Responsabilizado pela saída de Robinho do Real Madrid para o Manchester City após fracasso na negociação com o Chelsea, o empresário Wagner Ribeiro foi surpreendido na semana passada quando o jogador anunciou que rompeu relações com o empresário, preferindo administrar sua carreira sozinho. E se calou. Até esta quinta-feira.
Em palestra na na Fundação Getúlio Vargas, o procurador não se conteve. Em meio às perguntas dos alunos sobre sua profissão, avisou: “Se alguém quiser, conto a ‘novela’ do Robinho”. E desabafou.
O agente se defendeu das acusações de que teria forçado o atleta a assinar com o City devido à maior proposta, o que resultaria em um rendimento superior. “Com o Chelsea, receberia minha comissão sozinho. Com o Manchester City, dividi com a empresa de um amigo e só vou receber metade do que tenho direito. Vou provar isso quando declarar meus impostos”, prometeu diante dos estudantes, contando que até fez plantão no aeroporto para levar a liberação do Real para o Chelsea.
O negócio que selou o fim da relação profissional entre Robinho e Wagner foi recheado de episódios cômicos e desencontros. Entre eles, o empresário diz ter sido enganado pelo técnico Bernd Schuster, que não queria perder seu camisa 10 e forneceu o endereço errado de sua casa para fugir da conversa com o procurador e o atleta dois dias antes da venda ao City.
“O presidente do Real só liberaria se o Schuster deixasse. O Robinho conseguiu o telefone do Schuster e pediu o endereço. Chegamos no lugar, batemos na porta e um homem bem grosso disse que não tinha ninguém chamado Schuster. O Robinho ligou, o Schuster falou que o endereço era aquele mesmo e irritamos ainda mais o homem insistindo. Ligamos então para um assessor do Real e ele nos deu um endereço completamente diferente. E o Schuster desligou o celular. Aquilo ‘subiu’ na gente. O Robinho foi dirigindo xingando o Schuster de todos os nomes”, contou Ribeiro.
O empresário afirmou que o racha com o Real começou com uma tentativa de prorrogação de contrato, em 10 de maio. “O Robinho era um dos menores salários do Real. Ganhava três vezes menos que o lateral Michel Salgado, quatro vezes menos que o Casillas, menos que o Júlio Baptista e todos que contrataram depois, que ganhavam o dobro. Isso sem falar no Raúl”, disse.
“Procurei o Pedja [Mijatovic, diretor-esportivo do Real]. Ouvi que o Schuster gosta muito dele, que o Real queria que ele ficasse, mas só iam falar comigo depois porque ia assistir à final da Champions na Rússia. Voltei a procurá-lo no dia 27 de maio e ele me mandou ligar de novo em julho. Ou seja, me empurrou com a barriga”, acusou.
Abril