A inflação dos alimentos está afastando os mais pobres dos supermercados. Segundo a Latin Panel, que faz pesquisas sobre os hábitos de consumo das famílias latino-americanas, cerca de 880 mil lares brasileiros — 2% do total — deixaram de consumir produtos básicos em conseqüência do aumento de preços.
O custo das cestas de alimentos, bebidas, higiene pessoal e limpeza cresceu 9%, em média, nos primeiros quatro meses do ano em comparação com igual período de 2007. Famílias de classes A, B e C estão gastando entre 5% e 6% a mais, mas não foi registrada queda no consumo desta faixa da população.
A carne perdeu espaço para o peixe, o arroz deu lugar à massa e o feijão não aparece na mesa toda a semana em grande parte das famílias brasileiras. A carne vermelha foi um dos primeiros itens da cesta básica a ser reduzido. Entra desde filé a sardinha, e inclusive frango. O arroz continua diariamente na mesa, mas em menor quantidade.
O tradicional acompanhamento da refeição ganha reforço de legumes refogados ou, ainda, de macarrão. Igual arranjo foi feito com o feijão. Por estar com o preço mais elevado, o grão aparece a cada duas semanas. No intervalo, entra em cena a lentilha. Para a Abras – Associação Brasileira de Supermercados -, a substituição de alimentos será o comportamento padrão das famílias nos próximos meses.
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