Em sua edição atual, a revista americana Newsweek considera o Brasil um exemplo na superação da hiperinflação e das mais altas taxas de juros. Hoje, segundo a revista, o país tem uma das menores taxas de inflação entre os emergentes e é um dos únicos do mundo em que a alta dos preços não ultrapassou as metas do governo. Grande parte do mérito, segundo a publicação, cabe ao presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, classificado pela revista como “um falcão solitário no mundo povoado por pombas nas mentes financeiras” .
AE
Para Meirelles, a promoção do país para o nível de investimento seguro deve-se à diminuição considerável da dívida em relação ao Produto Interno Bruto e à aquisição de US$ 200 bilhões em reservas internacionais. “Mostramos que podemos crescer, mas com a inflação estável” , afirma Meirelles.
De acordo com o economista, o Brasil tem taxas de inflação mais baixas que os demais países emergentes porque adotou um rígido programa de controle e manteve as expectativas inflacionárias dentro da meta neste ciclo de alta dos produtos agrícolas e dos minérios. O Banco Central também não hesitou ao endurecer sua política monetária quando necessário.
Segundo o brasileiro, mesmo em um cenário internacional com picos de inflação, é mais importante que nunca manter ancoradas as metas inflacionárias nem que, para isso, seja preciso elevar a taxa de juros.
Meirelles, que assumiu seu cargo em um governo supostamente contrário às suas políticas econômicas ortodoxas adotadas por seu antecessor, Fernando Henrique Carodo, afirma que era muito criticado por manter altas as taxas de juros mas que, hoje, as pessoas o param na rua para agradecer: “Obrigado por manter as metas de inflação. Obrigado por cuidar do futuro de nosso país”.