O relator da ONU para Direito à Alimentação, Jean Ziegler, disse ontem que a produção em massa de biocombustíveis, como o etanol, configura crime contra a humanidade. Segundo Ziegler, o uso de terras férteis reduz as superfícies destinadas aos alimentos, aumentando a fome no mundo.
Para organização, impacto provocado no preço dos alimentos é crime contra a humanidade
A produção em massa de biocombustíveis representa crime contra a humanidade por causa do impacto nos preços mundiais dos alimentos, declarou ontem o relator especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler. Os críticos argumentam que o uso de terras férteis para cultivos destinados a fabricar biocombustíveis reduz as superfícies destinadas aos alimentos e contribui para o aumento dos preços dos mantimentos.
O problema da fome é de acesso aos alimentos – disse o representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe, José Graziano da Silva, que coordenou o programa Fome Zero. Segundo ele, a elevação do preço dos alimentos é causada porque o consumo cresce acima da produção há três anos, o que reduziu os estoques. Além disso, houve aumento da demanda mundial por alimentos, puxado pela China e pela Índia.
A produção mundial de grãos é de 2,1 bilhões de toneladas por ano o que seria suficiente para alimentar toda a população do planeta, mas 815 milhões de pessoas passam fome, lembrou o especialista.
JB