A euforia dos investidores com a ação coordenada de governos para salvar o sistema financeiro do colapso levou a Bolsa de Valores de São Paulo à maior alta diária em quase uma década.
De uma vez, o Ibovespa alçou um vôo de 14,66 por cento, chegando aos 40.829 pontos, apagando quase metade das perdas acumuladas nas últimas sete sessões. Foi a maior alta diária desde 15 de janeiro de 1999, segundo dados da Bovespa.
Isso num dia de movimento mais tímido nos mercados, devido ao feriado norte-americano de Columbus Day, que paralisou os negócios com títulos soberanos. Ainda assim, o giro financeiro da sessão alcançou 5,25 bilhões de reais.
O mercado doméstico refletiu a escalada das principais bolsas internacionais, depois que governos de Grã-Bretanha, Alemanha, França e Itália, entre outros, anunciaram planos de resgate de bancos de seus países. Estima-se que o valor dos programas, que podem incluir capitalização de bancos, possa ultrapassar os 2 trilhões de dólares.
Em Wall Street, os principais índices acionários dispararam mais de 11 por cento. Antes, o principal indicador europeu de ações já havia fechado com um avanço de mais de 9 por cento.
Na segunda metade do dia, a euforia dos investidores na bolsa paulista teve ainda um combustível adicional: mais flexibilização do Banco Central para dar liquidez aos bancos domésticos.
A autoridade monetária fez novas alterações nas regras dos recolhimentos compulsórios exigidos dos bancos e autorizou redução do cálculo do compulsório incidente sobre depósitos feitos por empresas de leasing. Estima-se uma liberação adicional de cerca de 200 bilhões de reais em recursos para o sistema financeiro.
Em destaque, Itaú decolou 23,4 por cento, a 28,24 reais; Bradesco deu um salto de 22,1 por cento, para 26,99 reais; Unibanco avançou 22,8 por cento, valendo 16,50 reais; e Banco do Brasil foi levantanda em 20,7 por cento, cotada a 16,90 reais.
Vanessa Stelzer/Reuters