Participando da inauguração do laboratório de ensaios não destrutivos, corrosão e soldagem no Centro de Tecnologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o presidente Lula lamentou que grande parte dos brasileiros ainda sofra com a falta de escolaridade, pontuando que vê “com tristeza” o fato de 82% dos estudantes brasileiros estudarem em universidades privadas.
De acordo com ele, o ensino superior deveria ser gratuito no Brasil, mas “houve muito pouco investimento em educação, pesquisa e ciência, embora até hoje tivéssemos só governantes universitários”. O presidente, que não chegou a cursar uma universidade, disse que o fizesse, gostaria de ter se formado em economia, pois quem trabalha com essa profissão “sabe tudo e tem resultado para tudo”.
Lula mencionou também os vencedores da 4 ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas, o cearense Ricardo Oliveira da Silva, que sofre com amiotrofia espinhal e é cadeirante, e o paulista Gerson Tavares Câmara de Souza, cujos pais trabalham como operário e empregada doméstica, como exemplos de que a falta de oportunidade pode desmotivar o ser humano.
O presidente Lula a aproveitou sua visita à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em cerimônia de inauguração de laboratório voltado aos testes para a camada do pré-sal, localizada abaixo do leito marinho, para criticar a burocracia que “emperra o desenvolvimento”.
Em crítica direta ao Tribunal de Contas da União (TCU), Lula disse que a máquina da fiscalização tornou-se maior do que a máquina da produção. “Se o (ex-presidente) Juscelino Kubitschek quisesse fazer Brasília nos dias de hoje, terminaria seu mandato sem conseguir a licença para fazer uma pista de pouso para seu avião para estudar o Planalto Central”, disse.
Para o presidente, “agora a máquina voltou a aprender a investir”, referindo-se à atuação do governo, em especial do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.