encargos sociais triplicou de 2000 para cá, para o Ministério Público ela quadruplicou.

Naquele ano, o Tesouro pagava R$ 648,3 milhões de salário e encargos sociais para o Ministério Público; em 2009 serão R$ 2,68 bilhões só para os que já estão em atividade. Somada a parte dos novos servidores do órgão, quando o Congresso aprovar a proposta das novas vagas, a folha vai pular para R$ 3,41 bilhões.

Em escala menor que no Ministério Público, o número de servidores aumentou em todos os Poderes da União nos últimos dez anos. No Legislativo pulou de 19.458 para 24.608; no Judiciário, de 80.932 para 93.621. No Executivo deu um grande salto depois de 2003, quando assumiu o presidente Luiz Inácio Lula da Silva: passou de 864.408, em 2000, para 1.019.425, neste ano, entre civis e militares. Só civis são 538.797.

No Brasil, de acordo com o estudo, para cada 1 mil habitantes correspondem 5,32 servidores públicos, enquanto na Irlanda são 54,86; na França, 38,47; na Hungria, 27,22; na Finlândia, 24,24; na Áustria, 20,84; na Espanha, 19,15; na Coreia, 11,75; e nos Estados Unidos, 9,82.

Lula quer aumento real para aposentados

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o governo negocia com as centrais sindicais um aumento real das aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo pagas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

A medida é uma das apostas de Lula a fim de dar fôlego à campanha presidencial da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Entre os outros trunfos eleitorais estão a ampliação dos investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), o pagamento dos reajustes salariais aos servidores públicos da União e o aumento do valor do benefício do programa Bolsa Família, que ainda não tem data para entrar em vigor.

Em nome do Palácio do Planalto, os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, e da Previdência Social, José Pimentel, negociam com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical um ganho real para aposentados e pensionistas que recebem mais de um salário mínimo. A previsão é de que a bondade seja implantada em janeiro de 2010. Mantidos os números atuais, serão beneficiados 8 milhões de segurados do INSS. Resta definir o percentual a ser adotado. As centrais querem que a correção seja feita levando-se em consideração a inflação deste ano mais a expansão da economia registrada em 2008, de 5,1%.

Já a equipe econômica alega não ter como arcar com essa fatura. Propõe a inflação do ano passado (5,9%) mais, no máximo, 2,5%. “Quanto aos que recebem acima do piso, a Constituição de 1988 garantiu a recomposição da inflação, e é isso o que estamos cumprindo rigorosamente. Não há perda. Neste momento, estamos em negociação com as centrais sindicais para definir um novo percentual de aumento para os aposentados que ganham acima do salário mínimo na perspectiva até de ampliarmos os ganhos em relação à inflação”, afirmou Lula em sua coluna O Presidente Responde, publicada semanalmente em jornais credenciados pelo Planalto.

Inédito
Se sair do papel, será a primeira vez que Lula dará um aumento real a aposentados e pensionistas que ganham mais de um salário mínimo. “Queremos um percentual que possa minimizar as perdas de poder aquisitivo”, disse o presidente da CUT, Arthur Henrique. A entidade também debate com o governo a instalação de um grupo permanente de negociação, a partir de 2010 ou 2011, para tratar de assuntos de interesse dos aposentados. Por exemplo: a possibilidade de descontar do Imposto de Renda gastos com medicamentos e garantir gratuidade nas passagens de ônibus interestaduais.

Além do impacto eleitoral, o reajuste real das aposentadorias tem efeito de curto prazo. Destina-se a impedir que deputados aprovem, no segundo semestre, uma série de projetos com impacto bilionário nas contas da Previdência Social. Alguns dos textos contam com a simpatia da base aliada, inclusive dos petistas. Um deles, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), acaba com o chamado fator previdenciário, regra que obriga o trabalhador a ficar mais tempo na ativa a fim de não perder muita renda ao se aposentar. Outro tema em pauta é o veto de Lula ao reajuste de 16% nas aposentadorias e pensões acima de um salário mínimo. Caso o veto caia, o INSS terá de pagar, de imediato, uma fatura estimada em R$ 12 bilhões.

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