Procurador da União acusado, pede afastamento


O Procurador-geral da União, Jefferson Carús Guedes, pediu exoneração do cargo na tarde de hoje (3) após a publicação de reportagem do jornal Estado de S. Paulo a respeito de uma denúncia da Procuradoria da República envolvendo o nome de Guedes em processo criminal por formação de quadrilha.

A acusação é um desdobramento da Operação Perseu, desencadeada pela Polícia Federal em dezembro de 2004, que investigava fraudes na Previdência Social.

Guedes justificou o pedido de saída como necessário para “evitar que se cause qualquer desgaste à Advocacia-Geral da União”. Em caráter interino, assumirá a Procuradoria-Geral da União (PGU), o advogado-Geral da União Adjunto, Fernando Luiz Albuquerque Faria.

Jefferson Carlos Carús Guedes coordenava a força-tarefa que criou há duas semanas para propor ações civis públicas de combate à corrupção e à improbidade administrativa. O processo criminal contra Guedes é resultado de desdobramento da Operação Perseu, desencadeada pela PF em dezembro de 2004. Foram presos 12 auditores fiscais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e empresários de Mato Grosso do Sul e outros 7 Estados, envolvidos em suposta fraude na Previdência estimada em R$ 100 milhões – a investigação revela que o grupo, escorado em serviços de advogados, agentes públicos, contadores e despachantes, praticava emissão irregular de Certidões Negativas de Débito, apropriação indébita de contribuições previdenciárias, sonegação fiscal, tráfico de influência e vendia informações confidenciais.

Graduado em direito na URCamp (Bagé-RS), Jefferson Guedes fez especialização em Direito Processual Civil na PUC do Rio Grande do Sul e também é mestre e doutorando nessa mesma área pela PUC de São Paulo.

Antes de assumir o cargo de procurador-chefe do INSS, Guedes foi consultor jurídico do Ministério da Previdência Social, de fevereiro de 2003 até março de 2004.

Entre 2000 e 2003, ele foi advogado da União na Procuradoria Regional da União da 3ª Região, em São Paulo, e também já exerceu atividades de advocacia no Rio Grande do Sul, no Paraná e em São Paulo. Atualmente, é membro do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul, da RENAP (Rede Nacional de Advogados e Advogadas Populares).

Jefferson Guedes é autor dos livros “Princípio da Oralidade” e “Juizados Especiais Federais” e de diversos artigos jurídicos. Ele também é coordenador editorial da “Revista Debates em Direito Público”, da Associação Nacional dos Advogados da União.

AE/AGB

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Comentários

  • francenildo  On março 12, 2010 at pm:53 pm

    Enquanto não se provar a culpa, ele é inocene

  • domingos sávio diverio dos passos  On fevereiro 6, 2009 at pm:53 pm

    Conheco o companheiro guedes, desde 1983, portanto posso afirmaque se trata de pessoa decente, amigo leal, honesto e pesquisador pertinaz, um estudioso que certamente num curto espaço de tempo participara das grandes decisões nacionais. Um abraço.

  • César de Mello Simões  On janeiro 2, 2009 at pm:19 pm

    Aluno da UNISINOS, também conheci o Gefferson quando ´fomos colegas de Internato (colégio Agrícola de Alegrete) e sigo a mesma opinião em relação ao Distinto Profissional, a de que se aguarde a apuração dos fatos, pois estou pondo minha mão no fogo, também, no que se refere a sua conduta e postura ilibada. Entendo que breve o mesmo se manisfestará a respeito e, desejo um bom desfecho ao caso com votos e estimas de consideração ao ético pessoal do referendado.
    César Simões

  • Nilnews  On novembro 4, 2008 at pm:39 pm

    Sim, a matéria é sobre seu afastamento em consequencia da denuncia. Em nenhum momento houve pré julgamento, nao foi formado qualquer juizo ou ilação!
    NilNews

  • Gildazio  On novembro 4, 2008 at pm:30 pm

    Conheço o Jeferson desde os tempos da Faculdade em Bagé. Enquanto colega de faculdade e de profissão sempre foi um referencial de ética, moralidade e dedicação quase sacerdotal ao estudo da ciência do direito. Exemplo disso é o seu pedido de afastamento do cargo até o final do processo, se é que existe, pois a matéria veiculada refere a uma denúncia feita pelo MP, sem entrar em maiores detalhes. Espero que antes de formar qualquer Juízo de valor preservem a presunção da inocência, pois ao final ela virá, é só aguardar.

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