A partir de primeiro de julho entra em vigor na cidade de Nova Iorque a etapa final da proibição do uso de gorduras trans artificiais em comidas de restaurantes.
A antiga gordura vegetal foi banida com o propósito de reduzir as doenças cardíacas por causa de seu alto conteúdo de gordura industrial.
Assim, produtos como a manteiga, o azeite de dendê e a banha voltam ao cardápio e, desta vez, legalizados. A multa para os estabelecimentos que não se adequarem as novas normas chega a US$ 2 mil.
A cruzada contra a trans faz todo o sentido e tem sua justificativa. Esta gordura surge a partir da transformação da gordura vegetal, que é líquida, em um ácido graxo sólido. Isso ocorre graças ao processo industrial de hidrogenação parcial, que dá origem à gordura vegetal hidrogenda, a trans.
Criada para dar mais sabor, melhorar a consistência e prolongar o prazo de validade de diversos alimentos, a gordura trans está na pipoca de microondas, nos salgadinhos de pacotes, nos donuts, nos biscoitos, nas bolachas, nos sorvetes, nas margarinas e em vários itens das refeições de lanchonetes fast-food, como a batata frita, os nuggets e as tortinhas doces. E os óleos de cozinha, mesmo os vegetais, se usados mais de uma vez, acabam se transformando em trans. Apesar de ter criado várias vantagens para a indústria alimentícia, a substância é um verdadeiro inimigo silencioso do organismo.
– Além de aumentar o nível de triglicerídeos e do colesterol total, essa gordura eleva o a taxa do LDL (colesterol ruim) e diminui a do HDL (bom colesterol). Não há combinação pior para a saúde do coração – explica o cardiologista Marcus Bolívar Malachias, que coordena, na Sociedade Brasileira de Cardiologia, o serviço do selo de qualidade de produtos industrializados.
Nova York não está sozinha no combate à trans. A Dinamarca impôs em 2003 uma proibição a todos os alimentos industrializados que apresentassem mais de 2% de gordura trans para cada 100 gramas de gordura total, e o Canadá já considera uma proibição semelhante.
NYTimes