
Em Goiânia, um caso escandaloso chocou a cidade hoje de manhã. A empresária da construção civil Silvia Calabrese Lima foi presa acusada de torturar uma menina, de 12 anos, encontrada acorrentada pelos policiais. Ela tinha sinais tortura. A imagem acima foi registrada pelo cinegrafista Joselito Barreto pouco antes de policiais soltare a menina.
A empresária vive num apartamento no setor Marista, região nobre de Goiânia.
A criança, que teria sido adotada ilegalmente, foi achada graças a uma denúncia anônima. Ela tinha sinais de tortura: unhas arrancadas, língua cortada e marcas de queimadura de ferro nas nádegas. A cena chegou a levar às lágrimas delegados e agentes que libertaram a menina. No flagrante, a polícia filmou a adolescente presa a uma escada de ferro no terraço do apartamento e amordaçada com esparadrapos.
A empresária, que tem três filhos, de 3, 21 e 20 anos, reagiu irritada à prisão e disse que só falará em juízo.
Os policiais prenderam também a empregada doméstica da família, Vanice Novais, de 26 anos, acusada de participação nos crimes. Segundo a delegada Adriana Accorsi, da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente, a própria menina denunciou a doméstica e que uma vez a forçou a ingerir fezes e urina de cachorro.
Ainda em estado de choque, a criança contou que os maus-tratos começaram há seis meses. Uma agenda apreendida relacionava as tarefas domésticas – algumas de madrugada – a serem cumpridas pela menina. Quando não conseguia, era torturada por Silvia com métodos que incluíam afogamento e privações de água e comida.
A polícia apurou que a menina foi deixada pela mãe com a empresária há dois anos, para estudar em Goiânia. Ela cursaria a 6ª série, mas não freqüenta a escola desde o ano passado, porque foi reprovada por faltas. Segundo a delegada, não houve processo formal de adoção.
A empresária e a doméstica foram autuadas em flagrante e devem responder por tortura e cárcere privado. A pena prevista é de até 24 anos de prisão.
O Globo
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