Arquivo do dia: fevereiro 28, 2009

Morre o radialista Walter Silva, o Pica-Pau

Walter ao lado de Elis Regina em 1976 nos Bastidores do Falso brilhante

Walter ao lado de Elis Regina em 1976 nos Bastidores do "Falso brilhante"

Morreu nesta sexta-feira (27), aos 75 anos, o jornalista e radialista Walter Silva. Silva, que era cardiopata e tinha insuficiência cardíaca e renal, estava internado no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas, em São Paulo.

De acordo com o boletim médico do Incor, a causa da morte do radialista foi um choque séptico.

Nascido em São Paulo, Walter Silva, conhecido como Pica-Pau, iniciou sua carreira em 1952 na rádio Piratininga como locutor comercial. Teve passagens pelas rádios Nacional, Mayrink Veiga e Mundial do Rio de Janeiro.

Em 1956, assinou contrato com a gravadora RGE, tornando-se o primeiro radialista a apresentar programas do gênero disk-jóquei, na rádio Record de São Paulo.

Mas foi na década de 60 que Silva escreveu, definitivamente, seu nome na história da música brasileira. Foi ele, por exemplo, que teve a missão, de registrar, com exclusividade, como repórter da Rádio Bandeirantes, o famoso concerto de Bossa Nova no Carneggie Hall, em Nova York, onde os americanos puderam conferir a batida inovadora do violão do baiano João Gilberto.

Em 1964, atento ao que surgia de novo na música brasileira, Silva ajudou, através de festivais organizados por ele, a divulgar os novos compositores da música brasileira, entres eles, Chico Buarque, de quem o radialista produziu o primeiro disco “Pedro Pedreiro”.

Foi também nessa época que Silva começou a chamar a atenção para a voz de uma menina de 19 anos recém-chegada do Rio Grande do Sul. Era Elis Regina que acabara de chegar a São Paulo para divulgar seu primeiro LP. Em um dos seus encontros com Elis, Silva lhe disse: “Menina, você será a maior cantora do Brasil”.

Um ano depois, em 1965, Walter produziu o show Dois na Bossa, que juntou no Teatro Paramount, em São Paulo, a dupla Elis Regina e Jair Rodrigues.

Do show foi lançado um LP que ficou marcado por ser o primeiro a vender mais de um milhão de cópias no Brasil. Silva também acompanhou de perto dos primeiros passos de artistas como Gilberto Gil, Milton Nascimento, Toquinho e o grupo Secos & Molhados.

Durante a década de 70, o radialista também passou a assinar colunas sobre música brasileira em jornais como Folha de S. Paulo e foi diretor de musicais do programa Fantástico, da TV Globo. Silva também atuou como diretor do programa da apresentadora Hebe Camargo, na TV Bandeirantes, e foi narrador esportivo.

Em 2000, Silva recebeu o prêmio Wladimir Herzog de Direitos Humanos por participar da diretoria do sindicato dos jornalistas quando o jornalista foi morto nas dependências do DOI-CODI, em 1975.

Seu último programa de rádio foi o “Acervo Walter Silva”, na Rádio Cultura, de São Paulo. O programa ficou no ar até dezembro de 2008, quando o radialista foi demitido da emissora, o que, segundo declarações de Silva na época, teria sido a causa de uma depressão.

Sua filha, Celina Silva, também se aproximou da música. No final do anos 80, ela foi assessora da cantora Elis Regina. Celina, inclusive, foi um das primeiras pessoas a chegar no apartamento da cantora quando Elis foi encontrada morta, em 1982. Atualmente, Celina atua como assessora de imprensa.

Silva será velado na Câmara Municipal de São Paulo, no Centro.

O acervo guardado por Walter Silva em seus mais de cinquenta anos de carreira tem um valor histórico e cultural imensurável para a música popular brasileira. Testemunha do “nascimento” de diversos artistas e de importantes momentos da MPB, Walter costumava gravar concertos de que participava como jornalista e fazia questão de armazenar as principais entrevistas que fazia em seus programas de rádio.

O baú de Walter Silva guarda, por exemplo, registros do Show da Bossa Nova no Carneggie Hall de Nova York e um registro da cantora Sylvinha Telles na boate Zum-Zum do Rio de Janeiro, em 15 de junho de 1964, que nunca virou disco.

Silva também guarda uma entrevista com a cantora Elis Regina logo após a sua lendária apresentação no Festival de Montreux, na Suíça. No bate-papo, reproduzido pelo jornal Valor Econômico, em janeiro de 2002, Elis fala sobre a experiência de se apresentar no badalado festival europeu. “De repente, você está naquele palco, naquele lugar. Isso supera o racional. Você fica em estado de choque. Fui empurrada para o palco. Tive uma crise de catatonia, catalepsia, sei lá que ‘ia’, qualquer dessas aí. Fiquei parada e o André (Midani) me falou: ‘Vai’. E eu não reagia. Não conseguia falar, a perna não mexia, estava gelada. Não sabia o que fazer e a minha mão dormiu. Você calcula a piração em que eu estava naquela hora?”

É preciso zelar pelo destino do acervo de Silva – que também produziu shows como nomes como Nara Leão, Edu Lobo, Maria Alcina e Os Cariocas. Se vier a público, a história da MPB ganhará outras importantes páginas em sua história.

Wilson Simonal: biografia e documentário

Novidades sobre Simonal: Documentário e Caixa de CDs

Este 2009 é o ano de Wilson Simonal. Além do documentário “Ninguém Sabe o Duro que Dei”, dirigido por Claudio Manoel, Micael Langer e Calvito Leal, que tem estreia prevista para maio nos cinemas, o cantor, que morreu em 2000, vai ganhar uma biografia.

O livro está sendo escrito pelo jornalista Ricardo Alexandre, autor do excelente “Dias de Luta”, que fazia um painel do rock nacional dos anos 80.

Mais Simonal? A espetacular caixa com todas as músicas que o cantor gravou na Odeon, entre 1961 e 1971, também vai voltar às prateleiras das lojas. Organizada pelo mesmo Ricardo Alexandre em 2004, o produto logo esgotou e já era item de colecionador.

Joyce Pascowitch

Brasil: vice em consumo de cocaína

O relatório de 2008 do Departamento de Estado americano sobre as drogas, divulgado hoje em Washington, coloca o Brasil em segundo lugar no consumo de cocaína. Os Estados Unidos lideram.

A Colômbia mantém o posto de principal fornecedor da droga no mundo. O México foi elogiado pelos esforços na luta contra os cartéis de narcotraficantes e a Venezuela, que se recusa a colaborar no combate internacional ao tráfico, continua como importante rota de trânsito.

Reuters.

Receita investigará golpe de CPFs

A Receita Federal vai investigar a venda de Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs) pela internet.

O golpe oferece a pessoas com o nome sujo a chance de ganhar um novo CPF por valores que chegam a R$ 2.500. Segundo a Receita, o ato é totalmente criminoso, já que cada contribuinte tem direito a apenas um CPF.

Os anúncios de “novos CPFs” para pessoas endividadas foram encontrados no site de classificados gratuitos “QueBarato!”, oferecendo vantagens como voltar a ter conta em bancos e cartão de crédito.

As investigações começarão já na próxima semana.

Chile reconhece 7 estados brasileiros sem aftosa

O governo do Chile reconheceu os Estados brasileiros de São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo e Rondônia como livres de febre aftosa com vacinação, abrindo caminho para a retomada das vendas de carne bovina brasileira, suspensas desde os casos da doença em outubro de 2005, no Mato Grosso do Sul e no Paraná.

A informação foi dada por Otávio Cançado, diretor-executivo da Associação Brasileira da Indústria Exportadora de Carne Bovina (Abiec), que a recebeu de importadores chilenos.

Em meados de 2006, o Chile retomou as importações do Rio Grande do Sul, mas vinha resistindo à reabertura dos outros Estados.

O Mato Grosso do Sul, porém, segue sem o reconhecimento chileno. Isso, apesar de até a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) ter devolvido o status de área livre de aftosa com vacinação ao Estado em julho do ano passado.

Ainda que o reconhecimento dos sete Estados pelos chilenos seja positivo, Cançado observou que ainda falta a habilitação pelo Chile de frigoríficos que possam exportar carne bovina àquele mercado. Segundo ele, quando esteve no país, em novembro do ano passado, a missão chilena visitou 18 frigoríficos de bovinos.

O Chile chegou a importar 100 mil toneladas de carne bovina do Brasil por ano e foi um dos maiores clientes do país.

DIA INTERNACIONAL DA CRIANÇA

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Criado pelo Unicef em 1992, o Dia Internacional da Criança no Rádio e na TV é uma data comemorada em todo o mundo e tem como objetivo mostrar que é possível unir qualidade, informação, educação, respeito e entretenimento nos programas voltados ao público mais novo.

Neste domingo, 2 mil emissoras de TV e rádio dos mais diferentes países fazem u ma programação especial totalmente dedicada às crianças.

Aqui no Brasil, a TV Cultura é a única que participa dessa comemoração e preparou para o domingo uma programação especial, onde um dos blocos foi totalmente produzido por crianças.

José Armando Vannucci

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