Indignados com as declarações do ministro da Justiça, Tarso Genro, que propõe a revisão da Lei de Anistia, militares da reserva exaltam-se. Acusam-no de “revanchismo”. Nesta quinta-feira, 7, integrantes das três Forças (Exército, Marinha e Aeronáutica) estarão reunidos à Av. Rio Branco, 251, sede do Clube Militar, para discutir a Lei de Anistia.
Além disso, surge a informação de que na ocasião seria apresentada uma lista de ministros de Estado e petistas ilustres com “passado terrorista”. Encabeçada pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, a suposta lista conteria, inclusive, o nome do próprio Tarso Genro.
O ministro da Justiça pede a revisão da Lei de Anistia, de 1979. Genro quer o julgamento e condenação dos acusados de tortura que atuaram durante a ditadura militar. Por sua vez, Nelson Jobim, ministro da Defesa, avalia que a Lei de Anistia “foi auto-suficiente” e qualquer outra discussão sobre o assunto cabe aos tribunais, não ao Executivo. A legislação permitiu a “auto-anistia”, isentando também os torturadores de serem incriminados.
Presidente do Clube Militar, o general Gilberto Barbosa Figueiredo, desmente a existência da tal “lista de terroristas”…
– Não, não. Isso foi uma especulação divulgada pelo Estadão. A idéia não é essa…
Muito embora, sobre a exposição do general Sérgio Augusto de Avellar Coutinho, que ele classifica como “profundo conhecedor do que aconteceu naquela época”…
– É possível até que ele apresente uma ou outra foto lá, mas, com certeza, isso eu posso afirmar, que essa não vai ser a tônica da apresentação dele nem da dos outros (palestrantes), que são ligados à área jurídica – esclarece.
O general Figueiredo admite haver uma revolta da classe militar em função das recentes declarações de Genro: – Tem os mais exaltados, outros menos. Mas o que predomina é um sentido de revolta contra o ministro (…) ninguém de bom senso acha que essa iniciativa do ministro vá dar em alguma coisa.
– Só pode ser por revanchismo mesmo. É mágoa pessoal superando o que ele, como ministro de Estado, devia ver mais, que é o interesse brasileiro.
Leia entrevista aqui: Tarso é revanchista
Daniel Milazzo/Terra