O documentário “Mataram Irmã Dorothy” estreia nesta sexta-feira (17) nos cinemas brasileiros.
É mostrando o que muita gente não quer ver, que o filme dirigido pelo norte-americano Daniel Junge conta a história do assassinato da missionária e explora os bastidores do julgamento de quatro dos cinco acusados pelo crime.
Stang foi morta com seis tiros em 12 de fevereiro de 2005 no município de Anapu (PA), a sudoeste de Belém. Ela lutava pela implantação de um Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS), um tipo de assentamento de reforma agrária que causa menos impacto ao meio ambiente.
Irmã Dorothy Stang, uma freira norte-americana de 73 anos, naturalizada brasileira, acabou baleada 6 vezes e abandonada á beira de uma estrada da Floresta Amazônica. Quem era essa mulher e por que ela foi assassinada? O que será feito a respeito deste crime? As respostas talvez impliquem no próprio destino da floresta.
Mataram Irmã Dorothy é um documentário longa-metragem impactante, de conteúdo dramático, que investiga e acompanha o julgamento dos assassinos da irmã e faz uma análise do seu trabalho na Amazõnia.
“Eles mataram Irmã Dorothy. Alguma coisa irá mudar?”.
Essa é a frase final do trailer do documentário “Mataram Irmã Dorothy”, do norte-americano Daniel Junge, que tem estréia nesta sexta-feira (17).
O caso, que teve repercussão internacional, ganhará ainda mais força com a ajuda do cinema.
O documentário foi produzido a partir de 400 horas de gravação, que mostram todos os lados envolvidos no assassinato da missionária, ocorrido em 12 de fevereiro de 2005.
O público terá acesso a gravações exclusivas com depoimentos que não chegaram à mídia, incluindo as vozes dos advogados de acusação e de defesa, líderes comunitários de Anapu e religiosos ligados à missionária.
“Mataram Irmã Dorothy” acompanha os dois primeiros julgamentos e termina com a liberação de Vitalmiro Bastos de Moura, o “Bida”, acusado de ser mandante do crime.
Recentemente, os desembargadores da 1ª Câmara Criminal Isolada do TJE-PA anularam a sentença que inocentava Vitalmiro, alegando como inválidas as provas apresentadas no último julgamento.
O documentário já tinha recebido um grande destaque durante o Fórum Mundial Social, onde foi exibido três vezes, em sessões lotadas com pessoas de diversos Estados e países.
O lançamento oficial estava previsto para 12 de fevereiro, data em que o ocorreu o assassinato, mas devido a problemas técnicos não detalhados pela produção, será exibido somente agora.
Com repercussão internacional, “Mataram Irmã Dorothy” esteve entre os 15 pré-selecionados ao Oscar de Melhor Documentário 2009.
O documentário traça um retrato dos acontecimentos e expõe a opinião de quem é favor da luta de Dorothy e de quem é contra.
Abre espaço para quem entendia que ela promovia a discórdia e para quem a reconhecia como um “anjo da Amazônia”.
No filme, os pistoleiros e o intermediário continuam presos após o julgamento, e os mandantes, Bida e Taradão, foram soltos.
“O jeito que ela (Dorothy) enfrentou a morte foi heróica, nos dando força para seguir em frente, rumo ao desconhecido”, diz o irmão da religiosa, o também missionário David Stang.
“O documentário mostra a realidade de um problema sistemático que acontece na Amazônia e nos Estados Unidos. Se o filme não for visto dessa maneira, me sinto prestando um desserviço”, disse ele.
Diário do Pará e Oswaldo Bertolino