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Parecia uma boa idéia, mas não demorou para que o senador Barack Obama confessasse o seu arrependimento por ter permitido que suas duas filhas dessem uma entrevista para um programa de celebridades na TV americana, o Access Hollywood. Malia, de 10 anos, e Sasha, de 7, as meninas que podem tornar-se as primeiras crianças na Casa Branca desde Amy Carter, sentaram-se com os pais num banco, na cidade de Butte, em Montana, no dia 4 de julho, dia da independência americana e do aniversário da mais velha. E conversaram um bom tempo sobre a vida em família e sobre suas impressões da campanha do pai.
Obama disse que foi “surpreendido em meio às festividades patrióticas” e que por isto acabou permitindo a entrevista. As meninas falam sobre a surpresa de ver fotos do pai e da mãe em revistas como “People”, que trazem fotos de “gente realmente importante, como Angelina Jolie”, e dizem que, mesmo em campanha, o pai passa pelo menos um dia inteiro por semana com elas. Malia e Sasha contam que Obama detesta doces (com exceção de torta de abóbora, a sua preferida) e que seria “muito legal morar na Casa Branca e poder redecorar o próprio quarto”.
A entrevista teve forte repercussão nos EUA e levou o senador a confessar que não vai mais permitir algo assim no futuro. Obama ouviu ironias de lideranças negras, por querer mostrar-se um bom pai, depois de ter criticado os homens negros pelo fato de que a maioria dos lares de crianças negras nos EUA é sustentado por uma mulher sozinha:
_ Foi um erro. Pensei que estava protegendo em excesso as minhas filhas, mas agora vejo os danos da superexposição _ disse Obama.
A superexposição, porém, também rendeu muita simpatia dos eleitores, que se interessam em conhecer a intimidade dos seus candidatos. O sucesso do blog de Megan McCain, filha de John McCain, revelando detalhes da campanha republicana, pode ter sido um incentivo para que Obama cedesse à tentação de usar suas filhas para moldar uma certa imagem familiar, num estilo próximo ao de John Kennedy:
_ Não acho que esta entrevista tenha sido acidental. Isto faz parte de uma estratégia de humanização do candidato, que parece imitar em quase tudo o estilo JFK. Mas é preciso que se diga que JFK era mestre em manter seus filhos longe da imprensa e ao mesmo tempo divulgar fotos que mostravam a intimidade de uma família na Casa Branca, o que encantava os eleitores. Obama ainda precisa aprender este limite _ avalia o cientista político Stephen Schneck, da Catholic University, em Washington.