O governo quer conter a valorização do real ante o dólar para tentar evitar uma queda acentuada na balança comercial, que poderia trazer repercussões negativas na economia nos próximos anos. Para isso, a equipe vai adotar medidas para desestimular a entrada de capital estrangeiro de curto prazo e aumentar a lucratividade de exportadores.
Ontem, o ministro Guido Mantega (Fazenda) trabalhava com duas medidas: 1) elevar a tributação do investidor externo nas aplicações de renda fixa, principalmente de títulos públicos, via aumento do IOF 2) elevar o montante de moeda estrangeira que o exportador pode deixar lá fora.
O presidente Lula, que autorizou a adoção das medidas na semana passada, orientou sua equipe a não baixar nenhum pacote que pudesse ter um impacto “brusco” na taxa de câmbio. Seu temor é que uma desvalorização acentuada do real possa gerar pressões inflacionárias e forçar o Banco Central a elevar os juros.
No mercado, a expectativa é baixa em relação a qualquer decisão na área cambial. O dólar está fraco no mundo todo, e o ritmo da economia brasileira estimula as importações.
Neste ano, a moeda norte-americana acumula queda de 5,23% ante o real.
FSP