Crise: ex-ministro Furlan reassume a Sadia

O ex-ministro Luiz Fernando Furlan será o novo presidente do Conselho de Administração da Sadia, no lugar de Walter Fontana Filho. Ele foi convidado para reassumir o cargo pelo conselho da empresa.

Em reunião extraordinária do conselho realizada hoje, Fontana Filho e Eduardo Fontana d’Avila, presidente e vice-presidente do conselho, respectivamente, pediram renúncia de seus cargos.

Furlan presidiu a Sadia por dez anos e deixou o cargo há seis para assumir o Ministério do Desenvolvimento a convite do presidente Lula.

Ele diz que está voltando para a empresa porque foi ‘convocado’ para, num momento de turbulência, dar tranqüilidade ao grupo. A empresa anunciou há alguns dias perdas de mais de R$ 700 milhões em operações cambiais.

De acordo com Furlan, a empresa exporta atualmente US$ 300 milhões e deve manter o investimento em seis novas fábricas que devem inaugurar ainda este ano no país.

Crise

Com o anúncio no fim de setembro, a Sadia se tornou a primeira empresa brasileira não-financeira a admitir perda ligada diretamente à crise nos mercados financeiros.

No fim de semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que as perdas de empresas brasileiras informadas não estão ligadas à crise, mas têm outro motivo “condenável”: a especulação.

“É importante lembrar que essas empresas, no fundo no fundo, estavam especulando contra a moeda brasileira. Portanto, elas praticaram por conta própria, por ganância, este prejuízo. É um problemas delas, porque especularam de forma pouco recomendável”, afirmou Lula.

Empresas exportadoras, como a Aracruz e a Sadia, fizeram operações financeiras para se proteger contra a alta do real. Com a desvalorização superior a 22% da moeda desde agosto, depois de quatro anos de alta, os exportadores registraram fortes perdas.

MB/FS