Uma novidade pode reforçar o arsenal da medicina contra a depressão. Grupos de pesquisadores estão testando a eficácia de marcapassos no controle dos sintomas da doença, um mal que atinge 121 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Só no Brasil, são 17 milhões de pacientes. Embora ainda experimentais, os estudos têm apresentado resultados animadores.
O objetivo da implantação dos marcapassos é o mesmo dos medicamentos orais usados hoje contra a enfermidade. As duas estratégias têm como finalidade reequilibrar a concentração no cérebro de substâncias associadas às emoções.
Trata-se do mesmo princípio usado para casos graves de mal de Parkinson, por exemplo. A diferença é somente em relação ao local onde o aparelho é colocado. Para tratar a depressão, o marcapasso é implantado cirurgicamente na região do núcleo caudado. O recurso é conectado, por um fio, a uma bateria, posicionada sob a pele na região do tórax.
A técnica está sendo testada em alguns centros importantes nas pesquisas sobre a doença. Entre eles estão o Cleveland Clinic e a Emory University, nos Estados Unidos, e a Universidade de Leuven, na Bélgica.
No Brasil, a estratégia também é vista com bons olhos. ” o método surge como um bom caminho para pacientes refratários a outros tratamentos”, acredita o psiquiatra Márcio Versiani, professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
IstoÉ